quinta-feira, 10 de agosto de 2017

QUE TIPO DE RELACIONAMENTO VOCÊ TEM COM O PAI?


TEXTO: Mateus 21:28-32.

28 E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha.
29 Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi.
30 Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi.
31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus.
32 Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele.

Introdução: É importante ressaltarmos que esta é mais uma das parábolas  de Jesus onde ele compara a Deus na figura de um pai; aliás é sempre bom lembrar que muitos trazem consigo uma visão distorcida de Deus, por isso não possuem um relacionamento próximo e pessoal com Ele.

Se você perguntar por ai: quem é Deus para você? Certamente você ouvirá:

Deus é um ser superior;
Deus é uma força cósmica;
Deus é a natureza (ideia panteísta).

Normalmente as pessoas têm a concepção de um Deus impessoal, distante, longe demais de nós, pobres mortais.

Mas o que eu gostaria de ressaltar neste texto são as atitudes destes filhos que representam claramente as atitudes que humanidade em geral tem para com Deus.

Antes de falarmos sobre o significado desta Parábola, é importante entendermos melhor o que antecede a esta narrativa de Jesus.

Antes dessa parábola, ainda no capítulo 21, alguns eventos importantes são descritos, desde a Entrada Triunfal até a purificação do Templo.

Considerando então esse contexto, podemos notar no versículo 23 os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo (ou membros do Sinédrio) estavam desafiando a autoridade de Jesus.

Claro que com tudo que havia acontecido anteriormente, principalmente em relação à purificação do Templo, os líderes judeus não estavam nada satisfeitos e foram interrogar a Jesus perguntado com que autoridade Ele tinha feito aquilo.

O objetivo deles era buscar uma maneira de comprometê-lo.

Com muita sabedoria, Jesus disse que também faria uma pergunta e, caso eles respondessem tal pergunta, então Ele também responderia o que lhe fora perguntado.

“O batismo de João, de onde era? Do céu, ou dos homens?” Mateus 21:25

Essa pergunta foi terrível para eles. Eles ficaram sem saída, não podiam responder nem que sim e nem que não.

E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes?

E, se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. Mateus 21:25,26

A resposta que eles encontraram foi a falsidade, uma mentira, para tentar sair da situação difícil que Jesus os havia colocado.

E, respondendo a Jesus, disseram: “Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isto”. Mateus 21:27

Jesus, sabiamente, em resposta àquela situação, condenou totalmente aquele comportamento hipócrita contando a Parábola dos Dois Filhos.

O significado da Parábola dos Dois Filhos é bastante claro quando se percebe que os dois filhos e seus comportamentos representam dois grupos de pessoas.

O primeiro filho, que inicialmente disse não ao pai, mas depois se arrependeu e foi trabalhar na vinha, representa os publicanos e as prostitutas, pessoas excluídas e consideradas indignas perante a religiosidade judaica, e que, embora com seu modo de viver inicialmente recusavam os mandamentos de Deus, por fim se arrependiam e passavam a fazer a Sua vontade.

Por outro lado, aqueles religiosos judeus agiam como o segundo filho, aparentemente concordando em seguir a Palavra de Deus, mas no final o resultado real era apenas a desobediência.

No versículo 31, Jesus deixa isso bem claro dizendo que aqueles desprezados pecadores, estavam entrando no Reino de Deus antes dos que insistiam em manter uma imagem à primeira vista irrepreensível, mas fatalmente corrompida.

Estes diziam que obedeciam a Deus, mas não estavam obedecendo, porque esse falso “sim” nada mais era do que o verdadeiro “não”, e o espontâneo “não” dos pecadores rejeitados era o início de um “sim” de arrependimento.

Por isso, a parábola que Jesus contou sobre os dois filhos é bem relevante para nós!   

Ela está registrada unicamente aqui em Mateus.

Com base nessa parábola quero compartilhar com vocês alguns ensinamentos que ela me traz e que ajudam em nossa caminhada como filhos de Deus.

1) NÃO EXISTE RELACIONAMENTO COM O PAI, SEM ARREPENDIMENTO.

Neste texto Jesus nos mostra a grandeza da importância do arrependimento.

O arrependimento é mais importante do que qualquer aparência, do que qualquer intelectualidade, do que qualquer religiosidade e do que qualquer intenção, do que qualquer moralidade.

O arrependimento é o ponto principal do “fazer a vontade de Pai”.
Antes possuíamos apenas a convicção do “não”.

Pense comigo: Quantas vezes você já não disse não a Deus?

Mas, de uma forma inexplicável do ponto de vista humano, você se arrepende e passa agora faz a vontade do Pai.

A conversão da Bruxa da Cracolândia. O fantástico exibiu um dia desses a história desta mulher. Silvia é o seu nome. Com 9 anos foi morar na rua e virou assaltante com 13 anos. Aos 18 anos foi presa e passou 25 anos na prisão. Depois dos 40 anos de idade ela se perdeu nas drogas. E viveu assim por quatorze anos. Depois disso uma jovem veio até ela na rua e a abraçou e com aquele abraço ela passou a ter esperança. E desejo de viver! Aquela mulher se arrependeu de seus pecados, entregou-se a Jesus e foi encaminhada para um tratamento, se recuperando. Ela fez o ensino, básico e médio e agora faz a faculdade de teologia para ajudar outras pessoas na mesma condição!

O arrependimento a fez voltar atrás e dizer sim ao Pai!

