Texto:
Malaquias 4:5,6
4 Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que
venha o grande e terrível Dia do Senhor;
5 ele converterá o coração dos pais aos filhos e o
coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com
maldição.
Introdução:
Graça e Paz igreja do Senhor! Eu quero compartilhar hoje com os irmãos uma
palavra que nesta semana que tem ardido em meu coração e que tem me incomodado
profundamente. Trata-se da: A CONVERSÃO DE PAIS AOS SEUS FILHOS E DE FILHOS AOS
SEUS PAIS.
Todos
nós estamos familiarizados quando o assunto é a nossa conversão a Deus, mas nem
sempre estamos convictos de que é preciso haver uma conversão no sentido
horizontal, entre pais e filhos. Por isso, quero te chamar a atenção para um
detalhe importante deste texto:
Este texto é a última mensagem de Deus no Antigo
Testamento que encerra com uma promessa que tem o seu foco no relacionamento
entre pais e filhos.
A
promessa de que o precursor do Messias viria ao mundo e converteria o coração
dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos pais.
O
Senhor fechou, vamos dizer assim, o Antigo Testamento, a antiga aliança,
falando desta promessa: que viria o profeta Elias, e converteria o coração dos
pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais.
Ao ler
este texto me perguntei: Por quê Elias?
Porque
Elias se levantou contra os profetas de Baal que era adorado por meio do sacrifício
de crianças.
“e edificaram os altos de Baal, para queimarem os seus
filhos no fogo em holocaustos a Baal, o que nunca lhes ordenei, nem falei, nem
me passou pela mente.” Jeremias 19:5
Em
nossos dias o número impressionante de jovens mortos que temos assistido nos
noticiários e lido nos jornais é expressão desta maldição.
Essa
maldição de que o texto se refere está relacionado com o pecado que nos separa
de Deus, mas que também separa pais e filhos.
O
pecado abriu um abismo na relação entre pais e filhos. Há pais que desprezam os
filhos e filhos que desonram os pais. Há pais que esmagam os filhos e filhos
que maltratam os pais. Há pais que abandonam os filhos e filhos que rejeitam os
pais.
Os
reflexos dessa instabilidade familiar, resultado da rebeldia contra a
autoridade estabelecida, são sentidos principalmente entre os adolescentes e
jovens.
Os
índices de mortalidade revelam que os jovens estão morrendo e desperdiçado o
melhor tempo de suas vidas em acidentes de trânsito, uso indiscriminado de
drogas, doenças sexualmente transmissíveis, álcool, assassinatos e suicídios.
E
como se isto não bastasse, agora o foco são as crianças. Muitas crianças têm
sido abusadas sexualmente, ou até mesmo induzidas a conhecerem o sexo de
maneira distorcida, criando uma verdadeira confusão em sua identidade.
Voltando
ao texto, nós sabemos que este profeta Elias prometido veio na figura de João
Batista, como nos é dito no evangelho de Lucas:
“E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias,
para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à
prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado”. (Lc 1:17)
Percebam
que no Novo Testamento foi ampliado o que foi dito no Antigo Testamento. João
Batista, que veio no espírito e no poder de Elias, veio preparar o caminho do
Senhor.
A
forma de preparar caminho ao Senhor é que os pais fossem convertidos aos seus filhos
e converter os desobedientes à prudência dos justos, com o objetivo de
habilitar para o Senhor um povo preparado.
Nós
estamos às portas da volta de Jesus, o rei está voltando. Mas é preciso se
preparar para o Senhor, o povo do Senhor precisa se preparar à Ele. Dentro
desse nosso “preparar para o Senhor” está relacionado à conversão dos corações:
dos pais aos seus filhos e dos filhos a seus pais.
As
maldições que tem nos atingido nos dias de hoje na família e na sociedade, são
decorrentes de problemas mal resolvidos entre pais e filhos.
Cresce
a cada dia o conflito de gerações. A parede que separa os pais dos filhos
torna-se cada vez mais alta. Nesse cenário de conflito familiar é imperativo
que o coração dos pais seja convertido aos filhos e o coração dos filhos a seus
pais.
Como
os pais podem ter seu coração convertido aos filhos e filhos a seus pais? Para
que isso aconteça há um caminho de volta que precisa ser trilhado com algumas
chaves nas mãos.
1- A PRIMEIRA CHAVE PARA A CONVERSÃO ENTRE PAIS E FILHOS
É O ARREPENDIMENTO.
Deus,
através de Malaquias, nos fala que enviará profetas no espírito de Elias para
que isso ocorra, ou seja, um espírito de arrependimento.
João
Batista foi um profeta enviado por Deus nesse espírito para pregar uma mensagem
específica: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino”. Mateus 3:2
A
palavra grega para arrependimento é metanoia que é derivada de meta -
"depois ", e neo - "compreender “, literalmente significa:
"Reflexão posterior", ou "mudança de mente". Todavia o seu
sentido bíblico vai além, significando uma mudança de rumo, mudança de direção,
de atitude. Este é o significado da palavra.
A
maneira característica do Antigo Testamento para expressar o arrependimento do
ser humano para com Deus e dizer que houve uma volta, um retorno: o ser humano
saiu do pecado e voltou-se para Deus.
A
vida cristã está estritamente ligada ao ensino e à prática da verdade da
Palavra de Deus; e a verdade é que, sem arrependimento, não haverá a conversão
do coração das pessoas.
