A IGREJA QUE DEVEMOS SER

 

Texto: Marcos 2:1-12
1 Dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que ele estava em casa.
2 Muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam lugar; e anunciava-lhes a palavra.
3 Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens.
4 E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o eirado no ponto correspondente ao em que ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o doente.
5 Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados.
6 Mas alguns dos escribas estavam assentados ali e arrazoavam em seu coração:
7 Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?
8 E Jesus, percebendo logo por seu espírito que eles assim arrazoavam, disse-lhes: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração?
9 Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda?
10 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados — disse ao paralítico:
11 Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.
12 Então, ele se levantou e, no mesmo instante, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, a ponto de se admirarem todos e darem glória a Deus, dizendo: Jamais vimos coisa assim!
 
Introdução: Graça e Paz! Eu quero compartilhar uma Palavra que tem como objetivo nos motivar a sermos uma Igreja relevante para os dias difíceis em que estamos vivendo.
 
Para que isto seja possível precisamos reconhecer que a Igreja somos nós e não o prédio onde nos reunimos. A palavra igreja vem do grego ekklesia é formada por uma combinação de duas palavras que significam “chamar” e “fora”.
 
Literalmente a Palavra Igreja significa os chamados para fora. Somos chamados para fora do que?  Do mundo pecaminoso que jaz no Maligno.
 
“E, não fiquem conformados com este mundo, mas transformem-se, renovem a mente de vocês” (Romanos 12:1).
 
Depois passou a significar uma assembleia de pessoas que se reúnem em nome de Jesus em determinado lugar.
 
Este é o sentido quando lemos: “igreja de Deus que está em Corinto” (1 Coríntios 1:2) ou, referindo-se a várias congregações na mesma região, as “igrejas da Galácia” (Gálatas 1:2).
 
 
O texto de Hb 10:25 diz: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”.
 
Se é uma ordem de Deus, não temos o direito de achar que às vezes é importante congregar e às vezes não.
 
Jesus disse: “Pois onde dois ou três se reunirem em meu nome, eu estarei ali no meio deles”. (Mateus 18:20).
 
O nosso propósito como Igreja de Cristo não é apenas de nos reunirmos para orar, adorar a Deus, ter comunhão e nos alimentar de Sua Palavra.
    
A nossa missão implica em sair para fora em busca das pessoas que necessitam de Salvação.
 
“A Bíblia não manda que os pecadores procurem a igreja, mas ordena que a igreja saia em busca dos pecadores” (Billy Graham)
 
Voltando ao nosso texto de Marcos 2:1-2 vamos aprender algumas lições preciosas sobre a Igreja que devemos ser.
 
Cafarnaum é uma das cidades mais importantes na Bíblia, pois além de ter sido o lugar que nosso Senhor Jesus estabeleceu sua residência (Mateus 4,12b-14), foi palco de muitos milagres e histórias super conhecidas, e foi também onde Ele iniciou seu grupo de 12 discípulos, pois Pedro, André, Tiago, João e Mateus também moravam lá.
 
Dentre as várias curas que Jesus operou em Cafarnaum, a do paralítico nos chama a atenção pela riqueza de ensinamentos que ela nos traz, e é sobre ela que vamos falar.
 
Ao ler o texto, fica bem claro que as pessoas presentes naquela reunião tinham focos diferentes, e cada uma delas, representa um tipo de pessoa.  É sobre estes quatro tipos de pessoas que eu desejo falar nesta palavra.
 
1- OS OUVINTES
2 Muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam lugar; e anunciava-lhes a palavra.
 
Na parábola do Semeador, Jesus apresenta quatro tipos de ouvintes da Palavra: Mateus 13:1-23
 
- O primeiro é o que ouve não entende: A semente é lançada a beira do caminho.
 
“A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho”. Mateus 13:19
 
“que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade.” 2 Timóteo 3:7
 
- O segundo é o que ouve, mas não tem profundidade:
 “O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.” Mateus 13:20,21
 
- O terceiro é o que ouve, mas não frutifica:
 
“O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera”. Mateus 13:22
 
- O quarto é o que ouve, compreende e produz frutos:  
 
“Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um”. Mateus 13:23
 
Que tipo de ouvintes somos nós?
- Somos apenas aqueles que ouvem, mas não se comprometem?
- Somos apenas curiosos?
- Somos indiferentes?
 
Tiago 1:22-24
22 Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural;
24 pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.
 
2- OS DOENTES
3 Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens.
 
A Igreja de Cristo não é um museu para santos, mas um hospital para pecadores. Os que chegam aqui são doentes em tratamento.
 
Uma placa de Igreja diz: “Proibido a entrada de pessoas perfeitas”
 
Procurar pessoas perfeitas dentro da igreja de Deus é como chegar em um hospital e falar: “Não aceito ninguém doente aqui!”.
 
O paralítico trazido a Jesus representa este grupo presente nas reuniões da igreja.
 
O paralítico por razões obvias não conseguiu chegar por conta própria na presença de Jesus, ele dependeu totalmente dos 4 amigos!
 
O paralítico aqui representa aqueles que sozinhos não conseguem buscar ao Senhor e dependem totalmente da ajuda espiritual e física de outros para chegar até Jesus.
Doenças sempre fizeram parte da vida humana, e trazem grande sofrimento e tristezas. Ela nos priva de muitas coisas, tira de nós aquilo que gostamos, e assusta a toda a humanidade.
 
Mas a doença que mais nos faz sofrer se chama pecado, pois ela interfere em todos os aspectos de nossa vida se chama pecado.
 