O arrependimento verdadeiro é o reflexo da ação do Espírito Santo em nossas vidas, o único que pode nos convencer dos erros do nosso “não”.

PRECISAMOS ENTENDER QUE PARA DEUS A CONDIÇÃO DO HOMEM É DE “APENAS PECADOR”.

Quando Jesus usou como exemplo duas classes de pessoas tão rejeitadas pela sociedade da época (Os publicanos e as meretrizes), e os colocou acima dos mais influentes daquela sociedade, Jesus estava mostrando que não existe nada que possamos fazer para tentarmos impressionar a Deus e que o ser humano independente de qual degradável esteja é importante para Ele.

Aos olhos do Pai, todos são pecadores, desde os mais importantes e moralistas dos homens até os mais rejeitados da sociedade, pois a condição do homem é uma só.

O arrependimento é condição essencial para todos os que querem se tornar em filhos de Deus e entrar em um relacionamento com o Pai.

A boa notícia é que o sangue de Jesus é poderoso para resgatar o pior dentre os homens.

2) NÃO EXISTE RELACIONAMENTO COM O PAI, SEM OBEDIÊNCIA.

Como aquele primeiro filho que disse ao Pai “Sim Senhor”, mas não obedeceu aprendemos que PALAVRAS SÃO APENAS PALAVRAS.

Ninguém surpreende Deus com palavras e não podemos enganá-lo.

Eis que assim declara o Eterno: Visto que este povo se chega junto a mim apenas com palavras sem atitude, e me honra somente com mover dos lábios, enquanto seu coração está muito distante da minha pessoa. E a adoração que me prestam é constituída tão somente de regras e doutrinas criadas por homens.” Isaías 29:13

Muitos acreditam que conseguem manter as aparências diante d’Ele, mas perante Deus todas as máscaras caem. Ele sabe como é o nosso rosto por trás da maquiagem, Ele conhece o nosso coração e julga as nossas intenções.

Podemos enganar as pessoas com palavras bonitas, com louvores incríveis, com orações eloquentes, mas Deus conhece se esse comportamento é sincero ou não.

Precisamos examinar se nossas atitudes refletem o que pregamos, e, por fim, tomarmos cuidado com possíveis distrações, porque às vezes nos comprometemos com algo, mas alguma coisa nos distrai e acabamos nos esquecendo do nosso compromisso.

De qualquer forma, só existem dois filhos, não há um terceiro, ou somos como o primeiro ou inevitavelmente seremos como o segundo.

O filho agrada ao Pai é aquele que obedece! É aquele que faz a vontade do Pai!

“Obedecer é melhor que sacrificar..” 1 Samuel 15:9

Jesus, nosso grande exemplo, foi submisso a seus pais. Ainda que Ele fosse a Divindade em carne, ele seguia o plano de Deus para a família (Lucas 2:51).  

Deus estabeleceu seu plano para nossas famílias porque ele deseja nossa felicidade e sabe que tipo de relações são mais satisfatórias e mais recompensadoras para nós.

É verdade geral que os filhos que obedecem e honram seus pais vivem mais, têm vidas mais felizes e, mais importante, estão agradando a Deus!

3- NÃO EXISTE UM RELACIONAMENTO COM O PAI SEM O TRABALHO.

Os dois filhos tinham o mesmo pai, o mesmo ensino, a mesma criação, o mesmo serviço e o mesmo pedido foi solicitado a ambos!

Os dois filhos respondem ao pai, mas as respostas que dão pai, bem como as suas atitudes foram bem diferentes.

O primeiro filho parece mais rebelde, responde ao pai, nega seu convite, mas com o tempo arrepende-se de sua atitude, e obedece a ordem de seu pai.

Já o segundo filho, tem palavras doces, na frente do pai concorda e trata-lhe com toda reverência, mas depois de sair da sua presença, a atitude é diferente, revelando-lhe a hipocrisia, que concorda com os lábios mas o coração e a atitude mostram o contrário.

Todo filho precisa saber que o Pai tem o direito ao nosso serviço fiel. Ao ensinar o valor do trabalho o Pai na realidade está ensinando a seu filho a importância de assumir responsabilidades!

O trabalho é característica de um filho de Deus!

Deus está chamando cada um de nós aqui para trabalharmos na sua vinha, mas cabe a nós decidir se vamos ou não.

 ‘Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também’. João 5:17

O Pai, que “trabalha até agora”, quer que sejamos ativos e produtivos no Seu reino. 

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Co 15:58)

Há trabalho para todos os filhos na vinha do Senhor! É por isso que ele nos concedeu dons e talentos!  

CONCLUSÃO:

O Pai está chamando por seus filhos!

Há uma grande diferença entre dizer o SIM e praticar o SIM.

O escritor e psicólogo, Paul Tounier em seu livro Culpa e Graça escreveu que nós nos realizamos no discurso. Mas o Reino de Deus precisa de menos discurso e mais prática. As igrejas do Senhor precisam de menos discurso e mais de prática.

Depois de compartilhar tudo isso que eu penso com vocês eu preciso fazer algumas perguntas: Você já respondeu ao chamado do Pai? Que tipo de filho é você?

Você é o filho que diz o sim para o Pai, mas vive o não? Ou você é o filho que diz não ao pai, mas acaba refletindo melhor e vive o sim?

Talvez você esteja preso a alguma situação que você acha que lhe impede de viver o sim. Decida pela pratica do sim.


