“..e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos
perdoado aos nossos devedores”. Mateus 6.12.
Quando recebemos a Jesus Cristo como nosso Senhor e
Salvador, passamos a fazer parte do Reino de Deus e nesse Reino, há princípios
básicos que renovam a nossa vida.
O perdão é um dos princípios mais importantes do Reino de
Deus. “Jesus o ensinou em sua oração dominical: ”...e perdoa-nos as nossas
dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”. Mateus 6.12.
Nosso bem espiritual e emocional depende da disposição de
perdoarmos aqueles que nos magoaram. Na realidade, o perdão é a única dádiva que
o Senhor nos oferece, que não podemos receber a não ser que o ofereçamos.
O que significa perdoar? Perdoar significa parar de culpar
alguém por alguma ofensa; é cancelar ou anular alguma dívida. Biblicamente
falando o perdão traz as seguintes ideias: cobrir, levar para longe, usar da
graça com alguém, cancelar, remir. "Quanto dista o Oriente do Ocidente,
assim afasta de nós as nossas transgressões" (Sl 103:12)
O Perdão é um ato de obediência; é mandamento e não
sentimento. “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes
cada um a seu irmão”. Mateus 18.35
O Perdão é dar ao ofensor aquilo que ele precisa e não o que
ele merece. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter
Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. Rm 5:8
O Perdão é assumir o compromisso de não mais levantar o
assunto depois que foi acertado. É preciso virar a página e começar a escrever
uma nova história. “...esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando
para as que diante de mim estão.” Fp.3:13.
Quando perdoamos verdadeiramente somos libertos da dor e das
feridas da experiência; podemos até nos lembrar da situação, mas não a
utilizamos contra a pessoa; é como a cicatriz na pele: é visível, mas não dói.
Quero destacar uma história interessante sobre perdão entre
dois irmãos; trata-se dos irmãos Jacó e Esaú. Como acontece em muitas famílias,
esses irmãos disputavam entre si desde o
ventre de Rebeca (Gn 25:22-23). Segundo a narrativa de Gênesis, Jacó teria
recebido a bênção da primogenitura no lugar de Esaú fazendo-se passar por este
e se aproveitando do estado de enfermidade do pai. Por isso, o irmão mais velho
tentou matá-lo e Rebeca mandou então o filho fugir para as terras do tio Labão
(irmão da mãe), no norte da Mesopotâmia. Jacó viveu muitos anos temendo a Esaú
que, em amargura, havia ameaçado matá-lo. Em várias ocasiões Jacó havia
trapaceado a Esaú. Ele havia mentido, fraudado e roubado. Esaú prometia
vingança! Finalmente Jacó teve um encontro com Deus que mudou a sua vida. Na sequência
deste evento então houve a cura. O primeiro e mais importante passo num
processo de cura sempre é o encontro pessoal com Deus.
Quando Jacó, pela intervenção de Deus, foi quebrantado
interiormente e reagiu em humildade, ele então estava apto a reconciliar-se com
Esaú.
A história de sua reconciliação (Gn 33) mostra-nos os
seguintes passos:
1- O ESPÍRITO QUEBRANTADO E HUMILDE DE JACÓ PERANTE ESAÚ.
“E ele mesmo, adiantando-se, prostrou-se à terra sete vezes,
até aproximar-se de seu irmão”. Gn 33.3
Jacó toma a
iniciativa de procurar o seu irmão, não com ar de superioridade, mas com
humildade que é fruto de um coração quebrantado. Quando estamos dispostos a
pedir perdão ou a perdoar rompemos com a barreira de nosso orgulho pessoal. Foi
justamente isso que ocorreu no coração de Jacó.
2- O CORDIAL ABRAÇO DANDO EXPRESSÃO DE UM NOVO VÍNCULO.
“Então, Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se
lhe ao pescoço e o beijou; e choraram”. Gn 33.4
Esaú correspondeu a atitude humilde de seu irmão expressando
o seu perdão com um abraço e beijo. O perdão é a expressão de um amor genuíno.
3- O ARREPENDIMENTO.
“Perguntou Esaú: Qual é o teu propósito com todos esses
bandos que encontrei? Respondeu Jacó: Para lograr mercê na presença de meu
senhor”. Gn 33.8.
Jacó chama o seu irmão de “meu senhor”, mudando totalmente a
sua postura arrogante. Existem que aqueles que buscam o perdão de alguém, mas
não estão dispostos a mudar suas atitudes. O arrependimento sincero é o solo
fértil para reconquistar a confiança perdida.
4- O PERDÃO.
“Mas Jacó insistiu:
Não recuses; se logrei mercê diante de ti, peço-te que aceites o meu presente,
porquanto vi o teu rosto como se tivesse contemplado o semblante de Deus; e te
agradaste de mim. Peço-te, pois, recebe o meu presente, que eu te trouxe;
porque Deus tem sido generoso para comigo, e tenho fartura. E instou com ele,
até que o aceitou”. Gn 33:10,11.
Jacó insiste em seu pedido de perdão trazendo-lhe presentes.
Isso nos lembra da Graça de Deus, a qual
não merecemos. Perdoar é manifestar a graça e a misericórdia; características
estas do nosso Deus.
Conclusão: O restabelecimento, a cura que experimentaram,
foi um milagre da graça de Deus. Assim também a cura em nossas famílias é
impossível sem a graça de Deus. Creio no poder renovador que o perdão tem sobre
qualquer situação. Não importa o tamanho da ferida e da dor, o perdão sempre
será o melhor remédio.
Texto: Pr. Gilberto Oliveira Rehder.
Ministração: Margarete da Silva Rehder.
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