“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para
nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” 1 João 1:9
Ao estudarmos sobre a importância da confissão para a nossa
renovação espiritual é importante que se diga que o pecado é o principal
problema do ser humano; além de nos separar de Deus, ele tem levado muitos
crentes à frieza espiritual, insensibilidade, cauterização da mente, exaustão
espiritual e destruição. Lembro-me certa vez em que confrontei um membro de uma
das igrejas em que pastoreei que estava traindo a sua esposa; o mesmo estava
endurecido e justificava o seu ato dizendo: “Tenho feito isso porque minha
esposa não me trata bem, é tudo culpa dela”. Tive então que chama-lo à
responsabilidade lendo para ele o texto de Provérbios 6.32 que diz: “O que
adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que
pratica tal coisa”.
Infelizmente o referido irmão não se arrependeu e continuou
no seu pecado sofrendo posteriormente as consequências de suas escolhas.
Além da problemática do pecado, há uma questão ainda pior
que envolve aqueles que cedem às tentações; a do pecado oculto.
Pecados ocultos são aqueles pecados que nós achamos que
ninguém sabe; ele é guardado a sete chaves como um segredo de estado. Pode ser
um adultério, uma fornicação, um roubo, uma mentira, um uma falsidade, uma
malícia e até mesmo uma simples fofoca.
Sabemos que Davi ao cair em pecado com Bate-Seba escondeu o
seu pecado por um tempo. Para encobrir o seu pecado, ele cometeu outro pecado
mais grave ainda: ele planejou a morte de Urias, o marido de Bate Seba, um de
seus soldados mais destacado. Davi experimentou então, o sofrimento e a dor de
um pecado não confessado. No Salmo 32.3,4 ele mesmo relata o seu drama dizendo:
“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus
constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e
o meu vigor se tornou em sequidão de estio”.
Podemos entender deste texto que Davi chegou a adoecer de
tal maneira pelo peso da culpa que chegou a sentir dor em seus ossos e exaustão
extrema. A única saída para ser renovado e restaurado por Deus seria por meio
da confissão e arrependimento sincero; e foi o que ele fez depois de ser
confrontado pelo profeta Natã. No versículo 5 do Salmo 32 ele disse: “Confessei-te
o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao
SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado”.
Se você tem pecado diante do Senhor e por conta disso tem
sido atormentado pela culpa e sua vida tem se tornado seca, a CONFISSÃO é a
chave para a sua renovação e restauração espiritual.
A palavra grega traduzida por “confessar” no novo testamento
é “Homologeo” , que significa: “falar a mesma coisa”. Confissão significa que
tudo o que Deus considera como pecado, eu também considero como pecado.
Existem dois aspectos da confissão bíblica que eu quero
destacar:
O primeiro aspecto é que devemos confessar os nossos pecados
para sermos perdoados.
Neste sentido, somente Deus é quem pode nos perdoar e
nos absolver da culpa do pecado. Salmo 130.3,4 “Se observares, SENHOR,
iniquidades, quem, Senhor, subsistirá? Contigo, porém, está o perdão, para que
te temam”.
Em Marcos 2:1-12, relata que um homem paralítico foi trazido a Jesus
e descido até o salão por um buraco no teto. Cristo viu que sua primeira
necessidade era espiritual, não física, e disse-lhe: "Filho, os teus
pecados te são perdoados" (v. 5); e então o curou. Não há necessidade de
outros mediadores; e a bíblia é clara em dizer: “Porquanto há um só Deus e um
só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” 1 Tm 2:5; “Porque não
temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes,
foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.
Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de
recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”. Hb
4:15,16.
É bom lembrar que a confissão deve ser acompanhada de
arrependimento. O arrependimento pode ser definido como: "Afastar-se do
pecado, da desobediência ou rebelião e voltar-se para Deus. Em um sentido mais
geral, o arrependimento significa uma mudança de mente e de atitudes. É
justamente isso que diz o texto de Pv
28:13: “O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará, mas aquele que
as confessa e deixa alcançará misericórdia”. À partir daí podemos desfrutar de
uma vida de paz e comunhão com Deus.
O segundo aspecto é que podemos confessar nossos pecados
para sermos curados. Neste sentido, a participação de outro crente se faz
necessária. “Confessai, pois, os vossos pecados (as vossas culpas) uns aos
outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia,
a súplica do justo”. Tiago 5.16
No contexto desse mandamento, no verso 4 ,Tiago diz que se
houver um doente entre os membros da igreja, o mesmo deverá chamar os
presbíteros, para que, em resposta à oração e unção com óleo, o enfermo seja
curado.
É importante que se diga que nem toda doença resulta
diretamente de um pecado específico, mas, devido ao fato que o nosso corpo,
alma e espírito são intimamente interligados, muitas vezes um mal físico ou
enfermidade é causada pelo sentimento de culpa ou pecado que não conseguimos
nos libertar. Neste caso, diz Tiago, a pessoa doente precisa confessar o seu
pecado, ou culpas, a um irmão que vai ouvi-la e também orar por ela.
O
propósito dessa confissão é que o irmão doente, que tenha cometido o pecado
seja curado e restaurado. Em momento algum Tiago sugere a confissão auricular,
onde o sacerdote somente ouvirá a confissão e depois irá declarar o perdão; o
texto é claro quando diz: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros...”
Isso não significa que devemos sair por aí e nos expor a
qualquer irmão sem nenhum critério. Creio que este critério está bem definido
em Gálatas 6:1 que diz: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós,
que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que
não sejas também tentado”.
Creio que os “irmãos espirituais” são aqueles cristãos
amadurecidos na fé em Cristo, de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria que prezam pela discrição acima de tudo. Deus quer levantar no meio
do Corpo de Cristo pessoas que estão dispostas a erguer o irmão caído.
O irmão
que não consegue se livrar do peso da culpa ou do pecado que o domina, deve
procurar um irmão (ã) idôneo para confessar o suas culpas com o objetivo de
receber cura e apoio em oração. Tiago chega a afirmar: “Muito pode, por sua
eficácia, a súplica do justo”.
Por meio da confissão e abandono do pecado podemos ser
renovados e desfrutar novamente de comunhão com Deus. Abrir o coração e falar
pode ser um santo remédio para nos libertarmos do pecado e da culpa.
Em Cristo e Por Cristo!
Pr. Gilberto Oliveira Rehder
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