Esse
arrependimento precisa acontecer também nas relações entre pais e filhos.
Muitos
filhos têm se levantando em desobediência desonrando a seus pais e não estão
aceitando a sua autoridade.
Mas
também há muitos pais que não reconhecem a seus filhos como uma herança do
Senhor! (Salmo 127: 3).
Nossos
filhos são o nosso maior tesouro na terra, a nossa verdadeira riqueza, a nossa
mais preciosa herança.
Os
filhos são presentes de Deus aos pais. São confiados aos pais para serem
criados na disciplina e admoestação do Senhor.
Como
mordomos de Deus devemos cuidar deles para que sejam vasos de honra nas mãos do
Senhor. Devemos prepará-los para a vida e não para viverem em nossa constante
dependência. Devemos inculcar neles as verdades de Deus para que aprendam amar
ao Senhor de todo o coração.
2- A SEGUNDA CHAVE PARA A CONVERSÃO ENTRE PAIS E FILHOS É
O PERDÃO.
O
arrependimento nos conduz ao perdão que arranca as raízes de amargura e de ódio
produzidas por Satanás.
“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos
uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou”.
(Efésios 4.32
Se há alguém com autoridade para nos ensinar
a perdoar é o Senhor Jesus!
Para perdoarmos, precisamos ter um retrato
real de seu sacrifício na cruz e qual a Sua reação diante das agressões e
ofensas sofridas e, com base Nele, estabelecer um padrão de perdão ideal para as
nossas vidas.
PERDOAR NÃO IMPLICA
DAR A RAZÃO AO OUTRO, SIGNIFICA LIBERTAR-SE DAS ATADURAS DA AMARGURA.
O
perdão deve ser uma via de mão dupla, tanto dos pais para os filhos quanto dos
filhos para os pais.
O
perdão independe de sentimento, é uma ordem. O perdão pode ser em algumas
situações até injusto e impagável, mas é prático e restaurador.
Por
meio dele a posição perdida entre pais e filhos é restaurada.
Eu
fui pai aos 22 anos, muito novo, inexperiente e achava que já era maduro, mas
de fato não era; errei muito com meus filhos.
Todos
que são pais provavelmente já erraram com seus filhos. Precisamos buscar não
errar, mas se erramos, devemos nos arrepender, pois esse é um coração
convertido.
Você já pediu perdão a seu filho(a) quando você errou com
ele(a)?
Às
vezes, você pensa: “não vou pedir perdão porque vou perder minha autoridade se
eu mostrar que estou errado”. Não! Você tem que ir lá e pedir perdão.
3- A TERCEIRA CHAVE PARA A CONVERSÃO ENTRE PAIS E FILHOS
É A HONRA.
Em
linhas gerais precisamos aprender a tratar a todos com honra.
“Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus,
honrai o rei”. 1 Pe. 2.17
“Pagai a todos o
que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem
respeito, respeito; a quem honra, honra”. Rm. 13.7
Hora=
Valorizar – estimar – ser grato – reconhecer – proteger – cuidar – homenagear –
distinguir – reverenciar – respeitar – submeter-se.
O contrário de honra é a desonra: “tratar como comum ou ordinário”,
“tratar com desprezo” e até mesmo “desrespeitar” ou “humilhar”.
Como
filhos de Deus, nós precisamos aprender a exercitar o princípio da honra, por
que Deus é um Deus de honra. Quantas vezes vemos isso na Bíblia?
Quando
a Bíblia fala, A QUEM HONRA, HONRA, ela está dizendo que a HONRA é algo
direcionado à PESSOAS, não a COISAS. Esse pronome relativo QUEM se refere a
PESSOAS e não a COISAS.
Honrar
é decidir atribuir valor e importância à outra pessoa, considerando-a digna de
grande respeito, consideração e amor.
Infelizmente,
vemos ao nosso redor como esse princípio tem sido abandonado. As pessoas têm
perdido o respeito e o valor umas pelas outras. Hoje em dia as pessoas têm
valorizado mais as coisas do que as pessoas.
Há
um ditado que diz: “COISAS foram feitas para serem USADAS e PESSOAS para serem
AMADAS”.
Mas
o que nós vemos hoje é o contrário. Coisas são amadas e pessoas são usadas.
No
relacionamento entre pais e filhos este princípio está presente.
“Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento
com promessa),
para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra”. Efésios 6:2,3
Honre,
ainda que seja a memória do seu pai ou da sua mãe.
O
mundo ali fora se desestrutura cada vez mais, por que as pessoas não se honram
mais. Ao contrário, todos se desonram entre si e assim todos acabam com seus
tanques emocionais vazios.
Nós
precisamos resgatar a honra na família, em nossos relacionamentos, no ambiente
de Igreja e impactar o mundo com um comportamento que paga a todos a honra que
é devida.
Conclusão:
Deus
está convertendo o coração dos filhos aos pais e dos pais aos filhos e isso é
uma resposta de oração da Igreja. Deus está levantando uma geração para
obedecer a Sua Palavra, uma geração que se levanta para ser uma voz profética
em um tempo muito complicado.
A
conversão horizontal entre pais e filhos, é sem dúvida um caminho essencial
para que a vida abundante se manifeste dentro de nós e no meio de nós, e ao
redor de nós. É desta conversão que vem grande parte da restauração que
necessitamos.
Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO