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terça-feira, 24 de maio de 2011

Porque falar de João Wesley?

Falar da história de João Wesley sempre me empolga. E acredito que todos os metodistas de verdade, ficam impressionados com a vida deste homem de Deus, principalmente pelo impacto que seu estilo de vida cristã e visão missionária causaram na Inglaterra e até mesmo em outras nações no século XVIII. Toda esta revolução espiritual ocorreu após a sua conhecida experiência do coração aquecido no dia 24 de maio de 1738. Preocupo-me com aqueles que em nosso meio dizem: “Pra quê falar de João Wesley? Vamos falar só de Jesus, só da bíblia!!” Estas pessoas parecem até “espirituais”, mas na realidade manifestam uma grande ignorância. Sabe por quê? Porque um povo sem passado é igual a uma Arvore sem raiz! Em um tempo como o nosso onde a igreja se perde em esquisitices evangélicas, precisamos voltar as nossas raízes. O grande desafio é recuperar a nossa identidade tão enfraquecida nos últimos anos. Sabemos bem que João Wesley não é o salvador e nem o adoramos por ter sido quem foi. Mas através de sua experiência e visão temos um referencial, um ponto de partida como uma igreja que deseja fazer a diferença para a nossa geração. Porque então devemos falar de João Wesley?
- Falar de João Wesley é falar da grande ênfase na mensagem de salvação
“A graça é a fonte e a fé a condição da salvação” João Wesley
 Ao falar de salvação, Wesley conserva um equilíbrio entre a iniciativa de Deus e a resposta do homem. A Salvação é somente pela Graça, mas o homem pode aceitar ou rejeitar a salvação. Wesley entendia  que a Graça é livre (para todos) e não apenas para os “escolhidos” por Deus. Tomamos posse desta Graça pela fé em Jesus Cristo (Efésios 2:8,9). Para nós metodistas, a mensagem de salvação é insubstituível. Cremos que Deus cura e faz sinais, mas nada é mais importante do que a salvação de almas.
- Falar de João Wesley é falar de um avivamento bíblico e equilibrado
 “Sem o Espírito de Deus não podemos fazer nada a não ser acrescentar pecado sobre pecado.” João Wesley. Quem conhece a nossa história sabe que movimento metodista é fruto de um mover do Espírito Santo sobre a terra. No entanto, Wesley se preocupava mais com os frutos do que os dons. Ele ensinava aos metodistas a buscar uma genuína experiência com o Espírito Santo e não uma experiência meramente emocional. "Pregar a doutrina, a prática e a disciplina evita o legalismo, o individualismo, o formalismo e o emocionalismo. Onde prevaleceu o equilíbrio foi o que mais frutificou". João Wesley
Falar de João Wesley é falar do evangelho integral.
 “O Evangelho de Cristo não conhece outra religião que não seja a social, nem outra santidade que não seja a social.” João Wesley.
 O Metodismo vivenciou o evangelho de forma integral, pessoal e social; individual e comunitário. O testemunho missionário da comunidade metodista levou em consideração a sociedade da época com suas realidades e necessidades e a situação em que vivem as pessoas. Por isso Wesley e os metodistas de seu tempo falavam do evangelho e o sinalizavam com obras. Eles abraçaram as causas sociais lutando contra a escravidão, combateram toda forma de opressão e vícios.
Falar de João Wesley é falar de uma forte intimidade com Deus.
Nunca permitas, em hipótese alguma , passares um dia sequer sem ter pelo menos uma hora para tua vida devocional” Pela fé e pela oração, fortaleça as mãos frouxas e firme os joelhos vacilantes. Você ora e jejua?Importune o trono da graça e seja persistente em oração. Só assim receberá a misericórdia de Deus.” (John Wesley)
Para Wesley, o principal meio institucional da graça era a oração. Não é exagero dizer que ele vivia para orar e orava para viver.  Wesley também valorizava a Bíblia como uma genuína espiritualidade. Apesar de ter lido centenas de livros sobre vários assuntos, ele continuamente referia-se a si mesmo como um homo unis libri (homem de um único livro). Sua prática baseava-se em seguir um quadro de leituras diárias no Livro de Orações Comuns. Esse método permitia-lhe ler o Antigo Testamento uma vez por ano e o Novo Testamento várias vezes. Através desta intimidade que tinha com Deus , Wesley se tornou um dos grandes avivalístas da história da igreja.

