segunda-feira, 25 de novembro de 2019

SÉRIE: PERDOAR É PRECISO! (1ª Parte)



LIVRE-SE DA OFENSA ANTES QUE ELA DESTRUA VOCÊ!

TEXTOS: 2 Samuel 15:1-6

1 Depois disto, Absalão fez aparelhar para si um carro e cavalos e cinqüenta homens que corressem adiante dele.
2 Levantando-se Absalão pela manhã, parava à entrada da porta; e a todo homem que tinha alguma demanda para vir ao rei a juízo, o chamava Absalão a si e lhe dizia: De que cidade és tu? Ele respondia: De tal tribo de Israel é teu servo.
3 Então, Absalão lhe dizia: Olha, a tua causa é boa e reta, porém não tens quem te ouça da parte do rei.
4 Dizia mais Absalão: Ah! Quem me dera ser juiz na terra, para que viesse a mim todo homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça!
5 Também, quando alguém se chegava para inclinar-se diante dele, ele estendia a mão, pegava-o e o beijava.
6 Desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo e, assim, ele furtava o coração dos homens de Israel.

2 Samuel 18:33 “Então, o rei, profundamente comovido, subiu à sala que estava por cima da porta e chorou; e, andando, dizia: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!”

Introdução: Eu gostaria de compartilhar com todos os irmãos e irmãs uma série de ministrações sobre o perdão. O tema geral desta série  é “Perdoar é Preciso”.

A razão de estar falando sobre este assunto é porque eu tenho percebido não só em mim mesmo, mas, também na grande maioria das pessoas, dentro e fora do contexto da igreja, têm uma grande dificuldade em perdoar.

Em um tempo de relacionamentos cada vez mais líquidos e superficiais, o perdão soa como uma afronta a uma cultura egoísta e solitária.

Eu tenho percebido que a falta do perdão é bem mais séria do que imaginamos, pois quando não perdoamos não conseguimos romper o ciclo de mágoas, perdas, vingança e sofrimento.

A verdade é que o perdão antes de tudo é uma atitude divina que contraria a nossa natureza humana que é extremamente orgulhosa e corrompida pelo pecado.

No entanto, se você tem a Jesus Cristo, o Espírito Santo habita em você! Ele te habilita a perdoar como Cristo também te perdoou!

Você não conseguirá perdoar sem o poder do Espírito Santo. É muito difícil perdoar no próprio esforço. Se você realmente está disposto, Deus irá te ajudar, mas você precisa se humilhar e clamar a Ele por ajuda.

Nesta semana lendo um livro sobre o assunto do escritor Douglas Connely, li algo que se encaixa perfeitamente sobre esta dificuldade de perdoar que temos. Disse ele:

“O perdão é a porta. É o caminho que leva à paz e alegria. Mas é uma porta pequena, e para atravessá-la temos de nos abaixar ou ajoelhar”.

Por isso eu quero lhe fazer duas perguntas para confrontá-lo (a) neste assunto:

1- Quando ferimos ou ofendemos uma pessoa querida, o que fazemos para consertar o relacionamento?

2- Quando somos ofendidos por uma falsa acusação ou sofremos a dor da traição ou rejeição, como lidamos com a raiva e a amargura? 

Para falar sobre estas questões, hoje vamos usar o exemplo de três personagens bíblicos. São eles Amnom, Absalão e Davi.

a- O PRIMEIRO PERSONAGEM É DAVI: Muito conhecido como o homem segundo o coração de Deus, um adorador em excelência, grande guerreiro e rei de Israel; mas, segundo o texto que lemos ,na sua vida familiar, vivia um drama e uma sucessão de fracassos.

