Texto:
Mateus 5:1-12
1 Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se
assentasse, aproximaram-se os seus discípulos;
2 e ele passou a ensiná-los, dizendo:
3 Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é
o reino dos céus.
4 Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
5 Bem-aventurados os mansos ,porque herdarão a terra.
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão fartos.
7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão
misericórdia.
8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a
Deus.
9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados
filhos de Deus.
10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça,
porque deles é o reino dos céus.
11 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos
injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.
12 Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso
galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de
vós.
Introdução: Graça e Paz igreja. As últimas
ministrações que fiz antes de ficar de quarentena com covid foi sobre a
necessidade de trazermos o Senhor Jesus para o centro de nossas vidas.
Sendo
Jesus o centro de nossa vida precisamos andar como Ele andou; viver em
santidade como Ele viveu, e cumprir o propósito do Pai como Ele cumpriu.
Entendo
também que para fazermos de Jesus o centro de nossas vidas precisamos conhecer
bem Ele os seus ensinos e praticá-los.
Creio
que as bem-aventuranças ensinadas por Jesus no conhecido sermão da montanha é a
síntese do que realmente o Senhor quer de cada um de nós como seus discípulos.
O
Senhor quer a nossa felicidade! Você acredita nisso?
A
palavra Bem-aventurado vem do Grego:” Makarios” e quer dizer, feliz, abençoado.
No
entanto, precisamos fazer algumas distinções da felicidade buscada pelo
mundo, daquela que foi ensinada por jesus.
·
A
felicidade buscada pelo mundo
tem seu foco no prazer a qualquer custo. Não importa se para ser feliz a pessoa
tem que trair, matar ou ser desonesto.
·
A
felicidade ensinada por Jesus
não é algo que compramos com dinheiro, mas um presente que recebemos de
Deus. Esta felicidade obedece a ética do Reino de Deus e valoriza o ser
humano como a imagem do criador!
Por
isso, as bem-aventuranças não são uma retribuição dos méritos humanos, mas um
presente da graça divina.
“O dinheiro pode dar-nos uma casa, mas não um lar; pode
dar-nos conforto, mas não saúde; pode dar-nos companhia, mas não amizade
verdadeira; pode dar-nos um rico funeral, não a vida eterna; pode dar-nos
aventuras, mas não a felicidade verdadeira.” Rev. Hernandes Dias Lopes
O
filho pródigo pensou que era feliz quando tinha dinheiro no bolso e amigos ao
seu redor. Mas, quando o dinheiro acabou e os amigos foram embora, aquele homem
sentiu a dor da solidão e o vazio da infelicidade.
·
A
felicidade que o mundo proporciona
é passageira e superficial. Ela não resiste aos tempos de crise.
·
A
felicidade ensinada por Jesus não está nas coisas externas ou no ter, mas nas realidades
internas, no ser.
Deus
colocou a eternidade no coração do homem. É do coração que procedem as
verdadeiras fontes da vida. O ouro da terra não pode preencher o vazio da alma.
A
verdadeira felicidade é deleitar-se em Deus, é alegrar-se com o que Deus se
alegra, é beber do Seu manancial de Vida.
“Pois
em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz.” Salmos 36:9
·
A
felicidade do mundo é encontrada no pecado. Ela é uma grande mentira (Fake). Ela promete prazer e
produz desgosto. Promete vida e gera morte.
A
Bíblia diz isso: “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao final dá em
caminhos de morte.” Provérbios 14:12
·
A
felicidade ensinada por Jesus
é consequência de um uma relação adequada com Deus, com nós mesmos e com o
nosso próximo.
A
verdadeira felicidade é abraçar o que o mundo repudia e repudiar o que o mundo
aplaude.
Os valores
do Reino de Deus são como uma pirâmide invertida.
Jesus diz
que feliz é o pobre, o que chora, o manso, o puro, o perseguido.
Jesus diz
que aquele que ganha a sua vida perde; mas o que a perde, esse é quem ganha.
Hoje eu quero focar na primeira bem-aventurança que se
encontra em Mateus 5:3. Vamos ler juntos?
“Bem-aventurados os
humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”.
No texto
original grego é usada a expressão: “pobres de espírito” em vez de “humildes de
espírito”.
A
palavra pobre empregada aqui descreve uma pessoa absolutamente pobre e em
estado de carência absoluta.
O que
não é ser pobre de espírito?
1-
Não significa pobreza financeira. Francisco de Assis foi o que idealizou
que era necessário renunciar às riquezas financeiras para viver na pobreza a
fim de se ter um relacionamento com Deus.
Tal
posição violenta as Escrituras. A pobreza em si não é um bem da mesma forma que
a riqueza não é um mal. Uma pessoa pode ser pobre financeiramente e não ser
pobre de espírito.
A
pobreza bem-aventurada é a do “pobre de espírito” que reconhece a sua
própria falta de recursos para enfrentar as exigências da vida e encontrar a
ajuda e fortaleza em Deus.
2-
Não significa ter uma vida espiritual pobre. Jesus não está elogiando os
que são descuidados com a vida espiritual. Ser pobre em santidade, verdade, fé
e amor é uma grande tragédia!
Jesus condenou a igreja em Laodicéia por esta condição: “pois dizes: Estou rico e abastado e
não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável,
pobre, cego e nu.” Apocalipse 3:17
3-
Não significa pobreza de autoestima. A baixa autoestima não é um bem,
mas um mal.
