"Usava João vestes de pelos de camelo e um cinto de
couro; a sua alimentação eram gafanhotos e mel silvestre". Mateus 3.4
Quando se é um adolescente ou jovem não pensamos muito sobre
a nossa saúde e cometemos uma série de abusos alimentares. Lembro-me como se
fosse ontem, das nossas incursões aos grandes rodízios de pizzas ou carnes com
amigos e irmãos da Igreja Metodista em Santo Amaro-SP; ali chegávamos até
disputar quem conseguia comer mais. Até hoje costumo brincar dizendo que nós
metodistas somos o "povo do coração aquecido" e do "estômago
dilatado". Por conta desta "dieta" cheio de carboidratos,
gorduras e açucares adoecemos e adquirimos aquela barriguinha que por mais
"charmosa" que possa ser, nos limita até para amarrar um sapato. À
partir daí passamos a cuidar mais de nossa alimentação e seguimos uma dieta
prescrita por uma nutricionista em busca da saúde e da boa forma.
Com certeza você já ouviu falar de vários tipos de dieta; a
dieta da sopa,a dieta do mediterrâneo, a dieta do tipo sanguíneo, a dieta da
combinação de alimentos...mas você já ouviu falar da dieta de João Batista?
A bíblia nos revela que a alimentação do profeta João
Batista era de gafanhotos e mel silvestre. Podemos extrair deste texto algumas
lições interessantes sobre esta estranha dieta.
A primeira é que a nossa vida é cheia de contradições.
Gafanhotos nos remete a coisas ruins, tristes e amargas, enquanto o mel, a
coisas doces, alegres, felizes e boas. Quando vemos na bíblia que João comia
gafanhotos e mel, podemos aprender que nossa existência será de altos e baixos,
alegrias e tristezas, fé e dúvidas, conquistas e derrotas, acertos e erros, vida
e morte. Todos os servos de Deus experimentaram essas contradições, e nem o
próprio Cristo ficou isento dessa realidade. Em um momento, Jesus estava nas
águas do Jordão; em outro, no deserto; uma hora, Ele ouvia a voz do Pai; outra,
era confrontado pelo diabo. Quando Jesus foi apresentado por seus pais no
templo, o sacerdote Simeão previu esta contradição: "Simeão os abençoou e
disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para
ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de
contradição". Lucas 2.34
A segunda é: quando alguém lhe oferecer "gafanhotos",
aprenda a retribuir com "mel"
A Bíblia diz: " Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o
bem". Romanos 12.21. Em nossas vidas surgirão pessoas para nos servir
inveja, ódio, calúnia, difamação, perseguição, fofoca. Porém, se queremos ser
parecidos com Cristo na terra, devemos oferecer “favos de mel”, e responder com
amor. Esse é o nosso grande diferencial neste mundo. Quando alguém nos oferecer
gafanhotos, vamos oferecer o mel da graça divina. Como disse o apóstolo Paulo: "Pelo
contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe
de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua
cabeça". Rom.12.20
A terceira lição é que devemos aprender a saborear e a
valorizar mais o mel que Deus nos dá. Conheço pessoas que supervalorizam tanto
suas lutas e problemas que se esquecem facilmente de desfrutar das coisas boas
da vida que Deus nos dá. Essas pessoas se tornam amargas, insatisfeitas e suas
vidas acabam ficando sem sabor. Porque será que valorizamos mais as coisas "indigestas
da vida" do que as coisas que nos fazem bem? Não deveria ser ao contrário?
Isso me faz lembrar de quando Moisés enviou os doze espias para Canaã. Todos
eles relataram que a terra era rica em leite e mel (Nm 13:26-32); eles até
trouxeram provas da abundância daquela terra (vs 26). Mas dez deles disseram que
aquela terra era uma "terra que devora os seus moradores" e
desanimaram todo o povo. (veja Num 13:31-33).
Se a vida nos oferece uma dieta de gafanhotos e mel, olhemos
para Jesus o autor e consumador de nossa fé sem desanimar. Em Cristo e Por
Cristo!
Pr. Gilberto Oliveira Rehder
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