Esse drama tem início desde o, seu adultério com Bate Seba. ( capítulo 11 de 2º Samuel) e vai até a revolta e morte de seu filho Absalão.  

b- O SEGUNDO PERSONAGEM É AMNOM- Nome hebraico que significa "fiel". Amnom era filho e herdeiro ao trono de Davi, rei de Israel. Segundo o que está registrado 2 Samuel cap. 13, Amnon, cometeu uma terrível ofensa contra sua meio irmã, Tamar, que era irmã de Absalão.

Segundo o relato bíblico, Amnom, estava obcecado por um desejo sexual por sua meia irmã Tamar. E seguindo um conselho sórdido de Jonadabe,  fingiu-se estar doente e pediu ao pai que mandasse Tamar lhe servir comida. Quando ela foi, ordenou que seus servos saíssem e a estuprou.

Depois, começou a desprezá-la e ordenou que a tirassem fora de sua vista. Ele desgraçou a vida de uma princesa real virgem, entregando-a a vergonha. 

Tamar antes de ser violentada, se vestia com mantos reais, reservados para as filhas virgens do rei; agora, mas agora, cobria-se de vergonha. Ela era uma linda jovem, e muito provavelmente era estimada pelo povo, mas agora, vivia em reclusão, sem poder casar-se, porque não era mais virgem.

c- O TERCEIRO PERSONAGEM É ABSALÃO-  Nome que no hebraico significa "meu Pai é Paz". Foi o terceiro filho do rei Davi, muito conhecido por sua rebeldia e oposição ao rei (seu próprio pai).  

Segundo o relato bíblico, Absalão não disse palavra alguma a seu meio irmão Amnon e a seu pai Davi, porém, levou sua irmã Tamar para sua própria casa e providenciou tudo de que ela precisasse.

A partir deste episódio, Absalão passa a ter um ódio mortal por Amnom e uma profunda amargura por seu Pai Davi. Dia após dia, Absalão via sua irmã sofrendo. Ele esperou um ano para que seu pai fizesse algo, mas Davi nada fez! 

Após dois anos de ódio contra Amnon, planejou matá-lo e pôs em ação um plano de vingança: Absalão convidou todos os filhos do rei, seus irmãos, para se reunirem com ele em uma banquete, incluindo Amnon.

Então, ordenou aos seus homens que prestassem a atenção e quando Amnon estivesse alegre por causa do vinho, eles deveriam assassiná-lo e os servos cumpriram exatamente a sua ordem e mataram Amnon. (2 Samuel 13:28,29

Depois da morte de Amnom, Absalão fugiu para Gesur ficando ali por três anos (2 Samule 13:38)

Sua vingança contra Amnon se cumpriu. Mas a ofensa que tinha contra seu pai ficou mais forte, principalmente quando estava fora do palácio.

Os pensamentos de Absalão se contaminaram com amargura. Ele se tornou um perito em detectar os pontos fracos de Davi. Mesmo assim, esperava que seu pai o chamasse, mas Davi, novamente não o fez. Isso alimentou, ainda mais, o ressentimento de Absalão.

Mas houve um momento em que Davi sente saudades de Absalão. Joabe percebe e o traz de volta. Mas não houve concerto, não houve perdão.

Davi ficou em seu palácio e não recebeu Absalão por dois anos inteiros!

A essa altura, a raiz já havia se transformado numa amarga árvore, cujos frutos em breve seriam provados por todos. Absalão era astuto e a vingança virou sua especialidade.

Depois disso Absalão tem um plano de assumir o reino de seu pai Davi, não lhe importando se fosse necessário até mesmo derruba-lo do trono.

Com esse objetivo, ele começou uma campanha sutil e secreta para ganhar a simpatia do povo, e afastar o povo do rei Davi. A situação ficou tão insustentável para Davi que finalmente ele foi notificado que todo o povo de Israel seguia decididamente a Absalão.

Ao ouvir que o povo preferia Absalão, Davi decidiu fugir levando consigo os homens que lhe eram fiéis em Jerusalém.

Diz o relato bíblico que Absalão ao tomar o Reino de seu pai, sob o conselho de Aitofel, coabita com as concubinas de Davi à vista de todo o povo.

Esta torpeza já havia sido prevista pelo profeta Natã (2 Samuel 12:11), completando-se assim a profecia que ele havia feito sobre as consequências do pecado de Davi contra Urias.

Coabitar com uma concubina real podia ser interpretado como um insulto, uma declaração de igualdade ao rei, um ato de traição, ou mesmo uma reivindicação ao trono. Aqui Absalão publicava que tudo o que era do rei Davi agora pertencia a ele.

Como se não bastasse isso, Absalão passa a perseguir a seu próprio pai com um exército de doze mil homens. Mas ao entrar em combate contra Davi e seus homens, Absalão ficou preso pela cabeça nos ramos espessos de um carvalho enquanto um cavalo em que montava escapou de debaixo dele, deixando-o pendurado.

Joabe um dos soldados de Davi foi para lá ele próprio e o matou.

O corpo de Absalão foi lançado em uma grande cova e levantaram sobre ele um grande montão de pedras. Mas Davi se lamentou amargamente pela morte de Absalão.

Todo este relato que fiz ocorre desde o capítulo 15 de 2 Samuel e termina com o capítulo 18. 

Desta situação podemos aprender as seguintes lições sobre o poder destrutivo da ofensa:

1- A OFENSA É DESTRUTIVA PORQUE É UMA ARMADILHA SUTIL DO DIABO.

Qualquer pessoa que já tenha feito uma armadilha para um animal sabe que precisa de uma ou duas coisas para obter sucesso:

a) A ARMADILHA deve estar bem escondida, na esperança de que o animal cairá nela.

b) Na ARMADILHA deve haver uma isca para atrair o animal para dentro dessa armadilha mortal.

O escritor e pastor John Bevere chama a ofensa de “A Isca de Satanás”

Provérbios 18:19: “O irmão ofendido resiste mais que uma fortaleza; suas contendas são ferrolhos de um castelo”.

Quando caímos na armadilha da ofensa, permanecemos numa atitude de resistência permanente ao nosso irmão. O nosso coração se fecha e se tranca não somente para com a pessoa que nos ofendeu, mas também para com Deus.

Salomão neste texto usa duas metáforas neste texto para falar desta resistência ao perdão e a reconciliação:

1- A figura de uma fortaleza: “O irmão ofendido resiste mais que uma fortaleza”

Em algumas versões se refere a uma cidade fortificada com muros altos que só pode ser tomada a força.

A energia e o grande número de guerreiros mobilizados nas incursões para dominar esta cidade era algo absurdamente descomunal.

Agora, imagine eu ou você tendo que empregar tamanha força para reconquistar um irmão ou um amigo ofendido!

Em 2 Cor. 4:10 Paulo descreve a ação de Satanás construindo uma fortaleza.

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas..”

Essas fortificações malignas são os corações carregados de ódio, amarguras, incredulidade e etc....

A verdadeira fortaleza de Satanás está no coração do homem. O inimigo tenta erguer ao redor de nossos corações fortalezas malignas de tal maneira que nos sentimos presos ou impedidos de amar e perdoar.

2- A figura dos ferrolhos de um castelo: “suas contendas são ferrolhos de um castelo.“ O ferrolho era uma peça corrediça de ferro usada para trancar portas e janelas.

Aplicando isso em nossas vidas chegamos a conclusão que toda espécie de confusão, briga e inimizades levam as pessoas se fecharem para relacionamentos.

Em outros casos o nosso coração se fecha também para outras pessoas que julgamos estarem tomando um partido do lado que quem nos ofendeu.

Por isso a bíblia diz: “Atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados.” Hebreus 12:15.

Esse sentimento de amargura se instala no solo do coração e lança suas raízes trazendo perturbação para a alma e contaminação para os que vivem ao redor.

Cidades fortes raramente são vencidas; e as barreiras dos castelos são do tipo mais resistente.

Somente a ação do Espírito Santo no coração e mente do ofendido pode por abaixo esta fortaleza!

2- A OFENSA É DESTRUTIVA PORQUE TEM O PODER DE NOS CEGAR ESPIRITUALMENTE.

“Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas”. 1 João 2:9

“Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.” 1 João 2:11

Se a ofensa não for perdoada ela terá uma enorme possibilidade de transformar-se em uma amargura e até em ódio. E o ódio cega a pessoa!

Foi exatamente isso que aconteceu com Absalão! A princípio ele tinha um senso de justiça correto, mas a partir do momento que e em seu coração brotou uma amargura, esta cresceu e se transformou em uma enorme árvore cujo fruto se tornou em um ódio mortal contra seu irmão e depois contra o seu Pai Davi.

Este ódio o levou a matar o seu irmão Amnom e na tentativa frustrada de matar a seu Pai acabou sendo morto.

Você pode até dizer: “Mas eu não matei e nem vou matar a ninguém.” Eu só estou com raiva...

“Toda pessoa que odeia seu irmão é homicida, e sabeis que nenhum assassino tem a vida eterna em si mesmo”. 1 João 3:15

Em nosso coração acabamos matando muita gente!

Isso é muito sério irmãos, por isso precisamos lançar bem longe a amargura tão logo ela surja em nosso coração:

“Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”. Efésios 4:31,32 

Muitos dos que estão feridos, amargurados e machucados não conseguem perceber que caíram numa armadilha de Satanás.

O modo mais eficaz que o inimigo usa para nos cegar é fazendo com que nos concentremos em nós mesmos.

Pessoas ofendidas serão capazes de achar trechos bíblicos que apoiem sua posição, mas sem usarem corretamente a Palavra de Deus.

“O conhecimento da Palavra sem amor é uma força destrutiva porque nos incha de orgulho e legalismo”.

Isso faz com que nos justifiquemos em vez de nos arrependermos, porque não somos capazes de perdoar.

3- A OFENSA É DESTRUTIVA PORQUE NOS AFASTA DA GRAÇA DE DEUS!

“atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus (outra versão: excluindo-se); nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados.” Hebreus 12:15

A ofensa quando vira uma amargura ele nos afastará da graça de Deus!

Creio que o autor de Hebreus está falando aqui de um prejuízo espiritual que a amargura produz. Sabe Por quê?

Porque é pela graça que somos salvos e perdoados por Deus; e Ele espera que nós perdoemos a todos os que nos maltratam, seja quem for! (Veja: Mateus 6:14,15).

“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”. Mateus 6:14-15

“Isso significa que se você não perdoa, também não é perdoado”

Quando não perdoamos estamos destruindo a única ponte de acesso da graça de Deus a nós!

Já ouvi pessoas dizendo assim: “Quem sou eu para perdoar?” Esta pergunta esta errada!

A pergunta certa é:

Quem somos nós para não perdoar? O perdão, segundo as escrituras sagradas é uma decisão que não cabe a Deus somente, mas também nós!

“Se vocês perdoam alguém, eu também perdoo; e aquilo que perdoei, se é que havia alguma coisa para perdoar, perdoei na presença de Cristo, por amor a vocês, a fim de que Satanás não tivesse vantagem sobre nós; pois não ignoramos suas intenções.” (2ª Coríntios 2.10,11)

Muitas das vezes decidimos não perdoar. Não perdoar faz com que Satanás tire vantagens sobre nós.

Amargura é corte do relacionamento com Deus e início de um relacionamento com Satanás. A amargura faz com que você seja usado pelo Inimigo.

4- A OFENSA É DESTRUTIVA PORQUE TRAZ PERTURBAÇÃO À NOSSA ALMA.
 “atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e , por meio dela muitos sejam contaminados.” Hebreus 12:15

A ofensa ao se transformar em amargura nos perturbará porque atrai para si prejuízos psicológicos.

