segunda-feira, 9 de agosto de 2021

COMO VOCÊ SE RELACIONA COM O PAI?


TEXTO: Mateus 21:28-32.

28 E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha.
29 Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi.
30 Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi.
31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus.
32 Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele.
 
Introdução: Graça e Paz! A ministração de hoje tem como foco mostrar que podemos nos relacionar com Deus como Pai de uma maneira intima e pessoal. Pessoalmente tive dificuldade de entender e aceitar a Paternidade de Deus, pois como acontece em grande parte das famílias, meu pai era muito ausente, o que resultou em mim, um forte sentimento de rejeição.
 
É importante ressaltarmos que esta é mais uma das parábolas  de Jesus onde ele compara a Deus na figura de um pai; aliás, é sempre bom lembrar que muitos trazem consigo uma visão distorcida de Deus, por isso não possuem um relacionamento próximo e pessoal com Ele.
 
Se você perguntar por ai: quem é Deus para você? Certamente você ouvirá:
 
Deus é um ser superior;
Deus é uma força cósmica;
Deus é a natureza (ideia panteísta).
 
Normalmente as pessoas têm a concepção de um Deus impessoal, distante, longe demais de nós, pobres mortais. Aliás, essa é a concepção do Islamismo sobre Alá (Deus).
 
Anos atrás li o livro ATREVI-ME A CHAMAR-LHE DE PAI da autora Bilquis Sheikh, uma senhora muçulmana do Paquistão que narra como ela conheceu a Deus como Pai ao ler uma bíblia que recebeu de uns missionários. Ao comparar com o Alcorão percebeu que somente o Deus dos cristãos se revela como um Pai amoroso e perfeito. Isso mudou a sua história de vida completamente culminando com uma conversão plena ao Senhor Jesus!
 
Voltando à nossa parábola, quero ressaltar que as atitudes destes filhos representam claramente as atitudes que humanidade em geral tem para com Deus.
 
O que antecede a esta narrativa de Jesus?
 
Antes dessa parábola, ainda no capítulo 21, alguns eventos importantes são descritos, desde a entrada Triunfal até a purificação do Templo.
 
Considerando então esse contexto, podemos notar no versículo 23 os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo (ou membros do Sinédrio) estavam desafiando a autoridade de Jesus.
 
Claro que com tudo que havia acontecido anteriormente, principalmente em relação à purificação do Templo, os líderes judeus não estavam nada satisfeitos e foram interrogar a Jesus perguntado com que autoridade Ele tinha feito aquilo.
 
O objetivo deles era buscar uma maneira de comprometê-lo.
 
Com muita sabedoria, Jesus disse que também faria uma pergunta e, caso eles respondessem tal pergunta, então Ele também responderia o que lhe fora perguntado.
 
“O batismo de João, de onde era? Do céu, ou dos homens?” Mateus 21:25
 
Essa pergunta foi terrível para eles. Eles ficaram sem saída, não podiam responder nem que sim e nem que não.
 
E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes?
 
E, se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. Mateus 21:25,26
 
A resposta que eles encontraram foi a falsidade, uma mentira, para tentar sair da situação difícil que Jesus os havia colocado.
 
E, respondendo a Jesus, disseram: “Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isto”. Mateus 21:27
 
Jesus, sabiamente, em resposta àquela situação, condenou totalmente aquele comportamento hipócrita contando a Parábola dos Dois Filhos.
 
O significado da Parábola dos Dois Filhos é bastante claro quando se percebe que os dois filhos e seus comportamentos representam dois grupos de pessoas.
 
O primeiro filho, que inicialmente disse não ao pai, mas depois se arrependeu e foi trabalhar na vinha, representa os publicanos e as prostitutas, pessoas excluídas e consideradas indignas perante a religiosidade judaica, e que, embora com seu modo de viver inicialmente recusavam os mandamentos de Deus, por fim se arrependiam e passavam a fazer a Sua vontade.
 
Por outro lado, aqueles religiosos judeus agiam como o segundo filho, aparentemente concordando em seguir a Palavra de Deus, mas no final o resultado real era apenas de desobediência.
 
