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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

CONHECENDO A ARMADURA DE DEUS. ESTUDO 7 (2ª Parte)


TEXTO BASE: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo” “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” Efésios 6:11 e 13

INTRODUÇÃO: No estudo anterior aprendemos que antes de nos envolvermos em um acirrado combate espiritual, precisamos estar certos de que estamos revestidos de toda a armadura de Deus. Paulo nos dá três razões para usarmos a armadura de Deus: Em primeiro lugar, “para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo.”; em segundo lugar: “para que possais resistir no dia mau” e em terceiro: “depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis”. Creio eu que se ficamos abalados ou nos sentimos vencidos após lidarmos com um conflito espiritual, isso se dá pelo mau uso da armadura ou pela ausência de uma de suas peças, por isso a Palavra diz: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus; tomai toda a armadura de Deus.”
Depois de estudarmos sobre as três primeiras peças da armadura [1- O CINTO DA VERDADE; 2- A COURAÇA DA JUSTIÇA e 3- O CALÇADO DA PREPARAÇÃO DO EVANGELHO DA PAZ.], vamos prosseguir nas próximas três.

4- O ESCUDO DA FÉ
“embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno”. Efésios 6:16

4.1- Conhecendo a peça: O escudo que é retratado na armadura de Deus é um escudo romano. Esse escudo, chamado 'scutum', era aquele escudo longo que cobria dos pés à cabeça. Muitas vezes, imaginamos um escudo redondo e pequeno, mas aqui, Paulo especifica esse tipo de escudo que é muito peculiar ao exército romano e muito significativo na simbologia que ele empregou para as armas espirituais.

4.2- A Finalidade do escudo: O escudo romano, assim como o escudo da fé, tinha dois objetivos principais. O objetivo primário era a proteção do exército contra as lanças, flechas e espadas inimigas. Todavia, existe um segundo aspecto não tão conhecido. O escudo era usado para possibilitar o avanço de toda uma legião. Essa tática ficou conhecida historicamente como “formação tartaruga”, pois era forte e defensivamente rígida como o casco de uma tartaruga. Por mais lentos que fossem as legiões romanas, elas eram firmes e poderosas contra os inimigos.

4.3- O sentido espiritual: Quero destacar dois aspectos espirituais do escudo da fé.

a) Primeiramente, vemos o escudo como a principal arma de defesa. A fé deve ser usada como peça fundamental contra os dardos do diabo. E, de fato, sem fé não conseguiríamos prevalecer contra os intentos do inimigo. Seria impossível viver a vida de Deus sem esse escudo de defesa, mesmo porque, constantemente, somos atacados pelo inimigo e, uma vez sem esse escudo, seríamos alvos fáceis. Os dardos inflamados eram feitos com uma vara curta na qual era colocada uma ponta de ferro e que era atirada com uma das mãos. Eles eram “inflamados” porque eram lançados com chamas de fogo sobre os seus oponentes. São vários os dardos inflamados que o Maligno atira contra nós a fim de acabar com a nossa autoridade e ousadia espiritual. São eles: os dardos da dúvida, do medo, da acusação, da injustiça, da crítica, da fofoca, da calúnia e da violência. Todos nós que estamos em meio à luta receberemos dardos inflamados lançados contra nossas vidas. A questão é: será que vamos ser atingidos por esses dardos, ou há como evitá-los ou acabar com eles? A fé não impede o inimigo de nos atacar, mas atua no sentido de extinguir o que o inimigo lança sobre nós. Pessoalmente gosto muito de usar a minha fé declarando o que diz Isaías 54:17 "Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do SENHOR e o seu direito que de mim procede, diz o SENHOR."

b) O segundo aspecto tem a função de mobilidade. A força defensiva do escudo permite à Igreja contra-atacar o inimigo. A palavra nos diz que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja de Jesus (Mateus 16:18). Aqui, Jesus está claramente demonstrando um aspecto ofensivo da Igreja, e assim podemos dizer que pela fé poderemos avançar contra as portas do inferno. Se temos pensado na fé enquanto uma certeza que se realiza, podemos também dizer que, quando evangelizamos e as pessoas se convertem, estamos atuando exatamente nesse sentido da fé e roubando o inferno. Certamente, suas portas não prevalecerão contra nós. Esse é só um exemplo da fé operante, mas existem outros. “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam”. Hebreus 11:6.

5- O CAPACETE DA SALVAÇÃO
“Tomai também o capacete da salvação”. Efésios 6:17a

5.1- Conhecendo a peça: Feito de bronze, revestido pelo interior com feltro ou esponja.

5.2- A Finalidade do capacete: O capacete é uma arma de defesa que na guerra protegia a cabeça dos soldados contra todos os ataques que eles viessem a receber.