Pr. Gilberto Oliveira Rehder

Igreja Metodista Catalão-GO

terça-feira, 8 de agosto de 2017

AS QUALIFICAÇÕES DO SOLDADO CRISTÃO. ESTUDO 8


 TEXTO BASE: “Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou”. 2 Timóteo 2:3,4

INTRODUÇÃO: Todo cristão deveria saber que a vida cristã é muito mais que frequentar uma igreja aos domingos. Por isso temos entendido que ser discípulo é muito mais que ser um membro da igreja. Ser discípulo é entrar para o campo de batalha e se envolver com o projeto de Deus de salvar almas. Discipulado implica em envolvimento. Deus se envolveu conosco. Ele não ficou lamentando a queda do homem. Ele agiu e isso implicou em um envolvimento direto com a humanidade. Para deixar isto claro, Paulo lança mão do exemplo do soldado. O soldado sempre será um soldado, mesmo que não esteja fardado. Não existe meio soldado. O individuo não se alista pela metade. Ele se alista por inteiro. A partir do momento do alistamento, ele está totalmente comprometido com a corporação à qual se alistou. Paulo fala que o soldado, verdadeiramente cristão, tem um desejo. Ele deseja agradar o seu comandante. Para agradarmos ao nosso comandante precisamos ter alguns requisitos:

I- DISPOSTOS A SOFRER.
“Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus”.

Paulo, como discípulo e soldado, foi chamado por Cristo a sofrer pelo Evangelho (At 9.16). Por isso, convocou seu discípulo a sofrer as aflições do ministério com ele. Servir como soldado de Cristo não é tarefa nada fácil. Pelo contrário, dureza, riscos e sofrimento são aceitos sem contestação. Se for fiel ao evangelho, certamente experimentará oposição e escárnio.
Ele deverá sofrer em conjunto com seus companheiros de luta. William Barclay observou que todo soldado está condicionado ao sacrifício. O soldado cristão deve estar sempre pronto para sacrificar seus desejos, anseios, tempo e dinheiro pela obra Deus e por seus companheiros de ministério.
Nós não podemos sofrer sozinhos nas batalhas pelo Evangelho, precisamos da ajuda de nossos amigos, líderes, discipuladores e pastores.


II- LIVRES DE EMBARAÇOS.
“..Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida..” Em outra versão: “Nenhum soldado em serviço se embaraça com negócios desta vida..”

Os chamados para participar da luta espiritual não se devem embaraçar com os cuidados deste mundo. Paulo não está ensinando aqui que o cristão não deva ter o seu trabalho secular. No entanto há muitos discípulos impedidos de militar na obra de Deus porque a sua vida está embaraçada. O soldado cristão precisa por a sua vida em ordem. Para muitos, o foco de suas vidas é ganhar dinheiro e por isso sacrificam o seu tempo com Deus e com a família. Para outros, não importa se, para conseguir seus objetivos, têm de agir honesta ou desonestamente. Para o verdadeiro soldado de Cristo, os fins não devem justificar os meios. Aquilo que começa errado não se endireita automaticamente. Jamais se deixe levar pelo lucro fácil nem por um prazer desonesto. Por trás de toda tentação, há um espírito maligno que deseja tê-lo sob a autoridade dele. Duas perguntas básicas:
1ª Você é totalmente livre e desimpedido para servir a Deus?
2ª Existe em sua vida alguma coisa que lhe impede de servir a Deus sem qualquer embaraço?

“...desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta..” (Hb 12:1b).

III- OBJETIVO DEFINIDO.
“...porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou”.

Todo soldado quando sai à batalha tem um objetivo, ele tem um alvo. Para o cristão, seu objetivo é satisfazer ao Senhor. Para satisfazer (contentar, agradar) ao Senhor o soldado cristão precisa:

3.1- Ser Submisso às autoridades- “Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês”. NVI

O soldado cristão é submisso a Deus e às autoridades que Deus colocou sobre ele. Submissão à autoridade não se limita a estar sujeito a uma pessoa, mas é estar sujeito à unção de Deus sobre ela. No exército de Deus precisamos também ser liderados. Ninguém é autônomo no Corpo de Cristo.

Davi reconhecia a unção que havia sobre Saul e sabia que ele era ungido do Senhor. Davi defendia de maneira absoluta a autoridade de Deus.

O reino das trevas possui uma organização. É o que podemos chamar de “a ordem da desordem”. Paulo fala de principados e potestades. Existe uma cadeia de comando. Existem lideres e liderados. Quem manda e quem obedece. Porque na Igreja cada um quer fazer o que quer?

NÃO PODE HAVER NA VIDA DO SOLDADO CRISTÃO QUALQUER RAIZ DE REBELIÃO, SEJA DECLARADA OU OCULTA, PORQUE A REBELIÃO TEM ORIGEM EM SATANÁS E NO PECADO E É COMPARADA AO PECADO DE FEITIÇARIA. “Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei”. 1 Samuel 15:23

Quando intercedemos ou oramos por alguém estamos exercendo autoridade espiritual.  Essa autoridade nos foi delegada por Jesus. Não agimos independente e não estamos em nosso nome. 