Falar de João Wesley é falar de uma real paixão evangelística.
““Nada mais te compete fazer além de salvar almas. Portanto, gasta-te e deixa-te gastar nessa obra. Tua tarefa não é pregar tantas vezes; tua obrigação é salvar tantas almas quantas puderes; conduzir tantos pecadores quantos te for possível, ao arrependimento; depois, com todas as tuas forças, edificá-los na santidade, sem a qual ninguém verá jamais ao Senhor”  João Wesley
 João Wesley Inflamado por sua experiência do coração aquecido, saiu pregando a salvação pela fé. A Igreja Anglicana daqueles dias, sacramentalista e engessada, não demorou a fechar as portas para Wesley. Então, ele e os metodistas que o acompanhavam partiram para a pregação ao ar livre. É dele a frase conhecida: “O mundo é a minha paróquia.” Qual o segredo desse homem que viajou mais de 250 mil milhas a pé, de carruagem ou a cavalo, pregou mais de 40 mil sermões e ainda encontrou tempo para escrever cerca de 250 livros? Qual era a sua paixão maior? O que o motivava com tamanha força de vontade? Wesley amava a mensagem da cruz e acreditava que nela estava o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Sua verdadeira paixão era ganhar almas para Cristo.

Pr. Gilberto Oliveira Rehder

sábado, 21 de maio de 2011

John Wesley: Filme sobre o ex líder do movimento metodista é lançado no Brasil


A empresa Graça Filmes lança mais um DVD: Wesley – um coração transformado pode mudar o mundo. O filme será lançado no evento Celebração do Coração Aquecido, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, ocasião em que a grande família wesleyana estará reunida para celebrar a experiência que transformou a vida de John Wesley e impactou seu país e o mundo.
O filme
Wesley – um coração transformado pode mudar o mundo! é um drama de fé e renovação. Esta verdadeira história é baseada no diário real de John Wesley, fundador do movimento metodista, ao lado de seu irmão, o compositor musical, Charles Wesley. Este filme está repleto de aventura, romance e desafio. Ao longo desta apresentação dramática, os espectadores vão se identificar com as lutas pessoais desses grandes heróis da fé. O filme apresenta como foi que o poder transformador da graça de Deus transformou suas vidas e o mundo ao seu redor.
Este longa metragem, que chegou a passar no cinema nos EUA, há muito aguardado no Brasil, foi premiado por seus efeitos especiais, fotografia deslumbrante e autênticos figurinos do século XVIII, o filme “Wesley: A Heart Transformed Can Change the World” (Título em Inglês), será lançado oficialmente no Brasil no dia 21 de maio, das 9h às 18h, no Ginásio do Ibirapuera(SP).
Fonte: Assessoria Graça Filmes

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Procura-se um Coração em Chamas! - Wesley L. Duewel


Para o líder cristão, não existe nenhuma alternativa para o Espírito Santo. É necessário que o líder tenha um coração abrasado pelo amor a Deus e aos homens. Como afirmou Dr. George W. Peters: “Deus, a igreja e o mundo estão à procura de homens com corações em chamas – corações cheios do amor de Deus; cheios de compaixão pelos males, tanto da igreja quanto do mundo; cheios de paixão pela glória de Deus, o Evangelho de Jesus Cristo e a salvação dos perdidos”.

“A resposta de Deus”, acrescenta ele, “para um mundo cheio de indiferença, materialismo, frieza e escárnio são corações ardentes nos púlpitos, nos bancos das igrejas, nas escolas bíblicas e nos colégios e seminários cristãos.”


Se você é um líder cristão, e o seu coração não está ardendo em chamas, com toda certeza a maioria dos membros de sua igreja terá um coração morno, que pouco ou nenhum impacto tem sobre o mundo. As nossas comunidades não se impressionam muito com nossos programas e infindáveis atividades. Para ter impacto sobre a comunidade, precisa ter algo além de uma igreja ativista, preocupada em atender e ajudar os visitantes. Precisa ser uma igreja em chamas, liderada por homens que têm o ardor de Deus em seus corações.