O fato de Jesus estar constantemente cercado por pessoas de má fama,  considerado grandes pecadores, sempre escandalizou os líderes religiosos da época, como os fariseus.
 
Eles achavam que se ele fosse um profeta, não deveria se misturar com pessoas dessa espécie.
 
Igreja é lugar de gente doente e com vários problemas. Como eu sei disto? Eu faço parte dela e sou um deles.
 
 
Mateus 9:10-13
 
10 E sucedeu que, estando ele em casa, à mesa, muitos publicanos e pecadores vieram e tomaram lugares com Jesus e seus discípulos.
11 Ora, vendo isto, os fariseus perguntavam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?
12 Mas Jesus, ouvindo, disse: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes.
13 Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento].
 
Qual a condição para salvar, retirar alguém do pecado?
 
 - O reconhecimento do seu estado pecaminoso, sua situação de perdido. Quando achamos que não estamos perdidos, não andianta alguém querer nos ajudar.
 
3- OS QUE CARREGAM OS DOENTES
3 Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens.
4 E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o eirado no ponto correspondente ao em que ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o doente.
 
Os 4 homens que levaram o paralítico representam aqueles que trazem pessoas à presença de Jesus.
 
Estes são aqueles que trabalham na obra, que oram constantemente para que Deus salve e ou transforme um familiar ou amigo.  São pessoas perseverantes e que injetam ânimo nas pessoas!
Aqui um detalhe chama a atenção.  Jesus antes de curar o paralítico perdoa seus pecados, diferente de outras ocasiões onde Ele realizou curas e milagres diretamente. Aquele homem foi levado até Jesus imaginando que o que ele mais precisava em sua vida era a cura de sua paralisia física, mas o Mestre primeiro resolveu sua situação espiritual.
 
Nós como Igreja do Senhor precisamos ir até às pessoas no cerne (na essência) de seus problemas: a questão do pecado.
 
Muitos são os que se aproximam de Deus querendo que Ele resolva algo em nossas vidas que não é primordial. Sem atentar para a sua vida espiritual e sem perceber que o que estamos passando é fruto de uma vida longe de Deus, fruto de pecado.
 
Como Igreja que leva os doentes a Jesus romper muitas barreiras!
 
Em primeiro lugar esses amigos romperam a barreira do comodismo para levar o doente a Jesus.
 
- Eles providenciaram um meio de leva-lo a Jesus (uma maca)
 
Em segundo lugar, eles romperam a barreira da multidão que os impedia de se aproximar de Jesus. Então eles subiram no telhado da casa, subiram também o paralítico e o desceram pelo teclado até a presença de Jesus!
 
Em terceiro lugar eles romperam a barreira do individualismo. Eles se uniram para ajudar o paralítico.  
 
Deus quer que sejamos um purê de batata e não um saco de batata.
 
Não existe um lado rico e outro pobre dentro do purê. Não existe parte boa ou estragada, se o purê está estragado ele está por inteiro.
 
Como igreja devemos nos unir para salvar vidas como fez estes quatro amigos.
 
5 “Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados”.
 
Jesus age de forma intencional, não só apenas para curar mais para mudar todos os aspectos da vida daquele homem.
 
4- OS CRÍTICOS
6 Mas alguns dos escribas estavam assentados ali e arrazoavam em seu coração:
7 Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?
 
Os críticos representados aqui pelos Escribas são aqueles que se sentam, cruzam os braços e se tornam uma espécie de fiscais dos outros.
 
Eles criticaram até Jesus por blasfêmia ao dizer que os pecados do paralítico estava perdoado!
 
8 E Jesus, percebendo logo por seu espírito que eles assim arrazoavam, disse-lhes: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração?
9 Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda?
 
Para os escribas existia somente uma norma para o perdão dos pecados:
“Só Deus pode perdoar pecados”. O sistema judaico entendia que para alguém receber o Perdão de seus pecados: deveria ir até o templo de Jerusalém e ofertar um sacrifício de animais. Os fariseus assim pensavam, pois conheciam muito bem o que dizia a lei.
E isto só podia acontecer através do serviço do Templo através dos sacerdotes.
Neste episódio acontece algo novo, Jesus perdoa os pecados sem mesmo que a pessoa tenha que se dirigir ao Templo e fazer ofertas e sacrifícios. O fato torna-se polemico os escribas não aceitam as palavras de Jesus e viam nesta atitude de Jesus alguém que queria destruir os fundamentos da organização religiosa e política do Templo
A preocupação dos escribas, conhecedores da lei era simplesmente conservar o cumprimento da lei judaica. Jesus ao contrário vê o que a lei subjugava o povo enquanto que Ele se preocupa com a vida e a saúde das pessoas.
 
Jesus esta agindo em nome de seu Pai e começa a tratar de modo diferente os que eram considerados pecadores.
 
CONCLUSÃO:
 
10 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados — disse ao paralítico:
11 Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.
12 Então, ele se levantou e, no mesmo instante, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, a ponto de se admirarem todos e darem glória a Deus, dizendo: Jamais vimos coisa assim!
 
O homem agora é testemunha da verdade e do milagre, ele tem a prova física em suas pernas, mais também o testemunho vivo em seu coração.
 
Qual é a Igreja que devemos ser? A Igreja que devemos ser é aquela que se compara aos quatro amigos do paralítico. Devemos levar pessoas a Jesus enfrentando todas as barreiras para que recebam Salvação e cura.
 
 
Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO