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terça-feira, 2 de abril de 2013

MEU CHAMADO


“Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.” 
1 Cor.1:26-29
Ao falar sobre vocação, quero compartilhar um pouco de minha vida pessoal. Quando criança, fui criado livremente na rua como qualquer criança de minha época. Morava em uma casa localizada em uma praça onde havia um parquinho muito legal. Gostava de brincar com carrinho de rolimã, jogar bola, empinar pipa e de todas as brincadeiras de rua que aparecia. Neste período, meu lar vivia em crise pela separação de meus pais. Embora revoltado com a situação, não posso reclamar de que não tive infância.                                                
Em um certo dia apareceu na praça uma cachorra vira-lata sem dono. Logo, meus amigos e eu a adotamos e passamos a cuidar dela, dando banho, comida e carinho. O nome que demos a ela era Kely. Gostávamos muito de brincar com ela e até mesmo os pais da criançada nos ajudavam a cuidar dela. Até que um dia para a nossa tristeza, Kely foi atropelada e morreu. Lembro-me muito bem daquele momento: várias crianças chorando e revoltadas com o motorista. Diante disto resolvi fazer um enterro digno para a Kely. Preparamos um caixote de madeira para colocar o seu corpo e preparamos uma cruz. Em uma pequena procissão de crianças fomos enterrá-la em um terreno baldio. Naquele dia fiz o meu primeiro  oficio fúnebre. Todas as crianças deram as mãos e rezamos o Pai Nosso e uma Ave Maria. Foi tudo muito reverente e emocionante. Depois a enterramos e colocamos a cruz no local. Embora o funeral tivesse sido tipicamente católico, e alguns até pensassem que eu seria um padre,  creio que Deus já estava me preparando para que anos depois eu entregasse a minha vida a Jesus Cristo e atendesse ao seu chamado para o ministério pastoral. No texto acima o apóstolo Paulo nos motiva a reparar  na nossa vocação. Devemos nos lembrar de onde viemos e como Deus nos chamou. Quando estou abatido ou em crise por causa do ministério, nunca me esqueço de onde vim e de como o Senhor me resgatou e me chamou para o ministério.                                                                                    
O chamado é para mim a motivação para prosseguir. O chamado é para mim a oportunidade de servir. Meu irmão e irmã em Cristo, nunca se esqueça de sua vocação (ou chamado)ela o manterá vivo e ativo na obra do Senhor!
Pr. Gilberto Oliveira Rehder

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