TEXTO
BASE:
“Participa dos meus sofrimentos como bom
soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta
vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou”. 2 Timóteo
2:3,4
INTRODUÇÃO: Todo cristão deveria saber que a
vida cristã é muito mais que frequentar uma igreja aos domingos. Por isso temos
entendido que ser discípulo é muito mais que ser um membro da igreja. Ser
discípulo é entrar para o campo de batalha e se envolver com o projeto de Deus
de salvar almas. Discipulado implica em envolvimento. Deus se envolveu conosco.
Ele não ficou lamentando a queda do homem. Ele agiu e isso implicou em um
envolvimento direto com a humanidade. Para deixar isto claro, Paulo lança mão
do exemplo do soldado. O soldado sempre será um soldado, mesmo que não esteja
fardado. Não existe meio soldado. O individuo não se alista pela metade. Ele se
alista por inteiro. A partir do momento do alistamento, ele está totalmente comprometido
com a corporação à qual se alistou. Paulo fala que o soldado, verdadeiramente
cristão, tem um desejo. Ele deseja agradar o seu comandante. Para agradarmos ao
nosso comandante precisamos ter alguns requisitos:
I- DISPOSTOS A SOFRER.
“Participa
dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus”.
Paulo,
como discípulo e soldado, foi chamado por Cristo a sofrer pelo Evangelho (At
9.16). Por isso, convocou seu discípulo a sofrer as aflições do ministério com
ele. Servir como soldado de Cristo não é tarefa nada fácil. Pelo contrário,
dureza, riscos e sofrimento são aceitos sem contestação. Se for fiel ao
evangelho, certamente experimentará oposição e escárnio.
Ele
deverá sofrer em conjunto com seus companheiros de luta. William Barclay observou
que todo soldado está condicionado ao sacrifício. O soldado cristão deve estar
sempre pronto para sacrificar seus desejos, anseios, tempo e dinheiro pela obra
Deus e por seus companheiros de ministério.
Nós
não podemos sofrer sozinhos nas batalhas pelo Evangelho, precisamos da ajuda de
nossos amigos, líderes, discipuladores e pastores.
II- LIVRES DE
EMBARAÇOS.
“..Nenhum
soldado em serviço se envolve em negócios desta vida..” Em outra versão: “Nenhum soldado em serviço se embaraça com
negócios desta vida..”
Os
chamados para participar da luta espiritual não se devem embaraçar com os
cuidados deste mundo. Paulo não está ensinando aqui que o cristão não deva ter
o seu trabalho secular. No entanto há muitos discípulos impedidos de militar na
obra de Deus porque a sua vida está embaraçada. O soldado cristão precisa por a
sua vida em ordem. Para muitos, o foco de suas vidas é ganhar dinheiro e por
isso sacrificam o seu tempo com Deus e com a família. Para outros, não importa
se, para conseguir seus objetivos, têm de agir honesta ou desonestamente. Para
o verdadeiro soldado de Cristo, os fins não devem justificar os meios. Aquilo
que começa errado não se endireita automaticamente. Jamais se deixe levar pelo
lucro fácil nem por um prazer desonesto. Por trás de toda tentação, há um
espírito maligno que deseja tê-lo sob a autoridade dele. Duas perguntas
básicas:
1ª Você é totalmente
livre e desimpedido para servir a Deus?
2ª Existe em sua vida
alguma coisa que lhe impede de servir a Deus sem qualquer embaraço?
“...desembaraçando-nos
de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com
perseverança, a carreira que nos está proposta..” (Hb 12:1b).
III- OBJETIVO DEFINIDO.
“...porque
o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou”.
Todo soldado quando sai à batalha tem um
objetivo, ele tem um alvo. Para o cristão, seu objetivo é satisfazer ao Senhor.
Para satisfazer (contentar, agradar) ao Senhor o soldado cristão precisa:
3.1- Ser
Submisso às autoridades- “Obedeçam
aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como
quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma
alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês”. NVI
O soldado cristão é submisso a Deus e às
autoridades que Deus colocou sobre ele. Submissão à autoridade não se limita a
estar sujeito a uma pessoa, mas é estar sujeito à unção de Deus sobre ela. No
exército de Deus precisamos também ser liderados. Ninguém é autônomo no Corpo
de Cristo.
Davi reconhecia a unção que havia sobre Saul
e sabia que ele era ungido do Senhor. Davi defendia de maneira absoluta a autoridade
de Deus.
O reino das trevas possui uma organização. É
o que podemos chamar de “a ordem da desordem”. Paulo fala de principados e
potestades. Existe uma cadeia de comando. Existem lideres e liderados. Quem
manda e quem obedece. Porque na Igreja cada
um quer fazer o que quer?
NÃO
PODE HAVER NA VIDA DO SOLDADO CRISTÃO QUALQUER RAIZ DE REBELIÃO, SEJA DECLARADA
OU OCULTA, PORQUE A REBELIÃO TEM ORIGEM EM SATANÁS E NO PECADO E É COMPARADA AO
PECADO DE FEITIÇARIA. “Porque a rebelião
é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a
ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou
a ti, para que não sejas rei”. 1 Samuel 15:23
Quando intercedemos ou
oramos por alguém estamos exercendo autoridade espiritual.
Essa autoridade nos foi delegada por Jesus. Não agimos independente e
não estamos em nosso nome.
3.2- Ter
a motivação Correta- Na luta espiritual não podemos nos envolver por aventura,
modismo ou exibicionismo da fé. Creio também que o orgulho espiritual tem sido
a causa da queda de muitos soldados cristãos. "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a
queda." Provérbios 16:18
Jonathan Edwards falando neste assunto disse: “A primeira e a pior causa de erro que
prevalece nos nossos dias é o orgulho espiritual. Essa é a principal porta que
o diabo usa para entrar nos corações daqueles que têm zelo pelo avanço da causa
de Cristo”.
Creio que a motivação correta é satisfazer ao
nosso comandante buscando dele a aprovação. “Porque
não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva”.
2 Coríntios 10:18.
CONCLUSÃO:
Conta-se que quando estava à beira da morte,
Alexandre, o Grande convocou os seus generais e relatou seus três últimos
desejos:
1- Que
seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
2-Que
fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata,
ouro, pedras preciosas);
3- Que
suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão: à vista de
todos.
Um dos seus generais, admirado com esses
desejos incomuns, perguntou a Alexandre quais as razões para tal desejo.
Alexandre explicou:
- Quero
que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO
têm poder de cura perante a morte;
- Quero
que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que
os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;
- Quero
que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos
vazias viemos e de mãos vazias partimos.
Creio que entre as várias lições que podemos
aprender com esta história é que enquanto soldados de Cristo a nossa maior
conquista não são os tesouros desta terra, mas, sim as vidas que conseguimos
conquistar para Cristo Jesus. Este é o verdadeiro tesouro que ajuntamos para a
eternidade. “Mas ajuntai tesouros no céu,
onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem
roubam.” Mateus 6:20
Pr.
Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO
SÉRIE LUTA ESPIRITUAL
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