3.2- Ter a motivação Correta- Na luta espiritual não podemos nos envolver por aventura, modismo ou exibicionismo da fé. Creio também que o orgulho espiritual tem sido a causa da queda de muitos soldados cristãos. "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda." Provérbios 16:18

Jonathan Edwards falando neste assunto disse: “A primeira e a pior causa de erro que prevalece nos nossos dias é o orgulho espiritual. Essa é a principal porta que o diabo usa para entrar nos corações daqueles que têm zelo pelo avanço da causa de Cristo”.

Creio que a motivação correta é satisfazer ao nosso comandante buscando dele a aprovação. “Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva”. 2 Coríntios 10:18.

CONCLUSÃO:

Conta-se que quando estava à beira da morte, Alexandre, o Grande convocou os seus generais e relatou seus três últimos desejos:

1- Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
2-Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas);
3- Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão: à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos incomuns, perguntou a Alexandre quais as razões para tal desejo. Alexandre explicou:

- Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;
- Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;
- Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.

Creio que entre as várias lições que podemos aprender com esta história é que enquanto soldados de Cristo a nossa maior conquista não são os tesouros desta terra, mas, sim as vidas que conseguimos conquistar para Cristo Jesus. Este é o verdadeiro tesouro que ajuntamos para a eternidade. “Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.” Mateus 6:20



Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO
SÉRIE LUTA ESPIRITUAL

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

CONHECENDO A ARMADURA DE DEUS. ESTUDO 7 (2ª Parte)


TEXTO BASE: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo” “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” Efésios 6:11 e 13

INTRODUÇÃO: No estudo anterior aprendemos que antes de nos envolvermos em um acirrado combate espiritual, precisamos estar certos de que estamos revestidos de toda a armadura de Deus. Paulo nos dá três razões para usarmos a armadura de Deus: Em primeiro lugar, “para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo.”; em segundo lugar: “para que possais resistir no dia mau” e em terceiro: “depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis”. Creio eu que se ficamos abalados ou nos sentimos vencidos após lidarmos com um conflito espiritual, isso se dá pelo mau uso da armadura ou pela ausência de uma de suas peças, por isso a Palavra diz: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus; tomai toda a armadura de Deus.”
Depois de estudarmos sobre as três primeiras peças da armadura [1- O CINTO DA VERDADE; 2- A COURAÇA DA JUSTIÇA e 3- O CALÇADO DA PREPARAÇÃO DO EVANGELHO DA PAZ.], vamos prosseguir nas próximas três.

4- O ESCUDO DA FÉ
“embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno”. Efésios 6:16

4.1- Conhecendo a peça: O escudo que é retratado na armadura de Deus é um escudo romano. Esse escudo, chamado 'scutum', era aquele escudo longo que cobria dos pés à cabeça. Muitas vezes, imaginamos um escudo redondo e pequeno, mas aqui, Paulo especifica esse tipo de escudo que é muito peculiar ao exército romano e muito significativo na simbologia que ele empregou para as armas espirituais.

4.2- A Finalidade do escudo: O escudo romano, assim como o escudo da fé, tinha dois objetivos principais. O objetivo primário era a proteção do exército contra as lanças, flechas e espadas inimigas. Todavia, existe um segundo aspecto não tão conhecido. O escudo era usado para possibilitar o avanço de toda uma legião. Essa tática ficou conhecida historicamente como “formação tartaruga”, pois era forte e defensivamente rígida como o casco de uma tartaruga. Por mais lentos que fossem as legiões romanas, elas eram firmes e poderosas contra os inimigos.

4.3- O sentido espiritual: Quero destacar dois aspectos espirituais do escudo da fé.

a) Primeiramente, vemos o escudo como a principal arma de defesa. A fé deve ser usada como peça fundamental contra os dardos do diabo. E, de fato, sem fé não conseguiríamos prevalecer contra os intentos do inimigo. Seria impossível viver a vida de Deus sem esse escudo de defesa, mesmo porque, constantemente, somos atacados pelo inimigo e, uma vez sem esse escudo, seríamos alvos fáceis. Os dardos inflamados eram feitos com uma vara curta na qual era colocada uma ponta de ferro e que era atirada com uma das mãos. Eles eram “inflamados” porque eram lançados com chamas de fogo sobre os seus oponentes. São vários os dardos inflamados que o Maligno atira contra nós a fim de acabar com a nossa autoridade e ousadia espiritual. São eles: os dardos da dúvida, do medo, da acusação, da injustiça, da crítica, da fofoca, da calúnia e da violência. Todos nós que estamos em meio à luta receberemos dardos inflamados lançados contra nossas vidas. A questão é: será que vamos ser atingidos por esses dardos, ou há como evitá-los ou acabar com eles? A fé não impede o inimigo de nos atacar, mas atua no sentido de extinguir o que o inimigo lança sobre nós. Pessoalmente gosto muito de usar a minha fé declarando o que diz Isaías 54:17 "Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do SENHOR e o seu direito que de mim procede, diz o SENHOR."

b) O segundo aspecto tem a função de mobilidade. A força defensiva do escudo permite à Igreja contra-atacar o inimigo. A palavra nos diz que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja de Jesus (Mateus 16:18). Aqui, Jesus está claramente demonstrando um aspecto ofensivo da Igreja, e assim podemos dizer que pela fé poderemos avançar contra as portas do inferno. Se temos pensado na fé enquanto uma certeza que se realiza, podemos também dizer que, quando evangelizamos e as pessoas se convertem, estamos atuando exatamente nesse sentido da fé e roubando o inferno. Certamente, suas portas não prevalecerão contra nós. Esse é só um exemplo da fé operante, mas existem outros. “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam”. Hebreus 11:6.