Exemplo:
Os príncipes de Israel se viram como gafanhotos. Se viram menos que príncipes e
menos que homens. Eles não foram derrotados pelas circunstâncias, mas pelos
seus próprios sentimentos.
Timidez é covardia. É a incapacidade de posicionar-se. É ficar sempre em
cima do muro.
A
bíblia diz que os tímidos ficarão fora do Reino de Deus (Ap. 21:8)
O que
realmente significa ser pobre de espírito?
1- SER POBRE DE ESPÍRITO É A BASE PARA TODAS AS OUTRAS
VIRTUDES DO REINO.
Esta
primeira bem-aventurança é o primeiro degrau da escada. Sem ela não poderíamos
ser puros ou mansos de coração.
Não
podemos ser cheios de Deus sem antes nos esvaziarmos de nós mesmos.
Uma
pessoa não pode chorar pelos seus pecados até que reconheça que não tem méritos
diante de Deus.
2- SER POBRE DE ESPÍRITO É RECONHECER NOSSA TOTAL
DEPENDÊNCIA DE DEUS.
No
grego há duas palavras para descrever o pobre:
A primeira delas é penês- usada para descrever o homem que tem
que trabalhar para ganhar a vida. É aquele que não tem nada que lhe sobre. Ele
não é rico, mas não padece por necessidades. Ele não possui o supérfluo, mas o
básico.
A segunda é ptokós- descreve a pobreza absoluta daquele que está afundado
na miséria. É ser pobre como um mendigo.
Foi
essa palavra que Jesus utilizou aqui.
Feliz
é o homem que reconhece que o dinheiro, o poder e a força não significam nada,
mas Deus significa tudo.
John MacArthur:
“Essa bem-aventurança faz referência à pessoa interior e não ao corpo”.
Essa
miséria é espiritual e não material.
John
Stott diz que ser pobre de espírito é reconhecer a nossa pobreza ou falência
espiritual diante de Deus, pois somos pecadores.
“Nada temos que oferecer, nada que reivindicar, nada com
que comprar o favor de Deus”
Ser
pobre de espírito é agir como o publicano que orava diferente do Farizeu:
“Senhor compadece-te de mim, um pecador”
Ou
como Moisés quando foi chamado por Deus: “Senhor, quem sou eu...não sei
falar...
Ou
como Pedro que ao se encontrar com Jesus gritou: “Senhor, afaste-se de
mim, porque sou pecador”
E
como Paulo que olhando para a sua natureza pecaminosa clamou: “Miserável
home que sou...”
3- SER
POBRE DE ESPÍRITO É SER CHEIO DA GRAÇA DE DEUS.
Três
ensinamentos a destacar aqui:
3.1-
Enquanto você não se considerar pobre de espírito, jamais Cristo será
precioso para você.
Se
não enxergarmos a nossa própria miséria, jamais enxergaremos a riqueza que
temos em Cristo.
Enquanto
não percebermos a miséria de nossa condição pecaminosa, jamais desejaremos o
perdão de Deus.
3.2-
Enquanto você não se considerar pobre de espírito, não estará pronto para
receber a GRAÇA de Deus.
Aqueles
que pensão que têm algum mérito para apresentar diante de Deus jamais
experimentarão a GRAÇA Salvadora, justificadora e santificadora.
3.2-
Enquanto você não reconhecer-se pobre de espírito, não poderá ir para o céu.
A
porta do céu é estreita e aqueles que se consideram grandes aos seus próprios
olhos não podem entrar lá.
Você lembra de Isaías
quando teve a visão do trono de Deus em Isaías cap. 6?
“No ano da morte do rei
Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de
suas vestes enchiam o templo”. (Isaías 6.1)
Quando
Isaías veio ao templo ele estava em crise. O rei Uzias estava morto. Os olhos
de Isaías foram abertos para ver o verdadeiro Rei da nação. Ele viu a Deus, o
Soberano, sentado em um trono, cheio de glória e santidade!
O
que ele disse?
“Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios
impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o
Rei, o Senhor dos Exércitos!” Isaías 6:5
Isaías ali mesmo diante
da glória de Deus pensou que iria morrer. Mas não, sabe porque? Porque o Deus
de Toda Graça se manifestou a ele. Antes, ele foi tocado e purificado com as
bravas vivas do altar!
CONCLUSÃO:
Mas a bem-aventurança termina com a promessa, porque deles é o reino dos céus
(Mt 5.3). Isto significa que somente aqueles que compreendem a sua condição
pecaminosa e reconhecem a sua ruína espiritual são aqueles que se achegam
humilhados diante de Deus e são recebidos em Seu reino.
A
VERDADEIRA FELICIDADE NÃO É APENAS UMA PROMESSA PARA O FUTURO, MAS, SOBRETUDO,
UMA REALIDADE PARA O PRESENTE.
Jesus
não disse: “Bem-aventurados serão os humildes de espírito. Ele disse:
“Bem- aventurados são os humildes de espírito.”
Os
crentes não serão felizes apenas quando chegarem no céu. Somos felizes a
caminho do céu.
Pr.
Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO
Adaptação
do Livro:
A
Felicidade ao Seu Alcance- Rev. Hernandes Dias Lopes