Texto básico: “E
o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. E vimos
sua glória, glória como a do Pai”. (João 1.14)
2020 foi o ano das más notícias, das surpresas desagradáveis, das perdas irreparáveis. O número de pessoas desaparecidas e suicidas aumentou em grande proporção.
Não bastaram as perdas pelo Covid: a depressão e a ansiedade foram tão pandêmicas quanto o novo vírus.
Parece haver algo de profético em torno desse tema, considerando tudo o que experimentamos nos últimos 12 meses.
Uma relação autêntica com Deus não é baseada na força da lei, mas no apego da graça.
Então, precisamos entender o que é a graça. É o que faremos, durante todos os quartos domingos deste ano, domingos de missão, dia de voltarmos nosso foco ao amor pelas vidas perdidas.
Começamos hoje falando sobre a origem da graça. JESUS, O PONTO DE PARTIDA DA GRAÇA.
João, no seu Evangelho, volta à criação do mundo e nos dá uma ideia nova de Gênesis. É por causa de João que, quando lemos: “Façamos o homem à nossa imagem e conforme a nossa semelhança”, nós enxergamos Jesus no princípio da criação. Ele é o motivo pelo qual todas as coisas existem.
É o que Paulo também diz em Rm 11:36 “Porque dele, por ele e para ele são todas as coisas”.
Todas as coisas criadas possuem a marca de Cristo, o toque de Cristo e o propósito de Cristo.
15 Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.
Jesus sintetiza tudo o que se pode dizer sobre a graça. Ela, como ele, é “indesistível”!
O apóstolo Paulo diz que a lei nos conduz como um aio, como um pedagogo, como alguém que ensina o caminho, mas que a lei não pode nos levar a penetrar o profundo da relação com Deus.
“De maneira que a lei nos serviu de aio (tutor, pedagogo) para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio. Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus;” Gálatas 3:24-26
- A lei aponta o erro, mas não consegue eliminar a culpa.
A graça não apenas gera o perdão e elimina o peso, mas ela permite o recomeço. Ela possibilita a leveza. Ela permite entender a vontade de Deus e obedecer a esta vontade. Ela abre margem à ação do Espírito Santo.
Nós só podemos compreender isso porque Jesus, ao encarnar-se, cumpre toda a lei.
Olhando
para a vida dele, para suas palavras, seguindo seu exemplo, nós tornamos
possível para nós uma vida plena em abundância!
A relação com Deus se torna realmente filial. As cobranças por performance podem ser substituídas por uma vida real. A justificação acontece. A purificação transforma a existência. Olhamos para nós mesmos e encontramos motivo para respirar o ar da liberdade...
Não apenas compreendemos a Deus porque ele se abaixa até nós em Cristo. Nós também podemos apresentar nossa necessidade a ele.
Hebreus 4:15,16
Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.
As pessoas sempre perguntam se Deus está interessado nas pequenas coisas da nossa vida. Em Jesus, aprendemos que sim.
Deus está interessado em nossa existência. Ele quer nos fazer plenos e plenas em todos os sentidos.
Ele quer nos alegrar nesta vida e quer nos dar a sua glória eterna!
- Jesus nos mostra isso porque ele falou para as pessoas, ele curou as pessoas, ele deu propósitos às pessoas, ele as ensinou, confrontou, desafiou e amou em todas as proporções.
Ele deu vida abundante e eterna a muita gente e segue fazendo o mesmo a nós também!
2- JESUS, O PONTO FINAL DA GRAÇA.
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”. João 1:14
A graça começa e termina em Cristo. Ela começa no coração amoroso de Jesus e termina apontando para a glória dele.
Por isso que João declara: “vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”
O que significa esta declaração?
As Escrituras advertem que nenhuma pessoa podia ver a Deus e viver.
Você lembra de Isaías quando teve a visão do trono de Deus em Isaías cap. 6?
“No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo”. (Isaías 6.1)
Quando Isaías veio ao templo ele estava em crise. O rei Uzias estava morto. Os olhos de Isaías foram abertos para ver o verdadeiro Rei da nação. Ele viu a Deus, o Soberano, sentado em um trono, cheio de glória e santidade!
O que ele disse? “Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” Isaías 6:5
Isaías ali mesmo diante da glória de Deus pensou que iria morrer. Mas não, sabe porque? Porque o Deus de Toda Graça se manifestou a ele. Antes, ele foi tocado e purificado com as bravas vivas do altar!
A palavra glória, no Antigo Testamento, é shekinah. É um termo rico de significados, a maior parte deles relacionado com algo que é para ser visto e apreciado.
A shekinah era o fogo queimando na sarça que não se apagava. Era a nuvem que enchia a tenda da congregação. Ou a luz que resplandecia no rosto de Moisés.
Ela foi a manifestação que apareceu para Salomão enquanto ele orava.
A shekinak era a sinalização de que Deus estava presente.
Em Jesus, a glória de Deus é a percepção da atuação da graça de Deus. Se existe glória é porque a graça agiu.
Se a graça agiu, a glória é manifestada! Por isso, quando Jesus vem, cheio de graça e de verdade, a glória de Deus é manifesta.
A gente consegue reconhecer que Deus está presente, vivo e perceptível!
A glória é sinal que a graça prevaleceu sobre todo pecado, morte, separação e divisão. A graça vence e a glória aparece!
3- JESUS, A GRAÇA QUE HABITA.
“E o Verbo se fez
carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade..” João 1:14,a
O termo “verbo” nessa declaração traduz o grego logos, que significa “palavra”. Mas o Logos a que João se refere não é um conceito abstrato de razão, mente ou sabedoria, e muito menos uma filosofia.
Quero desafiar você a
viver um ano sob a graça e na disposição do anúncio da graça.
“Quero assegurar a
você que a glória de Deus pode vir sobre nós de modo muito especial neste ano,
se voltarmos nosso foco para Cristo, esta graça encarnada, que é o ponto de
partida, o ponto de vista e o ponto final da plenitude de toda vida!”
Entregue seu coração a esta experiência vital. Abra seus olhos para as boas notícias que estão aí para serem proclamadas.
Assuma o lugar de proclamador, de proclamadora. Não tenha medo de passa-las adiante. Essas não são fake News. São verdadeiras, são autênticas e transformam vidas!
“Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.” Atos 20:24
CONCLUSÃO: Jesus não é uma boa notícia passageira. Ele é a graça que habita entre nós. A graça que caminha conosco. Ele é o Emanuel, Deus conosco, graça conosco!
Ele permanece. Ele está ao nosso alcance. Ele quer nos elevar às alturas de Deus. Ele é a reconciliação com Deus. Ele é a ponte que nos une ao céu.
Anjos vieram do céu para proclamá-lo nos campos de Belém. Magos vieram do oriente para proclamá-lo no palácio.
Ninguém pode ficar sem ouvir esta proclamação.
Este é o nosso tempo! Vamos anunciar Jesus, a origem da graça!
Texto: Bispa Hideide Brito Torrres
Adaptação: Gilberto Oliveira Rehder