TEXTO: Mateus 21:28-32.
28 E que vos parece? Um homem tinha dois
filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha.
29 Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi.
30 Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma
coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi.
31 Qual dos dois fez a vontade do pai?
Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e
meretrizes vos precedem no reino de Deus.
32 Porque João veio a vós outros no caminho
da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes
creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para
acreditardes nele.
Introdução: Graça e Paz! A ministração de hoje tem
como foco mostrar que podemos nos relacionar com Deus como Pai de uma maneira
intima e pessoal. Pessoalmente tive dificuldade de entender e aceitar a
Paternidade de Deus, pois como acontece em grande parte das famílias, meu pai
era muito ausente, o que resultou em mim, um forte sentimento de rejeição.
É importante ressaltarmos que esta é mais uma das
parábolas de Jesus onde ele compara a Deus na figura de um pai; aliás, é
sempre bom lembrar que muitos trazem consigo uma visão distorcida de Deus, por
isso não possuem um relacionamento próximo e pessoal com Ele.
Se você perguntar por ai: quem é Deus para você?
Certamente você ouvirá:
Deus é um ser superior;
Deus é uma força cósmica;
Deus é a natureza (ideia panteísta).
Normalmente as pessoas têm a concepção de um Deus
impessoal, distante, longe demais de nós, pobres mortais. Aliás, essa é a
concepção do Islamismo sobre Alá (Deus).
Anos
atrás li o livro ATREVI-ME A CHAMAR-LHE
DE PAI da autora Bilquis Sheikh, uma senhora muçulmana do Paquistão que narra
como ela conheceu a Deus como Pai ao ler uma bíblia que recebeu de uns
missionários. Ao comparar com o Alcorão percebeu que somente o Deus dos
cristãos se revela como um Pai amoroso e perfeito. Isso mudou a sua história de
vida completamente culminando com uma conversão plena ao Senhor Jesus!
Voltando à nossa parábola, quero ressaltar que as
atitudes destes filhos representam claramente as atitudes que humanidade em
geral tem para com Deus.
O que
antecede a esta narrativa de Jesus?
Antes dessa parábola,
ainda no capítulo 21, alguns eventos importantes são descritos, desde a entrada
Triunfal até a purificação do Templo.
Considerando então esse contexto, podemos notar no
versículo 23 os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo (ou membros do
Sinédrio) estavam desafiando a autoridade de Jesus.
Claro que com tudo que havia acontecido
anteriormente, principalmente em relação à purificação do Templo, os líderes
judeus não estavam nada satisfeitos e foram interrogar a Jesus perguntado com
que autoridade Ele tinha feito aquilo.
O objetivo deles era buscar uma maneira de
comprometê-lo.
Com muita sabedoria, Jesus disse que também faria
uma pergunta e, caso eles respondessem tal pergunta, então Ele também
responderia o que lhe fora perguntado.
“O
batismo de João, de onde era? Do céu, ou dos homens?” Mateus 21:25
Essa pergunta foi terrível para eles. Eles ficaram sem
saída, não podiam responder nem que sim e nem que não.
E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do
céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes?
E, se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque
todos consideram João como profeta. Mateus 21:25,26
A resposta que eles encontraram foi a
falsidade, uma mentira, para tentar sair da situação difícil que Jesus os havia
colocado.
E, respondendo a Jesus, disseram: “Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos
digo com que autoridade faço isto”. Mateus 21:27
Jesus, sabiamente, em resposta àquela situação,
condenou totalmente aquele comportamento hipócrita contando a Parábola dos Dois
Filhos.
O significado da Parábola dos Dois Filhos é
bastante claro quando se percebe que os dois filhos e seus comportamentos
representam dois grupos de pessoas.
O primeiro filho, que inicialmente disse não
ao pai, mas depois se arrependeu e foi trabalhar na vinha, representa os
publicanos e as prostitutas, pessoas excluídas e consideradas indignas perante
a religiosidade judaica, e que, embora com seu modo de viver inicialmente
recusavam os mandamentos de Deus, por fim se arrependiam e passavam a fazer a
Sua vontade.