No versículo 31, Jesus deixa isso bem claro dizendo que aqueles desprezados pecadores, estavam entrando no Reino de Deus antes dos que insistiam em manter uma imagem à primeira vista irrepreensível, mas fatalmente corrompida.
 
Estes diziam que obedeciam a Deus, mas não estavam obedecendo, porque esse falso “sim” nada mais era do que o verdadeiro “não”, e o espontâneo “não” dos pecadores rejeitados era o início de um “sim” de arrependimento.
 
Por isso, a parábola que Jesus contou sobre os dois filhos é bem relevante para nós!   
 
Ela está registrada unicamente aqui em Mateus.
 
Com base nessa parábola quero compartilhar com vocês alguns ensinamentos que ela me traz e que ajudam em nossa caminhada como filhos de Deus.
 
1) NÃO EXISTE RELACIONAMENTO COM O PAI, SEM ARREPENDIMENTO.
 
Neste texto Jesus nos mostra a grandeza da importância do arrependimento.
 
O arrependimento é mais importante do que qualquer aparência, do que qualquer intelectualidade, do que qualquer religiosidade e do que qualquer intenção, do que qualquer moralidade.
 
O arrependimento é o ponto principal do “fazer a vontade de Pai”.
Antes possuíamos apenas a convicção do “não”.
 
Pense comigo: Quantas vezes você já não disse não a Deus?
 
Mas, de uma forma inexplicável do ponto de vista humano, você se arrepende e passa agora faz a vontade do Pai.
 
A conversão da Bruxa da Cracolândia. O fantástico exibiu a uns anos atrás a história desta mulher. Silvia é o seu nome. Com 9 anos foi morar na rua e virou assaltante com 13 anos. Aos 18 anos foi presa e passou 25 anos na prisão. Depois dos 40 anos de idade ela se perdeu nas drogas. E viveu assim por quatorze anos. Depois disso uma jovem veio até ela na rua e a abraçou e com aquele abraço ela passou a ter esperança. E desejo de viver! Aquela mulher se arrependeu de seus pecados, entregou-se a Jesus e foi encaminhada para um tratamento, se recuperando. Ela fez o ensino, básico e médio e agora faz a faculdade de teologia para ajudar outras pessoas na mesma condição!
 
O arrependimento a fez voltar atrás e dizer sim ao Pai!
 
O arrependimento verdadeiro é o reflexo da ação do Espírito Santo em nossas vidas, o único que pode nos convencer dos erros do nosso “não”.
 
PRECISAMOS ENTENDER QUE PARA DEUS A CONDIÇÃO DO HOMEM É DE “APENAS PECADOR”.
 
Quando Jesus usou como exemplo duas classes de pessoas tão rejeitadas pela sociedade da época (Os publicanos e as meretrizes), e os colocou acima dos mais influentes daquela sociedade, Jesus estava mostrando que não existe nada que possamos fazer para tentarmos impressionar a Deus e que o ser humano independente de qual degradável esteja é importante para Ele.
 
Aos olhos do Pai, todos são pecadores, desde os mais importantes e moralistas dos homens até os mais rejeitados da sociedade, pois a condição do homem é uma só.
 
O arrependimento é condição essencial para todos os que querem se tornar em filhos de Deus e entrar em um relacionamento com o Pai.
 
A boa notícia é que o sangue de Jesus é poderoso para resgatar o pior dentre os homens.
 
2) NÃO EXISTE RELACIONAMENTO COM O PAI, SEM OBEDIÊNCIA.
 
Como aquele primeiro filho que disse ao Pai “Sim Senhor”, mas não obedeceu aprendemos que PALAVRAS SÃO APENAS PALAVRAS.
 
Ninguém surpreende Deus com palavras e não podemos enganá-lo.
 
