terça-feira, 8 de agosto de 2017

AS QUALIFICAÇÕES DO SOLDADO CRISTÃO. ESTUDO 8


 TEXTO BASE: “Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou”. 2 Timóteo 2:3,4

INTRODUÇÃO: Todo cristão deveria saber que a vida cristã é muito mais que frequentar uma igreja aos domingos. Por isso temos entendido que ser discípulo é muito mais que ser um membro da igreja. Ser discípulo é entrar para o campo de batalha e se envolver com o projeto de Deus de salvar almas. Discipulado implica em envolvimento. Deus se envolveu conosco. Ele não ficou lamentando a queda do homem. Ele agiu e isso implicou em um envolvimento direto com a humanidade. Para deixar isto claro, Paulo lança mão do exemplo do soldado. O soldado sempre será um soldado, mesmo que não esteja fardado. Não existe meio soldado. O individuo não se alista pela metade. Ele se alista por inteiro. A partir do momento do alistamento, ele está totalmente comprometido com a corporação à qual se alistou. Paulo fala que o soldado, verdadeiramente cristão, tem um desejo. Ele deseja agradar o seu comandante. Para agradarmos ao nosso comandante precisamos ter alguns requisitos:

I- DISPOSTOS A SOFRER.
“Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus”.

Paulo, como discípulo e soldado, foi chamado por Cristo a sofrer pelo Evangelho (At 9.16). Por isso, convocou seu discípulo a sofrer as aflições do ministério com ele. Servir como soldado de Cristo não é tarefa nada fácil. Pelo contrário, dureza, riscos e sofrimento são aceitos sem contestação. Se for fiel ao evangelho, certamente experimentará oposição e escárnio.
Ele deverá sofrer em conjunto com seus companheiros de luta. William Barclay observou que todo soldado está condicionado ao sacrifício. O soldado cristão deve estar sempre pronto para sacrificar seus desejos, anseios, tempo e dinheiro pela obra Deus e por seus companheiros de ministério.
Nós não podemos sofrer sozinhos nas batalhas pelo Evangelho, precisamos da ajuda de nossos amigos, líderes, discipuladores e pastores.


II- LIVRES DE EMBARAÇOS.
“..Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida..” Em outra versão: “Nenhum soldado em serviço se embaraça com negócios desta vida..”

Os chamados para participar da luta espiritual não se devem embaraçar com os cuidados deste mundo. Paulo não está ensinando aqui que o cristão não deva ter o seu trabalho secular. No entanto há muitos discípulos impedidos de militar na obra de Deus porque a sua vida está embaraçada. O soldado cristão precisa por a sua vida em ordem. Para muitos, o foco de suas vidas é ganhar dinheiro e por isso sacrificam o seu tempo com Deus e com a família. Para outros, não importa se, para conseguir seus objetivos, têm de agir honesta ou desonestamente. Para o verdadeiro soldado de Cristo, os fins não devem justificar os meios. Aquilo que começa errado não se endireita automaticamente. Jamais se deixe levar pelo lucro fácil nem por um prazer desonesto. Por trás de toda tentação, há um espírito maligno que deseja tê-lo sob a autoridade dele. Duas perguntas básicas:
1ª Você é totalmente livre e desimpedido para servir a Deus?
2ª Existe em sua vida alguma coisa que lhe impede de servir a Deus sem qualquer embaraço?

“...desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta..” (Hb 12:1b).

III- OBJETIVO DEFINIDO.
“...porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou”.

Todo soldado quando sai à batalha tem um objetivo, ele tem um alvo. Para o cristão, seu objetivo é satisfazer ao Senhor. Para satisfazer (contentar, agradar) ao Senhor o soldado cristão precisa:

3.1- Ser Submisso às autoridades- “Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês”. NVI

O soldado cristão é submisso a Deus e às autoridades que Deus colocou sobre ele. Submissão à autoridade não se limita a estar sujeito a uma pessoa, mas é estar sujeito à unção de Deus sobre ela. No exército de Deus precisamos também ser liderados. Ninguém é autônomo no Corpo de Cristo.

Davi reconhecia a unção que havia sobre Saul e sabia que ele era ungido do Senhor. Davi defendia de maneira absoluta a autoridade de Deus.

O reino das trevas possui uma organização. É o que podemos chamar de “a ordem da desordem”. Paulo fala de principados e potestades. Existe uma cadeia de comando. Existem lideres e liderados. Quem manda e quem obedece. Porque na Igreja cada um quer fazer o que quer?

NÃO PODE HAVER NA VIDA DO SOLDADO CRISTÃO QUALQUER RAIZ DE REBELIÃO, SEJA DECLARADA OU OCULTA, PORQUE A REBELIÃO TEM ORIGEM EM SATANÁS E NO PECADO E É COMPARADA AO PECADO DE FEITIÇARIA. “Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei”. 1 Samuel 15:23

Quando intercedemos ou oramos por alguém estamos exercendo autoridade espiritual.  Essa autoridade nos foi delegada por Jesus. Não agimos independente e não estamos em nosso nome. 

3.2- Ter a motivação Correta- Na luta espiritual não podemos nos envolver por aventura, modismo ou exibicionismo da fé. Creio também que o orgulho espiritual tem sido a causa da queda de muitos soldados cristãos. "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda." Provérbios 16:18

Jonathan Edwards falando neste assunto disse: “A primeira e a pior causa de erro que prevalece nos nossos dias é o orgulho espiritual. Essa é a principal porta que o diabo usa para entrar nos corações daqueles que têm zelo pelo avanço da causa de Cristo”.

Creio que a motivação correta é satisfazer ao nosso comandante buscando dele a aprovação. “Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva”. 2 Coríntios 10:18.

CONCLUSÃO:

Conta-se que quando estava à beira da morte, Alexandre, o Grande convocou os seus generais e relatou seus três últimos desejos:

1- Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
2-Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas);
3- Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão: à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos incomuns, perguntou a Alexandre quais as razões para tal desejo. Alexandre explicou:

- Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;
- Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;
- Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.

Creio que entre as várias lições que podemos aprender com esta história é que enquanto soldados de Cristo a nossa maior conquista não são os tesouros desta terra, mas, sim as vidas que conseguimos conquistar para Cristo Jesus. Este é o verdadeiro tesouro que ajuntamos para a eternidade. “Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.” Mateus 6:20



Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO
SÉRIE LUTA ESPIRITUAL

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