Samuel Chadwick, o falecido presidente do Cliff College, da Inglaterra, era uma “sarça ardente”. A partir do momento em que ficou cheio do Espírito, “milagres da graça divina eram realizados através da influência de uma vida que passou a ser incendiada pelo fogo de Deus”. Francis W. Dixon conta como “o poder de sua pregação e a influência moral dos membros de sua igreja foram tão poderosos, que o próprio Chefe de Polícia reconheceu publicamente como a cidade inteira ficara livre de crimes pela influência de homens e mulheres que haviam sido incendiados pelo amor de Deus”.


Dizem que uma vez um colega pastor perguntou a John Wesley, mensageiro do coração ardente, o que devia fazer para aumentar sua igreja. Ele respondeu: “Se o pregador estiver em chamas, todo o mundo virá para vê-lo queimar”.


Um dos biógrafos de Wesley o descreveu como um homem “sempre ofegante, correndo sem parar atrás das almas perdidas”. No túmulo de Adam Clarke, um dos primeiros estudiosos metodistas e um discípulo de Wesley, estão inscritas estas palavras: “Vivendo para os outros, fui totalmente consumido”.


Há um século, T. DeWitt Talmage escrevia: “Hoje, acima de qualquer outra necessidade, nos falta o fogo – o fogo sagrado de Deus, queimando nos corações dos homens, estimulando suas mentes, impelindo suas emoções, emocionando suas línguas, brilhando em seus rostos, vibrando em seus atos, expandindo seu potencial intelectual e fundindo todo o seu conhecimento, lógica e retórica em uma grande corrente inflamada. Que esse batismo de fogo venha sobre nós a fim de que milhares entre nós, que até hoje não passaram de ministros fracos e convencionais, sem qualquer contribuição marcante e que seriam facilmente esquecidos da memória da humanidade, sejam transformados em poderosos instrumentos de Deus”. Essa descrição continua tão válida hoje quanto naquela época.


Alguns anos atrás, quando a Polônia vivia sob o regime comunista, um soldado polonês comentou com o Dr. Harold John Okenga: “Existe na Polônia uma corrida entre o comunismo e o cristianismo. Aquele que conseguir transformar sua mensagem em uma chama de fogo ganhará”.


Um cristianismo sem paixão não conseguirá apagar as chamas do inferno. Para combater o fogo de uma floresta é necessário iniciar um outro incêndio para ir ao seu encontro. Um líder apático nunca conseguirá inflamar os outros. E um líder jovem sem ardor, como poderá acender a chama no coração dos outros jovens? Enquanto não formos inflamados, não conseguiremos alcançar o coração das pessoas. O bispo Ralph Spaulding Cushman orava:


Inflama-nos, Senhor, sacode-nos, nós te suplicamos!


Enquanto o mundo perece, nós, indiferentes,
Seguimos o nosso caminho

Sem rumo, sem paixão, dia após dia


Inflama-nos, Senhor, sacode-nos, nós te suplicamos!


Não há uma necessidade maior que essa em nossas igrejas e escolas hoje. Não basta ter uma fé cristã e bíblica; temos de ser possuídos por Cristo, totalmente tomados por seu amor e sua graça, inteiramente inflamados por seu poder e glória. Cada pequenina parte do nosso ser, como diz certo hino do passado, precisa estar incandescente com o fogo divino. Não é suficiente ter a lenha, não é suficiente ter o altar, não basta ter o sacrifício – precisamos do fogo! Oh, fogo de Deus, desce novamente sobre nós! Faz-nos arder, Senhor, inflama-nos totalmente!


Se quisermos ser uma força irresistível para Deus, no lugar onde ele nos colocou, precisaremos do batismo de fogo do Espírito Santo. Se quisermos despertar nossas igrejas sonolentas, precisaremos que aquele fogo, que veio sobre cada um que esperava no cenáculo no dia de Pentecostes, desça agora sobre nós. Você precisa disso, e eu preciso disso.