Por outro lado, aqueles religiosos judeus
agiam como o segundo filho, aparentemente concordando em seguir a Palavra de
Deus, mas no final o resultado real era apenas de desobediência.
No versículo 31, Jesus
deixa isso bem claro dizendo que aqueles desprezados pecadores, estavam
entrando no Reino de Deus antes dos que insistiam em manter uma imagem à
primeira vista irrepreensível, mas fatalmente corrompida.
Estes diziam que obedeciam a Deus, mas não estavam
obedecendo, porque esse falso “sim” nada mais era do que o verdadeiro “não”, e
o espontâneo “não” dos pecadores rejeitados era o início de um “sim” de
arrependimento.
Por isso, a parábola que Jesus contou sobre
os dois filhos é bem relevante para nós!
Ela está registrada unicamente aqui em Mateus.
Com base nessa parábola quero compartilhar
com vocês alguns ensinamentos que ela me traz e que ajudam em nossa caminhada
como filhos de Deus.
1) NÃO EXISTE RELACIONAMENTO COM O PAI, SEM
ARREPENDIMENTO.
Neste texto Jesus nos mostra a grandeza da
importância do arrependimento.
O arrependimento é mais importante do que qualquer
aparência, do que qualquer intelectualidade, do que qualquer religiosidade e do
que qualquer intenção, do que qualquer moralidade.
O arrependimento é o ponto principal do
“fazer a vontade de Pai”.
Antes possuíamos apenas a convicção do “não”.
Pense comigo: Quantas vezes você já não disse não a Deus?
Mas, de uma forma inexplicável do ponto de vista
humano, você se arrepende e passa agora faz a vontade do Pai.
A conversão da Bruxa da Cracolândia. O fantástico exibiu a
uns anos atrás a história desta mulher. Silvia é o seu nome. Com 9 anos foi
morar na rua e virou assaltante com 13 anos. Aos 18 anos foi presa e passou 25
anos na prisão. Depois dos 40 anos de idade ela se perdeu nas drogas. E viveu
assim por quatorze anos. Depois disso uma jovem veio até ela na rua e a abraçou
e com aquele abraço ela passou a ter esperança. E desejo de viver! Aquela
mulher se arrependeu de seus pecados, entregou-se a Jesus e foi encaminhada
para um tratamento, se recuperando. Ela fez o ensino, básico e médio e agora
faz a faculdade de teologia para ajudar outras pessoas na mesma condição!
O arrependimento a fez voltar atrás e dizer
sim ao Pai!
O arrependimento verdadeiro é o reflexo da ação do
Espírito Santo em nossas vidas, o único que pode nos convencer dos erros do
nosso “não”.
PRECISAMOS ENTENDER QUE PARA DEUS A CONDIÇÃO DO
HOMEM É DE “APENAS PECADOR”.
Quando Jesus usou como exemplo duas classes de
pessoas tão rejeitadas pela sociedade da época (Os publicanos e as meretrizes),
e os colocou acima dos mais influentes daquela sociedade, Jesus estava
mostrando que não existe nada que possamos fazer para tentarmos impressionar a
Deus e que o ser humano independente de qual degradável esteja é importante
para Ele.
Aos olhos do Pai, todos são pecadores, desde os
mais importantes e moralistas dos homens até os mais rejeitados da sociedade,
pois a condição do homem é uma só.
O arrependimento é condição essencial para todos os
que querem se tornar em filhos de Deus e entrar em um relacionamento com o Pai.
A boa notícia é que o sangue de Jesus é poderoso
para resgatar o pior dentre os homens.
2) NÃO EXISTE RELACIONAMENTO COM O PAI, SEM
OBEDIÊNCIA.
Como aquele primeiro filho que disse ao Pai “Sim
Senhor”, mas não obedeceu aprendemos que PALAVRAS SÃO APENAS PALAVRAS.
Ninguém surpreende Deus com palavras e não
podemos enganá-lo.