5- O CAPACETE DA SALVAÇÃO
“Tomai também o capacete da salvação”. Efésios 6:17a

5.1- Conhecendo a peça: Feito de bronze, revestido pelo interior com feltro ou esponja.

5.2- A Finalidade do capacete: O capacete é uma arma de defesa que na guerra protegia a cabeça dos soldados contra todos os ataques que eles viessem a receber.

5.3- O sentido espiritual: Quero destacar aqui que alvo de Satanás é a nossa mente. Toda batalha é travada na mente humana. “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.” 2 Coríntios 11:3
Mas o texto nos fala de um ataque específico do Maligno em relação a nossa salvação. Creio que este ataque se refere a ter dúvidas a respeito de nossa salvação. Quando fazemos a pergunta: “Você tem certeza da sua salvação?”, muitas vezes, vem a resposta “Acho que sim, espero que sim”. “Só Deus sabe..” Tais respostas mostram que essas pessoas não conhecem a Bíblia.
Há uma estreita conexão entre a fé em Cristo e a certeza da salvação. Foi o próprio Jesus quem disse: “Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47).
É preciso gritar a plenos pulmões que a salvação é uma dádiva de Deus e não uma conquista humana (Efésios 2:8-10). É oferta da graça e não resultado das obras. É recebida pela fé e não pelas obras. Consequentemente, nenhum homem pode vangloriar-se de sua salvação. Se a salvação fosse por méritos, então, o homem teria de que se gloriar, mas como ela é oferta da graça, o homem só pode se curvar e agradecer a Deus por tão grande dádiva.
Satanás sabe que um cristão duvidoso de sua salvação será um alvo fácil para a sua ação. Se ele puder nos convencer que ao pecarmos perdemos a nossa salvação e não seremos mais amados por Deus só nos resta abandonar ou apostatar de nossa fé. Por isso o autor de Hebreus diz: “Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram.” Hebreus 2:3.

6- A ESPADA DO ESPÍRITO.
“..e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;” Efésios 6:17b

6.1- Conhecendo a peça: Era uma espada com uma lâmina longa (50-55 cm), a arma por excelência do legionário romano, levado à direita da cintura.

6.2- A Finalidade da espada: O apóstolo Paulo apresenta a arma mais ofensiva, a espada, como a Palavra de Deus embora possa ser usada também defensivamente.

6.3- O sentido espiritual: Nos defendemos e atacamos o inimigo com a Palavra de Deus. Satanás é mentiroso, e a Palavra de Deus é a verdade que sempre prevalece sobre a mentira. A Palavra também é chamada de espada em Hebreus 4:12. Aqui, a Palavra é descrita como “viva e eficaz e mais penetrante que uma espada de dois gumes”. A espada romana era comumente de dois gumes, tornando-a melhor para perfurar e cortar em ambos os sentidos.

a) Defensivamente ela foi usada por Jesus em Mateus 4, quando foi tentado pelo diabo no deserto. Todas as vezes que o diabo lhe fazia uma sugestão, ele golpeava, dizendo: “Está escrito…” Por essa razão, o crente deve conhecer a Bíblia, estudá-la, memorizá-la, meditar nela e principalmente colocá-la em prática na vida, e assim estará golpeando o inimigo.

b) Ofensivamente ela é usada quando é pregada ou ensinada com ousadia no poder do Espírito Santo.

C.H. Spurgeon disse algo tremendo em seu sermão pregado na manhã de Domingo, 19 de abril de 1891, intitulado, “A Espada do Espírito” que achei interessante para nós:
“A Palavra de Deus na mão do Espírito fere terrivelmente e faz o coração do homem sangrar. Aquele que usa a Palavra nas batalhas do Senhor deve usá-la contra esperanças carnais e então golpear contra os temores da incredulidade. Deve golpear fortemente com uma lâmina, o amor ao pecado, e com a outra, o orgulho da justiça própria”.
Falando sobre o resultado de nossa pregação ele disse: “Vamos pedir que o bendito Espírito afie nossa pregação, senão falaremos muito e teremos pouco resultado!”.
Sobre atacarmos o inimigo em seu próprio terreno ele também disse: “Não sejam vocês somente sóbrios, ataquem a bebedeira. Não se contentem em se verem livres de superstições, vocês mesmos, mas a exponha aonde quer que aconteça! Não seja devoto apenas quando você se sente obrigado a sê-lo, mas ore pelo crescimento do reino,  ore em todo o tempo! Não diga somente “Eu vou manter Satanás longe da minha família educando meus filhos corretamente“, mas vá à escola dominical e ensine outras crianças, e assim leve a guerra para a outra fronteira!”.