Eis que assim declara o Eterno: Visto que este povo se chega junto a mim apenas com palavras sem atitude, e me honra somente com mover dos lábios, enquanto seu coração está muito distante da minha pessoa. E a adoração que me prestam é constituída tão somente de regras e doutrinas criadas por homens.” Isaías 29:13
 
Muitos acreditam que conseguem manter as aparências diante d’Ele, mas perante Deus todas as máscaras caem. Ele sabe como é o nosso rosto por trás da maquiagem, Ele conhece o nosso coração e julga as nossas intenções.
 
Podemos enganar as pessoas com palavras bonitas, com louvores incríveis, com orações eloquentes, mas Deus conhece se esse comportamento é sincero ou não.
 
Precisamos examinar se nossas atitudes refletem o que pregamos, e, por fim, tomarmos cuidado com possíveis distrações, porque às vezes nos comprometemos com algo, mas alguma coisa nos distrai e acabamos nos esquecendo do nosso compromisso.
 
De qualquer forma, só existem dois filhos, não há um terceiro, ou somos como o primeiro ou inevitavelmente seremos como o segundo.
 
O filho agrada ao Pai é aquele que obedece! É aquele que faz a vontade do Pai!
 
“Obedecer é melhor que sacrificar..” 1 Samuel 15:9
 
Jesus, nosso grande exemplo, foi submisso a seus pais. Ainda que Ele fosse a Divindade em carne, ele seguia o plano de Deus para a família (Lucas 2:51).  
 
Deus estabeleceu seu plano para nossas famílias porque ele deseja nossa felicidade e sabe que tipo de relações são mais satisfatórias e mais recompensadoras para nós.
 
É verdade geral que os filhos que obedecem e honram seus pais vivem mais, têm vidas mais felizes e, mais importante, estão agradando a Deus!
 
3- NÃO EXISTE UM RELACIONAMENTO COM O PAI SEM COMPROMISSO COM O TRABALHO.
 
Os dois filhos tinham o mesmo pai, o mesmo ensino, a mesma criação, o mesmo serviço e o mesmo pedido foi solicitado a ambos!
 
Os dois filhos respondem ao pai, mas as respostas que dão pai, bem como as suas atitudes foram bem diferentes.
 
O primeiro filho parece mais rebelde, responde ao pai, nega seu convite, mas com o tempo arrepende-se de sua atitude, e obedece a ordem de seu pai.
 
Já o segundo filho, tem palavras doces, na frente do pai concorda e trata-lhe com toda reverência, mas depois de sair da sua presença, a atitude é diferente, revelando-lhe a hipocrisia, que concorda com os lábios mas o coração e a atitude mostram o contrário.
 
Todo filho precisa saber que o Pai tem o direito ao nosso serviço fiel. Ao ensinar o valor do trabalho o Pai na realidade está ensinando a seu filho a importância de assumir responsabilidades!
 
O trabalho é característica de um filho de Deus!
 
Deus está chamando cada um de nós aqui para trabalharmos na sua vinhamas cabe a nós decidir se vamos ou não.
 
 ‘Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também’. João 5:17
 
O Pai, que “trabalha até agora”, quer que sejamos ativos e produtivos no Seu reino. 
 
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Co 15:58)
 
Há trabalho para todos os filhos na vinha do Senhor! É por isso que ele nos concedeu dons e talentos!  
 
CONCLUSÃO:
 
O Pai está chamando por seus filhos!
 
Há uma grande diferença entre dizer o SIM e praticar o SIM.
 
O escritor e psicólogo, Paul Tounier em seu livro Culpa e Graça escreveu que nós nos realizamos no discurso. Mas o Reino de Deus precisa de menos discurso e mais prática. As igrejas do Senhor precisam de menos discurso e mais de prática.
 
Depois de compartilhar tudo isso que eu penso com vocês eu preciso fazer algumas perguntas: Você já respondeu ao chamado do Pai? Que tipo de filho é você?
 
Você é o filho que diz o sim para o Pai, mas vive o não? Ou você é o filho que diz não ao pai, mas acaba refletindo melhor e vive o sim?
 
Talvez você esteja preso a alguma situação que você acha que lhe impede de viver o sim. Decida pela pratica do sim.
 
 
Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO
 
 

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