A alma como sede das emoções sobrecarrega-se de angústia simplesmente pelo perdão não liberado. Quando não perdoamos somos atormentados psicologicamente. A Bíblia chama isso de verdugos atormentadores.

Na parábola do credor incompassível Jesus focaliza não atitude daquele que não perdoou a dívida, como também a consequência de tal atitude! 

“E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse toda a dívida”. (Mateus 18.34)

Nessa passagem, ao analisarmos o seu contexto, veremos que um homem não perdoou uma pequena dívida de seu conservo, assim como o rei o havia lhe perdoado de uma grande dívida.

Como resultado, o rei mandou prendê-lo, e que fosse entregue nas mãos de atormentadores ou verdugos.

Verdugos, no que se refere a prejuízos psicológicos, simbolizam as lembranças amargas do passado que povoam a mente como se estivessem no presente.

Essa perturbação em alguns casos pode se transformar em uma opressão maligna que é capaz de roubar a nossa alegria, a paz e também o nosso sono.


5- A OFENSA É DESTRUTIVA PORQUE POSSUI UM ALTO PODER DE CONTAMINAÇÃO.

“atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados.” Hebreus 12:15

A ofensa ao se transformar em amargura não apenas nos contaminará, mas também as pessoas próximas de nós.

A amargura na Bíblia tem o significado de gosto ruim/amargo, como fel, como aplicação prática isto nos leva a entender que amargura é algo difícil de conviver, insuportável.
A amargura contamina tanto quem a possui, quanto os outros em redor. Como um veneno poderoso ela é transmissível.

Foi exatamente isso que aconteceu com Absalão em 2 Samuel 15:1-6.

Ao sentir-se amargurado ele aos poucos foi disseminando a sua amargura para o povo dizendo palavras contra Davi: “Olha, a tua causa é boa e reta, porém não tens quem te ouça da parte do rei”.

No versículo 6 o texto conclui: “Desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo e, assim, ele furtava o coração dos homens de Israel”.

Isso significa que a amargura ganha mais força ainda quando há pessoas dispostas a ouvir o amargurado dando-lhe razão!

Eu já percebi a muito tempo que quase ninguém nos ajuda a retirar a amargura de nossa vida, pelo contrario, os amigos mais íntimos afirmam: “Você está certo”, “olha o que te fizeram”; ”Há se fosse comigo..”

Nós como discípulos de Jesus, temos que ser pacificadores! Precisamos ajudar as pessoas a buscar sempre a paz e o perdão!

Temos que valorizar pela unidade da Igreja fazendo cessar toda a fofoca e maledicência!

Eu li uma frase nesta semana que diz que “a fofoca é amiga da contenda”. E de fato é!

Salomão compara a maledicência como uma lenha que alimenta o fogo da contenda.

“Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda”. Provérbios 26:20

A pessoa amargurada tende a afastar-se da comunhão só de chegar aos seus ouvidos algum tipo de comentário infeliz!  

Que não sejamos nós a alimentar este fogo, amém?  

Como já falamos, Paulo nos exorta a perdoar.. ”Para que Satanás não tenha vantagem sobre nós, pois não ignoramos a suas intenções” II Cor 2:11.

Satanás aproveitará qualquer circunstância para nos deixar AMARGURADOS e nos dividirmos como casais, como famílias e principalmente como Igreja que é a expressão do corpo de Cristo Jesus nesta terra.

CONCLUSÃO:

Em regra geral nos amarguramos com as pessoas mais próximas de nós como aconteceu com Absalão.

Alguém disse que Absalão foi o filho pródigo que não voltou.

Absalão se voltou contra o próprio pai e morreu sem se reconciliar com ele.

O rei Davi chorou amargamente por causa da sua morte. Ele disse: “Ah, se eu pudesse ter morrido em seu lugar, meu filho…”( 2 Sm 18.33). Mas ele não podia!