Creio também irmãos que todo aquele que usa espada do Espírito ofensivamente deve saber do imenso poder de penetração desta espada. A ideia das Escrituras penetrando (Hebreus 4:12) significa que a Palavra de Deus atinge o "coração" chegando à profundidade a ponto de "dividir" (ou cortar) alma e do espírito, portanto, capaz de modificar aquilo que temos de mais interior e invisível. Mas essa "espada" também atinge "juntas e medulas", que são as partes físicas que nos levam a nos mover. Ela é capaz de mudar nossas atitudes. Além disso, traz à tona nossos pensamentos e intenções do coração, deixando claro aos nossos olhos o que realmente somos.
Por essas razões devemos usar a Espada do Espírito na certeza de ela não voltará vazia, mas cumprirá o propósito para o qual ela foi designada. “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei”. Isaías 55:11

CONCLUSÃO: O aposto Paulo encerra o assunto sobre a armadura do cristão dizendo que ao usarmos toda a armadura de Deus não nos esqueçamos, daquilo que creio eu ser a arma secreta do guerreiro que é a oração: “com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo”. Efésios 6:18-20


Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO
SÉRIE LUTA ESPIRITUAL



domingo, 6 de agosto de 2017

CONHECENDO A ARMADURA DE DEUS. ESTUDO 6 (1ª Parte)


TEXTO BASE: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo” “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” Efésios 6:11 e 13

INTRODUÇÃO: Antes de nos envolvermos em um acirrado combate espiritual, precisamos estar certos de que estamos revestidos de toda a armadura de Deus. Paulo quando esteve preso, observou bem os soldados da guarda pretoriana (guarda de elite) de Roma e inspirado pelo Espírito Santo passou a descrever cada uma das peças que compunham as vestimentas de um soldado, comparando-o a um guerreiro espiritual. São seis as peças básicas desta armadura.

I- O CINTO DA VERDADE.
“Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade..” Efésios 6:14a
1.1- Conhecendo a peça: Esta peça de vestuário consiste numa tira de couro ou outros materiais, usada ao redor da cintura.

1.2- A Finalidade do Cinto: O cinto de um soldado, além de fixar a parte frontal da armadura (a couraça) assegurando que esta não se soltasse nem afrouxasse, protegia os órgãos reprodutores e o aparelho digestivo do soldado. Ela servia também como sustentação de outras peças da armadura.  

1.2- O sentido espiritual: A verdade não é apenas uma arma ofensiva quando a usamos como Espada do Espírito, mas é também uma arma de proteção e sustentação do guerreiro espiritual. Podemos compreender a verdade sob dois aspectos:

(a) A verdade da Palavra de Deus. O pai da mentira ficará enfraquecido diante da verdade pura da Palavra de Deus. Cingir-nos com a verdade é termos a nossa mente cheia da Palavra de Deus, uma mente forte, vigorosa, madura espiritualmente, que sabe manejar bem a Palavra da verdade. (2 Tm 2:15).

As Escrituras dizem em Oseias 4.6 que “o meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento”. Necessitamos mais que nunca firmar nossas convicções na Palavra de Deus, pois a Igreja passa por uma crise das mais terríveis de sua história, que é justamente o desconhecimento da Verdade. Por isso Jesus disse: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.” Mateus 22:29. Quando não conhecemos a verdade de Deus somos escravos da mentira que escraviza ao contrário da verdade que liberta! Devemos saber que a mentira é a mais poderosa arma do inimigo. Com ela, o diabo introduziu a rebelião no Céu. Também estabeleceu na Terra um reino nela baseado: mentira a respeito de Deus, do significado da vida, de nós mesmos, da família, do sucesso, do dinheiro, do sexo. Respiramos mentiras por todas as partes. Apenas a verdade tem o poder de nos proteger contra a mentira. Apenas a verdade pode libertar (João 8:32) e desmascarar as mentiras do diabo.

(b) A verdade na vida do cristão. A Palavra de Deus nos adverte a sermos sinceros: "Sede irrepreensíveis e sinceros filhos de Deus, inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual deveis resplandecer como astros no mundo." (Filipenses 2.15) A origem da palavra SINCERO é a junção de duas outras: SEM CERA. Conta-se que na antiguidade, alguns maus comerciantes vendiam potes e vasos com pequenas rachaduras. Para que o cliente não percebesse, eles cobriam a rachadura com cera e quando esta secava, todo o vaso era pintado, para que ninguém visse. Muitos deles quebravam com pouco tempo de uso. Assim, os compradores mais espertos, ao comprarem os utensílios, colocavam o vaso contra o Sol. Se a luz "passasse" através da pintura, é porque ela estava danificada. Eles então reclamavam: queremos "sem cera". Daí veio a palavra SINCERO, que tem o sentido de VERDADEIRO, QUE NÃO ESCONDE NADA.
Jesus dis­se, com clareza, que a palavra do cristão é esta: "sim, sim; não, não e o que passar disso vem do maligno”. (Mt 5.37)
A falsidade e a mentira são muito prejudiciais à obra de Deus é uma brecha à ação do diabo, o pai da mentira. O Senhor nos ordena a rejeitar a mentira em todas as suas formas (Colos. 3:9): falso testemunho, engano, hipocrisia, fingimento, exagero, calúnia, desonestidade, não cumprir os tratos injustificadamente, fraude, falsificação em todas as áreas de nossa vida: lar, trabalho, comércio, igreja, autoridades, colégio, amizades, etc.


2- A COURAÇA DA JUSTIÇA.
“..e vestindo-vos da couraça da justiça” Efésios 6:14b
2.1- Conhecendo a peça: A couraça, nos tempos antigos, era uma malha que cobria o corpo pela frente e nas costas. Constava de duas partes unidas nos lados.

2.2- A Finalidade da couraça: A couraça tem por finalidade cobrir e proteger o tórax, onde encontramos o coração como um instrumento vital para nossas vidas que está localizado no lado esquerdo do peito. Biblicamente, a palavra coração descreve a parte interior da mente, o ser interior de um homem. O que está em nosso coração determina o que somos. Como Provérbios 3:23 nos diz: "Acima de tudo guarde o seu coração, porque dele procedem as fontes da vida". Não admira, portanto, que é exatamente nessa parte onde Satanás procura lançar seus dardos. Se seus dardos conseguem penetrar o coração ou seja, o interior de nosso ser, então ele alcançou seu intento. Uma das armas que Satanás frequentemente usa para disparar seus dardos no coração dos cristãos sinceros e dedicados não é outro senão a condenação. Condenação é uma de suas melhores armas, uma vez que faz o coração, nosso interior, doente. É uma poderosa arma de Satanás para corromper a nossa comunhão com Deus. João descreve os efeitos desta doença que afeta muitos cristãos. “Amados , se nossos corações não nos condena, temos confiança diante de Deus” 1 João 3:21


2.3- O sentido espiritual: É muito importante sabermos que a justiça que protege o nosso coração não é a justiça própria, mas a justiça de Deus. Em Romanos 3:20 nos diz que “ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à lei, pois é mediante a lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado.”
Não podemos confiar em nossos sentimentos e nem naquilo que vemos, porque a nossa justiça é carnal e naturalmente injusta e não vislumbra a obra de Deus em nossas vidas. “Porque todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia” (Isaías 64:6).
A única justiça que deve governar o nosso ser é a justiça de Deus, mas como alcançar tal justiça? Paulo nos responde essa questão: “e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé” (Filipenses 3:9).
A justiça que temos contra o diabo é mediante a fé em Cristo, na obra redentora que Ele mesmo realizou por nós e não por obras que nós podemos realizar. “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós” (Romanos 8:33-34).
Se nos tornamos justos pela justiça de Cristo não devemos dar lugar ao diabo cometendo qualquer tipo de injustiça. “Entretanto o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que Lhe pertencem. E mais: Aparta-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor.” 2 Timóteo 2.19. Não podemos entrar numa batalha contra o acusador sem a certeza de ‘não haver acusação’ sobre nós (Rm.8:1). Seria derrota certa, morte certa. Por outro lado é claro que, se de livre e espontânea vontade permanecermos em pecado, nunca estaremos revestidos dessa couraça.

3- O CALÇADO DA PREPARAÇÃO DO EVANGELHO DA PAZ.
“Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz;” (Efésios 6:15)

3.1- Conhecendo a peça: Os antigos soldados protegiam os pés com uma espécie de bota com tiras de couro que cobria a perna, do joelho ao pé. Os pés são a base sobre a qual se firma o restante do corpo. Existem algumas lutas corporais cuja estratégia está em derrubar o oponente tirando o seu pé de apoio; uma vez sem esta base firme que são os pés, o corpo logo cai e fica fácil cair sobre o adversário para imobilizá-lo e derrotá-lo. Uma pessoa caída ao chão fica frágil e sem muitas chances de defesa. Todo lutador que cai, sabe que precisa levantar-se para ter alguma chance de vitória. Você já se imaginou indo a um combate descalço? Começamos a entender agora a importância de se proteger os pés, e deles estarem firmes sobre o solo, para sustentar o corpo durante todo o combate.

3.2- A Finalidade dos calçados: A Palavra fala de calçar os pés com a preparação do evangelho da paz. Esta palavra é uma tradução do grego "etoimasia", que significa "estado de preparação", isto é, estar preparado para pregar o evangelho em qualquer situação. 1 Pedro 3:15 diz: "Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós."
Para estarmos preparados, necessitamos de todo um trabalho anterior de preparação. Um lutador para estar pronto para a luta necessita de treinamento, instrução sobre como lutar, exercícios de fortalecimento muscular, enfim tudo que possa prepará-lo para vencer a luta. Cada um de nós deve buscar esta preparação. Algumas traduções trazem este termo como "prontidão" para anunciar o evangelho da paz, atendendo rapidamente ao chamado. Já está preparado e não tem preguiça, nem desculpas para responder à convocação.
Quantos de nós já leram a bíblia toda pelo menos uma vez? Quantos a leem diariamente e meditam sobre ela? Quantos estudam a fundo os livros da bíblia? Quantos participam do "treinamento" que lhes é oferecido, estando presente em todas as reuniões de estudo, e mais ainda, releem os estudos que já tiveram, estudando-os em casa? Quantos procuram "viver" aquilo que aprendem? Quantos leem livros sobre assuntos espirituais? Quantos se oferecem para pregar a Palavra em seu grupo? Por aí, começamos a perceber o porquê da dificuldade em se pregar o evangelho.

3.3- O sentido espiritual: Quero ressaltar aqui dois sentidos espirituais para a preparação do evangelho da paz!

(a) Em primeiro lugar, devemos observar que o apóstolo Paulo usa a expressão “evangelho da paz”. Nas Escrituras, tal expressão vem representar a reconciliação entre homem e Deus. É o que temos em Rm 5.1: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. Devemos estar prontos para dizer às pessoas que Jesus Cristo traz a verdadeira paz (reconciliação) com Deus. Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida”. Romanos 5:10  

(b) Em segundo lugar, o evangelho da paz tem a ver com o nosso testemunho no mundo. Como filhos de Deus, devemos procurar a paz e mantê-la, mas, ao mesmo tempo precisamos nos tornar seus verdadeiros promotores. No dizer de Jesus devemos agir como pacificadores, pois desta maneira seremos qualificados como “filhos de Deus”, Mt 5.9, “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”. As divisões e contendas entre o povo de Deus podem colocar em risco nosso chamado nos tornando vítimas das artimanhas diabólicas.

CONCLUSÃO: No próximo estudo vamos conhecer mais três peças da armadura de Deus: O escudo da fé, o capacete da salvação e a espada do Espírito.

Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO

SÉRIE LUTA ESPIRITUAL

sábado, 5 de agosto de 2017

CONHECENDO AS NOSSAS ARMAS ESPIRITUAIS - ESTUDO 5


TEXTO BASE: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.”  2 Coríntios 10:4,5

INTRODUÇÃO: Nos próximos estudos, vamos reconhecer quais as armas que o Senhor coloca em nossas mãos para a nossa luta contra satanás e seus demônios como também a usá-las de forma eficaz. Antes de estudarmos sobre cada uma destas armas devemos trazer em mente alguns aspectos importantes sobre elas:

I- NOSSAS ARMAS SÃO ESPIRITUAIS
Em primeiro lugar, as armas que Deus coloca em nossas mãos não são carnais (ou humanas).Porque as armas da nossa milícia não são carnais..” Não é com a inteligência humana, esforço físico, ou com autoajuda que lutamos contra o inimigo, mas, com ajuda do Alto. Lutero compreendia esta questão importante quando escreveu o Hino Castelo Forte (1529):
“A força do homem nada faz, sozinho, está perdido; Mas nosso Deus socorro traz, em seu Filho escolhido. Sabeis quem é Jesus, O que venceu na cruz, Senhor dos altos Céus; E, sendo o próprio Deus, Triunfa na batalha”.

II- NOSSAS ARMAS SÃO PODEROSAS.
Em segundo lugar, as armas espirituais são poderosas em Deus. “...e sim poderosas em Deus”, A maioria dos cristãos não sabem do poder que têm em suas mãos. Talvez por isso, muitos por temerem as ações do diabo, não se engajam na batalha. Jesus nos deu autoridade espiritual: “Eis que vos dei autoridade para pisar serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; e nada vos fará dano algum”. Lucas 10:19. 
Devemos, todavia entender que nós somos apenas instrumentos nas mãos de Deus. Não agimos em nosso nome e nem devemos manipular o poder de Deus. No A.T o Senhor condenou esta atitude humana de idolatria que nada mais é do que promover o ser humano a um status de poderoso ou milagreiro. "Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura". (Isaías 42:8)

III- NOSSAS ARMAS SÃO PARA FINS ESPECÍFICOS.
Em terceiro lugar, as armas espirituais possuem três alvos específicos:

ALVO 1- Destruir Fortalezas: “E assim como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé”. 2 Tm 3:8.  
Fortalezas é um padrão forte e resistente de conceitos e valores inconscientes, gerando pensamentos, sentimentos e comportamentos contrários ao plano, propósito e prática de Deus para a vida do homem. Fortalezas são aquelas áreas onde o inimigo consolidou uma resistência ao avanço do evangelho, do Reino de Deus numa pessoa, igreja, cidade ou região maior. Elas também podem ser representadas por hábitos, pecados, vícios e crenças que estão arraigadas na mente da pessoa.

ALVO 2- Anular Sofismas: “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém”. Rom. 1:25.
Os sofismas são mais sutis, pois é uma mentira com aparência de verdade, mas continua sendo uma mentira. Os sofismas alteram a essência da verdade do evangelho e implantam no conhecimento humano uma mentira que de tanto ser repetida, é aceita como verdade.

ALVO 3- Anular toda a Altivez: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” Prov. 16:18.
A altivez é uma barreira de orgulho e exaltação que lança sombra e escurece a razão impedindo a penetração do conhecimento de Deus. Esta também é uma arma poderosa do inimigo para manter as pessoas nas trevas, intocadas pela luz do evangelho, ao mesmo tempo em que se sentem sábias, autossuficientes e superiores.

CONCLUSÃO: Quando usamos corretamente as armas espirituais para atingir estes três alvos, TODO O PENSAMENTO É LEVADO CATIVO À OBEDIENCIA DE CRISTO. Isso significa que a verdadeira libertação ocorre na mente da pessoa e essa libertação se traduz em obediência a Cristo.

Oração:  "Pai celestial, eu te agradeço por teres me dado a mente de Cristo. Eu reafirmo a minha liberdade e declaro que não serei preso (a) por pensamentos enganosos. Eu lanço fora de minha mente todo raciocínio, todo pensamento, toda imagem que se levanta contra a verdade de Deus. Eu levo cativo todo pensamento à obediência de Cristo. Eu faço a escolha de encher minha mente com a verdade e ordeno aos meus pensamentos que se alinhem à palavra de Deus. Eu rejeito toda fortaleza de mentira em minha alma, principalmente os pensamentos que tentam impedir que eu experimente o amor de Deus de uma forma plena. Pai de amor, pelo poder do Espírito Santo, quebra todo jugo, toda passividade, toda mentira que se alojou atrás dos traumas, tudo o que provoca a tristeza que é segundo o mundo, todo o medo nocivo, Eu lanço fora de minha mente todo pensamento que tem o propósito de gerar enfermidades, todo pensamento que me faz resistir autoridades levando­ me à rebeldia, todo pensamento que me prende a vícios e todo pensamento que alimenta rejeição. Caiam por terra agora estas cadeias em nome de Jesus”.

Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO
SÉRIE LUTA ESPIRITUAL