Num comovente artigo, intitulado “Queima Incessantemente, Fogo de Deus”, T. A. Hegre escreveu: “É de fogo que precisamos, fogo para derreter nossas emoções geladas e passivas, fogo para nos impelir a fazer algo em favor daqueles que descem diariamente à sepultura sem Cristo. Incontáveis milhões estão morrendo sem que ninguém lhes tenha falado do Evangelho, porque nós cristãos estamos apagados. Precisamos de fogo, do fogo do Espírito!”


Não precisamos de fogo fanático ou humano, que não glorifica o nome santo do Senhor. Precisamos é do fogo sagrado, daquele fogo que o Espírito traz e que usa para nos batizar. Precisamos do fogo e do zelo da igreja primitiva, quando praticamente todos os cristãos estavam prontos, se necessário fosse, a se tornarem mártires por Cristo.


Num sermão contundente, John R. Rice censurou nossa falta de fogo. “Ouçam, não são os pecadores que são duros. O problema de dureza está no coração dos pregadores. Os professores das escolas bíblicas, os diáconos, os obreiros e os superintendentes é que são duros. É mais fácil salvar uma alma e converter um bêbado ou uma prostituta do que inflamar um pregador para ganhar almas.”


George Whitefield foi grandemente usado por Deus, junto com John Wesley, quando viraram a Inglaterra de ponta-cabeça e, pela graça de Deus, evitaram que as Ilhas Britânicas passassem por uma réplica da Revolução Francesa. Diziam a respeito de Whitefield: “Desde o tempo em que começou a pregar, ainda garoto, até à hora de sua morte, nunca deixou que sua paixão se abatesse. Até o final de sua notável carreira, sua alma foi como uma fornalha ardente de dedicação em favor da salvação dos homens”.


Sua alma como uma fornalha ardente! Ah, aqui está o segredo! O problema trágico é que estamos tentando conduzir o povo de Deus com corações que nunca foram inflamados ou que perderam o ardor. Elias orou até o fogo descer sobre o monte Carmelo. E, então, os apóstatas caíram de joelhos e clamaram: “O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!” (1 Rs 18.39).


Pode o fogo da Shekiná, que fez chamejar a sarça no deserto, atear fogo em nossos corações, até que sejamos sarças ardentes por Deus? (Êx 3.1-3). O fogo da Shekiná no monte Sinai difundiu-se pelo corpo de Moisés até que sua face refletisse a glória de Deus (Êx 34.29,30). Podemos nós nos aproximarmos de Deus até que o fogo da Shekiná comece a transfigurar nossos vasos de barro e as pessoas possam ver o reflexo da glória de Deus sobre nós e em nós?


Pode o fogo da Shekiná, que Ezequiel viu afastar-se passo a passo de Israel, voltar para nós hoje? (Ezequiel, capítulos 10,11). Ele voltou sobre os 120 que se encontravam no mesmo lugar, no cenáculo (At 2.1-21). Se precisássemos passar dez dias para buscar a face de Deus, seríamos mais do que recompensados se no final fôssemos inflamados por ele.


Mas esse batismo não vem por meio de esforços, méritos ou simulações. Só Deus pode batizar com fogo. Só Deus pode enviar a Shekiná. Só Deus pode satisfazer suas necessidades e as minhas. Já labutamos muito tempo sem esse fogo. Temos ficado muito aquém da glória de Deus, por causa da falta dele. Temos deixado nossas igrejas praticamente impassíveis, inalteradas, por falta da chama. 


Nós não podemos acender esse fogo. Não podemos criá-lo por nós mesmos. Mas podemos humilhar-nos diante de Deus, com toda a honestidade e lisura, e confessar nossas carências. Podemos buscar a face de Deus, até que sua poderosa lanterna alumie nossos corações e nossas vidas e mostre o que neles nos impede de sermos capacitados e cheios de sua vida.


O fogo santo de Deus desce somente sobre os corações preparados, obedientes e famintos. Talvez a necessidade que está por baixo de todas as necessidades é que não estamos suficientemente famintos ou sedentos, nem somos intensos em nosso desejo.


“Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem” (Lc 11.13).


Extraído de “Ablaze for God” (“Inflamados Para Deus”), de Wesley L. Duewel.


Fonte: Arauto Ano 25 nº 1 - Janeiro/Fevereiro 2007