Eu não sei como está o teu coração neste momento! Mas eu rogo em nome de Jesus que hoje neste altar, você decida pelo perdão e coloque um fim neste sofrimento.

É possível que a amargura que você sente pode ter ocorrido por ocasião de um divórcio na família, uma discussão familiar, mau exemplo de um irmão na fé e você ainda sente por esta situação.

Pode ser que ela aconteceu por causa de abusos na infância, cometido pelo pai. Ou por violência presenciada na própria casa.

Seja qual for a situação, perdoar é preciso!



Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO


segunda-feira, 11 de novembro de 2019

ESPERANDO E APRESSANDO A VOLTA DE JESUS


2 Pedro 3:8-14
8 Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia.
9 Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.
10 Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.
11 Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade,
12 esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão.
13 Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça.
14 Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis,

Introdução: O ensino sobre a segunda vinda de Cristo é uma das mais importantes doutrinas da Bíblia. Jesus e os apóstolos falaram muito frequentemente sobre o assunto. Todos os principais credos, confissões e declarações de fé dos cristãos, produzidos no decorrer da história, fazem menção desta doutrina.

O Novo Testamento menciona a volta de Cristo trezentos e dezenove vezes, além das centenas de referências no Antigo Testamento. Capítulos inteiros foram dedicados ao tema, como Mateus 24 e 25, Marcos 13 e Lucas 21; e livros inteiros foram escritos para tratar deste assunto, como I e II Tessalonicenses.

Jesus disse: "E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também" (João 14:3).

Paulo escreveu: "Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus" (I Tessalonicenses 4:16).

Independente de qual seja a linha escatológica que acreditamos, os apóstolos ensinavam que a volta de Jesus seria iminente; ou seja, algo que pode acontecer a qualquer momento.

Um acontecimento iminente é aquele que está sempre "pairando acima de alguém, constantemente prestes a vir sobre ou a alcançar alguém; próximo quanto à sua ocorrência" (The Oxford English Dictionary, 1901, V. 66).

Isto fará com que não estejamos focados apenas em nós mesmos e nossos projetos pessoais. Como diz a letra da música que cantamos nesta noite:

Eu não vou me apegar com as coisas daqui
Pois eu sei, há um lugar que me espera
Estrangeiro eu sou, o meu lar é o céu
Meu Jesus vem buscar a Sua Noiva
Ele virá num piscar de olhar
Quem estiver pronto com Ele irá
Na Sua Glória com Ele morar
Ele vem, Ele vem!

Por conta de seu caráter iminente nós como cristãos e discípulos de Jesus, precisamos esperar e apressar a volta de Jesus. (vs.12) São duas atitudes distintas com desdobramentos práticos para a nossa vida.

1- PRECISAMOS ESPERAR A VOLTA DO SENHOR.
O apóstolo Pedro nesta epístola percebe que as pessoas questionavam a promessa da volta do Senhor porque pareciam cansadas de esperar. Estas pessoas não só perderam a fé como faziam chacotas a respeito desta promessa.

“tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação”. 2 Pedro 3:4

Por isso, precisamos saber que esta espera não passiva, mas ativa e ela traz consigo algumas características:

1.1- Precisamos esperar com confiança.
Enquanto esperamos a volta do Senhor cuidemos de nossa fé, pois vivemos um tempo onde muitos têm apostatado (desviado) da fé por obedecerem a ensinos de demônios como disse Paulo (1 Tm. 4:1).

Precisamos nos levar a séria a advertência descrita em Hebreus 3:12-14

“Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo, pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado. Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos”.
Hebreus 3:12-14

1.2- Precisamos esperar com vigilância.
A natureza imprevista da volta do Senhor significa que devemos nos manter preparados e vigilantes o tempo todo.

Jesus mesmo disse: "Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá" (Mateus 24:42-44).