5.3- O sentido espiritual: Quero destacar aqui que alvo de Satanás é a nossa mente. Toda batalha é travada na mente humana. “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.” 2 Coríntios 11:3
Mas o texto nos fala de um ataque específico do Maligno em relação a nossa salvação. Creio que este ataque se refere a ter dúvidas a respeito de nossa salvação. Quando fazemos a pergunta: “Você tem certeza da sua salvação?”, muitas vezes, vem a resposta “Acho que sim, espero que sim”. “Só Deus sabe..” Tais respostas mostram que essas pessoas não conhecem a Bíblia.
Há uma estreita conexão entre a fé em Cristo e a certeza da salvação. Foi o próprio Jesus quem disse: “Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47).
É preciso gritar a plenos pulmões que a salvação é uma dádiva de Deus e não uma conquista humana (Efésios 2:8-10). É oferta da graça e não resultado das obras. É recebida pela fé e não pelas obras. Consequentemente, nenhum homem pode vangloriar-se de sua salvação. Se a salvação fosse por méritos, então, o homem teria de que se gloriar, mas como ela é oferta da graça, o homem só pode se curvar e agradecer a Deus por tão grande dádiva.
Satanás sabe que um cristão duvidoso de sua salvação será um alvo fácil para a sua ação. Se ele puder nos convencer que ao pecarmos perdemos a nossa salvação e não seremos mais amados por Deus só nos resta abandonar ou apostatar de nossa fé. Por isso o autor de Hebreus diz: “Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram.” Hebreus 2:3.

6- A ESPADA DO ESPÍRITO.
“..e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;” Efésios 6:17b

6.1- Conhecendo a peça: Era uma espada com uma lâmina longa (50-55 cm), a arma por excelência do legionário romano, levado à direita da cintura.

6.2- A Finalidade da espada: O apóstolo Paulo apresenta a arma mais ofensiva, a espada, como a Palavra de Deus embora possa ser usada também defensivamente.

6.3- O sentido espiritual: Nos defendemos e atacamos o inimigo com a Palavra de Deus. Satanás é mentiroso, e a Palavra de Deus é a verdade que sempre prevalece sobre a mentira. A Palavra também é chamada de espada em Hebreus 4:12. Aqui, a Palavra é descrita como “viva e eficaz e mais penetrante que uma espada de dois gumes”. A espada romana era comumente de dois gumes, tornando-a melhor para perfurar e cortar em ambos os sentidos.

a) Defensivamente ela foi usada por Jesus em Mateus 4, quando foi tentado pelo diabo no deserto. Todas as vezes que o diabo lhe fazia uma sugestão, ele golpeava, dizendo: “Está escrito…” Por essa razão, o crente deve conhecer a Bíblia, estudá-la, memorizá-la, meditar nela e principalmente colocá-la em prática na vida, e assim estará golpeando o inimigo.

b) Ofensivamente ela é usada quando é pregada ou ensinada com ousadia no poder do Espírito Santo.

C.H. Spurgeon disse algo tremendo em seu sermão pregado na manhã de Domingo, 19 de abril de 1891, intitulado, “A Espada do Espírito” que achei interessante para nós:
“A Palavra de Deus na mão do Espírito fere terrivelmente e faz o coração do homem sangrar. Aquele que usa a Palavra nas batalhas do Senhor deve usá-la contra esperanças carnais e então golpear contra os temores da incredulidade. Deve golpear fortemente com uma lâmina, o amor ao pecado, e com a outra, o orgulho da justiça própria”.
Falando sobre o resultado de nossa pregação ele disse: “Vamos pedir que o bendito Espírito afie nossa pregação, senão falaremos muito e teremos pouco resultado!”.
Sobre atacarmos o inimigo em seu próprio terreno ele também disse: “Não sejam vocês somente sóbrios, ataquem a bebedeira. Não se contentem em se verem livres de superstições, vocês mesmos, mas a exponha aonde quer que aconteça! Não seja devoto apenas quando você se sente obrigado a sê-lo, mas ore pelo crescimento do reino,  ore em todo o tempo! Não diga somente “Eu vou manter Satanás longe da minha família educando meus filhos corretamente“, mas vá à escola dominical e ensine outras crianças, e assim leve a guerra para a outra fronteira!”.

Creio também irmãos que todo aquele que usa espada do Espírito ofensivamente deve saber do imenso poder de penetração desta espada. A ideia das Escrituras penetrando (Hebreus 4:12) significa que a Palavra de Deus atinge o "coração" chegando à profundidade a ponto de "dividir" (ou cortar) alma e do espírito, portanto, capaz de modificar aquilo que temos de mais interior e invisível. Mas essa "espada" também atinge "juntas e medulas", que são as partes físicas que nos levam a nos mover. Ela é capaz de mudar nossas atitudes. Além disso, traz à tona nossos pensamentos e intenções do coração, deixando claro aos nossos olhos o que realmente somos.
Por essas razões devemos usar a Espada do Espírito na certeza de ela não voltará vazia, mas cumprirá o propósito para o qual ela foi designada. “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei”. Isaías 55:11

CONCLUSÃO: O aposto Paulo encerra o assunto sobre a armadura do cristão dizendo que ao usarmos toda a armadura de Deus não nos esqueçamos, daquilo que creio eu ser a arma secreta do guerreiro que é a oração: “com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo”. Efésios 6:18-20


Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO
SÉRIE LUTA ESPIRITUAL



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