“Eis que
assim declara o Eterno: Visto que este povo se chega junto a mim apenas com
palavras sem atitude, e me honra somente com mover dos lábios, enquanto seu
coração está muito distante da minha pessoa. E a adoração que me prestam é
constituída tão somente de regras e doutrinas criadas por homens.” Isaías
29:13
Muitos acreditam que conseguem manter as aparências
diante d’Ele, mas perante Deus todas as máscaras caem. Ele sabe como é o nosso
rosto por trás da maquiagem, Ele conhece o nosso coração e julga as nossas
intenções.
Podemos enganar as pessoas com palavras
bonitas, com louvores incríveis, com orações eloquentes, mas Deus conhece se
esse comportamento é sincero ou não.
Precisamos examinar se nossas atitudes
refletem o que pregamos, e, por fim, tomarmos cuidado com possíveis
distrações, porque às vezes nos comprometemos com algo, mas alguma coisa nos
distrai e acabamos nos esquecendo do nosso compromisso.
De qualquer forma, só existem dois filhos, não há
um terceiro, ou somos como o primeiro ou inevitavelmente seremos como o
segundo.
O filho agrada ao Pai é aquele que obedece! É aquele que
faz a vontade do Pai!
“Obedecer é melhor que sacrificar..” 1 Samuel 15:9
Jesus, nosso grande exemplo, foi submisso a
seus pais.
Ainda que Ele fosse a Divindade em carne, ele seguia o plano de Deus para a
família (Lucas 2:51).
Deus estabeleceu seu plano para nossas famílias
porque ele deseja nossa felicidade e sabe que tipo de relações são mais
satisfatórias e mais recompensadoras para nós.
É verdade geral que os filhos que obedecem e honram
seus pais vivem mais, têm vidas mais felizes e, mais importante, estão
agradando a Deus!
3- NÃO EXISTE UM RELACIONAMENTO COM O PAI SEM
COMPROMISSO COM O TRABALHO.
Os dois filhos tinham o mesmo pai, o mesmo
ensino, a mesma criação, o mesmo serviço e o mesmo pedido foi solicitado a
ambos!
Os dois filhos respondem ao pai, mas as respostas que dão
pai, bem como as suas atitudes foram bem diferentes.
O primeiro filho parece mais rebelde, responde ao pai, nega
seu convite, mas com o tempo arrepende-se de sua atitude, e obedece a ordem de
seu pai.
Já o segundo filho, tem palavras doces, na frente do pai
concorda e trata-lhe com toda reverência, mas depois de sair da sua presença, a
atitude é diferente, revelando-lhe a hipocrisia, que concorda com os lábios mas
o coração e a atitude mostram o contrário.
Todo filho precisa saber que o Pai tem o
direito ao nosso serviço fiel. Ao ensinar o valor do trabalho o Pai na realidade
está ensinando a seu filho a importância de assumir responsabilidades!
O trabalho é característica de um filho de Deus!
Deus está chamando cada um de nós aqui para
trabalharmos na sua vinha, mas cabe a nós decidir se vamos ou não.
‘Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até
agora, e eu trabalho também’. João 5:17
O Pai, que “trabalha até agora”, quer que sejamos
ativos e produtivos no Seu reino.
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e
constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho
não é vão no Senhor” (1 Co 15:58)
Há trabalho para todos os filhos na vinha do
Senhor! É por isso que ele nos concedeu dons e talentos!
CONCLUSÃO:
O Pai está chamando por seus filhos!
Há uma grande diferença entre dizer o SIM e
praticar o SIM.
O escritor e psicólogo, Paul Tounier em
seu livro Culpa e Graça escreveu que nós nos realizamos no discurso. Mas
o Reino de Deus precisa de menos discurso e mais prática. As igrejas
do Senhor precisam de menos discurso e mais de prática.
Depois de compartilhar tudo isso que eu penso com
vocês eu preciso fazer algumas perguntas: Você já respondeu ao chamado
do Pai? Que tipo de filho é você?
Você é o filho que diz o sim para o Pai, mas
vive o não? Ou você é o filho que diz não ao pai, mas acaba refletindo melhor e
vive o sim?
Talvez você esteja preso a alguma situação que você
acha que lhe impede de viver o sim. Decida pela pratica do sim.
Pr.
Gilberto Oliveira Rehder
Igreja
Metodista Catalão-GO