Jesus destacou claramente esta necessidade de vigilância e expectativa sobre a sua volta contando três parábolas:

a- A parábola da figueira (Mateus 24:32-44)
b- A parábola do servo bom e do servo mau (Mateus 24:45-51)
c- A parábola das dez virgens (Mateus 25:1-13)

Em todas estas parábolas Jesus nos mostra o risco de levarmos uma vida descuidada e relaxada diante desta promessa.   

1.3- Precisamos esperar em santidade.

No versículo 11 Pedro diz: “Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade,”

No versículo 14 também: “Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis.”

Neste tempo de espera não podemos dar ocasião à carne. Precisamos buscar uma vida de santidade diante de Deus.

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” Hebreus 12.14    

O mundo é tão atraente, tem tantas coisas boas e que satisfazem a nossa carne (natureza humana). Mas a bíblia é clara em dizer que a inclinação da carne é morte. (Rm 8:6).

A santificação não é uma opção; mas uma determinação. Quando Jesus fala para irmos e fazer discípulos, ensinando-os a guardar a todas as coisas; implica em viver uma vida segundo o padrão de Deus.

Fato é que Jesus vira para buscar uma Igreja “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”. Efésios 5:27 

Perceba que esta primeira dimensão que é o esperar, trabalha em você: Você confia, vigia e se santifica enquanto espera.

A próxima dimensão que é o apressar a volta do Senhor irá trabalhar em nós um aspecto externo. Ele nos lançará a olharmos ao nosso redor, principalmente para as pessoas que ainda não conhecem ao Senhor.

2- PRECISAMOS APRESSAR A VOLTA DE JESUS.

O que significa apressar a vinda de Jesus?

Pessoalmente creio que quando Pedro diz que devemos apressar a vinda do Senhor, está se referindo a um senso de urgência e responsabilidade que nos impulsiona a evangelizar o mundo.

Vários mestres da Teologia na história da igreja fizeram esta mesma afirmação com base em alguns textos bíblicos, especialmente o de Mateus 24:14, que diz: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em todas as nações, e então virá o fim” – palavras do próprio Jesus.

Pedro também tinha consciência de que muitos ainda precisavam chegar ao arrependimento quando disse:

 “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”. 2 Pedro 3:9


Sei que outros teólogos discordam de que o apressar a volta do Senhor não tem nenhuma relação com o arrebatamento da igreja, no entanto, não estou preocupado com o tempo escatológico e creio que Pedro também não estava.

Independente de qual seja a escatologia que adotamos: pré tribulacionista, amilenista, mid-tribulaciista ou pós-tribulacionista, devemos ter sempre uma atitude de compromisso com o Reino. Isso significa priorizar o que Deus tem como prioridade: a salvação de vidas!!

Portanto, a melhor forma de apressarmos a volta do Senhor é pregando e fazendo discípulos a todas as nações. (Mateus 28:19,20)  

Nós podemos apressar sim a volta do Senhor, pregando, vivendo e nos comprometendo com a missão a nós confiada.  

- Isso implica em nos tornarmos cristãos ativos na obra de Deus e não consumidores das bênçãos.

- Isso implica em vivermos o evangelho em toda a sua plenitude, dando testemunho não só de palavras, mas com o nosso viver!

- Isso implica em investirmos mais os nossos recursos financeiros, tempo e dedicação para que o propósito de Deus em salvar vidas se cumpra!

CONCLUSÃO: Diante do que nos foi exposto pela Palavra de Deus precisamos nos perguntar:

- Estamos esperando e apressando a volta do Senhor?
- Qual é o nosso nível de compromisso com o propósito do Senhor?
- Que tipo de vida temos levado diante de Deus? De santidade ou de carnalidade?
- Temos mantido esta promessa viva em nossos corações ou estamos tão ansiosos e preocupados coma nossa própria vida que não temos tempo para Deus e seu projeto?

Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO