SARDES- A IGREJA QUE PARECE VIVA, MAS ESTÁ MORTA.

TEXTO: APOCALIPSE 3:1-6
 
1 Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. (Na NVT- “...você tem fama de estar vivo, mas está morto”).
2 Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.
3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti.
4 Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas.
5 O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
6 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
 
Introdução: Graça e Paz irmãos. A cada domingo estamos expondo a mensagem de Jesus às Igrejas da Ásia. Como já disse antes, estas palavras não são restritas àquelas igrejas tão somente, mas a todos os cristãos em todos os tempos.
 
- De Éfeso aprendemos que a Igreja precisa retornar ao primeiro amor.
- De Esmirna aprendemos que a Igreja precisa ser fiel no sofrimento.
- De Pérgamo, aprendemos que a Igreja precisa se posicionar contra o mundanismo.
- De Tiatira, aprendemos que a Igreja não pode tolerar a doutrina de Jezabel.
 
Hoje, vou falar sobre a Igreja em Sardes, a Igreja que parece viva, mas está morta.
 
A história da cidade de Sardes sempre foi de muita glória, fama e prosperidade. Sardes era a capital do reino da Lídia na Ásia Romana; hoje atual Turquia. Ela era também, uma das cidades mais magníficas do mundo e viveu por muitos anos em uma posição de destaque e sucesso perante as outras nações da época.
 
Situada no alto de uma montanha, protegida por uma muralha, os habitantes de Sardes sentiam-se invencíveis. Por essa razão, os moradores daquela cidade tinham a plena convicção de que jamais cairiam nas mãos de seus inimigos, o que fez de seus habitantes pessoas orgulhosas, arrogantes e autoconfiantes. Sárdes porém, não era imbatível.
 
Conta a história que Ciro, rei da Persa, em 529 a.C cercou a cidade por cerca de 15 dias e aproveitou que os soldados de Sardes dormiam, invadiu a cidade por um buraco na muralha, o único local vulnerável. Posteriormente, a cidade foi dominada por Antíoco Epifânio, rei da Síria, no ano 218 da mesma forma.
 
Após estas invasões, Sárdes também foi destruída por um terremoto no ano 17 d. C., mas foi reconstruída sem muita dificuldade devido à boa condição financeira de seus moradores.
 
Quando João escreveu a sua carta, Sardes era tão somente uma sombra de sua glória passada. Mas mesmo assim a cidade preservava muito orgulho de si mesma.

Existe uma forte ligação entre a história da igreja de Sardes e a história da própria cidade, já que a glória da cidade, como daquela igreja, estava no seu passado.
 
A mensagem que Jesus entregou à igreja de Sardes é a única que não contém nenhum elogio. Sua desaprovação é total. Em poucas palavras ele expõe sua falência espiritual.
 
Neste texto Jesus apresenta algumas características de uma igreja morta.
 
1- UMA IGREJA MORTA É AQUELA QUE VIVE DE APARÊNCIA.
 
1 “Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto”. (Na NVT- “...você tem fama de estar vivo, mas está morto”).
 
Nenhuma falsa doutrina florescia nesta igreja. Não ouvimos falar de nicolaítas, nem de Balaão ou Jezabel. No entanto, as aparências são notoriamente enganosas e aquela congregação de alto nível social era um tipo de cemitério espiritual.
 
Ela tinha fama de ser avivada, mas não fazia jus a essa fama.
 
Podemos entender que quando Jesus fala: “tens nome de que vives, mas estais morto”, ele se refere a um povo que só tem títulos e famas passadas; com base na piedade que um dia viveram. Sabemos, contudo que, no presente da mensagem, estavam mortos espiritualmente.
 
Hoje em dia muitos crentes estão vivendo de fachada, dentro da igreja vive de uma forma, mas na cidade dá mal testemunho, pratica coisas detestáveis aos olhos do Senhor, vivendo apenas uma vida de religiosidade.
 
A morte de uma igreja acontece quando ela não discerne sua decadência espiritual. A igreja de Sardes olhava-se no espelho e dava nota máxima para si mesma, dizendo ser uma igreja viva, enquanto aos olhos de Cristo já estava morta.
 
O pior doente é aquele que não tem consciência de sua enfermidade.
 
Sardes havia adquirido uma boa reputação diante dos homens, mas não diante de Deus. Essa distinção entre reputação e realidade, entre aquilo que os seres humanos veem e aquilo que Deus vê, é de grande importância. “O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração” (1Sm 16.7).
 
2- UMA IGREJA MORTA É AQUELA QUE NÃO É VIGILANTE E CONSOLIDADA
 
2a “Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer..”
 
Jesus dá aqui duas ordens a Igreja:
 
 1ª Sê vigilante: Uma das principais consequências da queda de muitas igrejas, e morte espiritual de muitos cristãos é a falta de vigilância. Por não vigiar pecamos e consequentemente morremos.
 
É por isso que Jesus já dizia no evangelho de Marcos 14:38 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.
 
Jesus alerta a igreja que se ela não vigiar, se ela não acordar, Ele virá a ela como o ladrão que chega à noite, inesperadamente. A igreja precisa ser vigilante contra as ciladas de Satanás, contra a tentação do pecado.
 
Os perigos são sutis. O diabo não atacou a igreja de Sardes com perseguição nem com heresia, mas minou a igreja lentamente com o mundanismo.
 
“Os crentes não estão sendo mortos pela espada do mundo, mas pela amizade com o mundo”.
 
2ª Consolida: “...consolida o resto que estava para morrer..”
 
Consolidação é uma palavra que enfatizamos muito em nossa Escola de Discípulos e tem o significado de tornar sólido, resistente, firme e estável.
 
Neste processo de consolidação o versículo 3 é fundamental:
 
3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti.
 
O que é que os crentes de Sardes ouviram e deviam se lembrar, guardar e se voltar para isso?
 
-  A Palavra de Deus! A igreja tinha se apartado da pureza da Palavra. Quando uma igreja abandona a Palavra de Deus ela fica despojada do antídoto para resistir a apostasia e a morte espiritual
 
3- UMA IGREJA MORTA É AQUELA EM FALTA INTEGRIDADE.
 
2b “porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus”.
 
O problema na igreja de Sardes não foi a ausência total de obras, mas a falta de integridade em suas obras.
 
"INTEGRIDADE" vem do latim "INTEGRITATE", na raiz significa "INTEIRO" que não se fragmenta.
 
O Cristão íntegro não fragmenta a sua vida em espiritual e material. Em toda a sua vivência seja como estudante, na vida profissional ou no contexto de sua família a sua postura é sempre a mesma!
 
Precisamos entender que embora ter uma boa reputação seja importante, o caráter é o que realmente importa, pois a reputação é o que os outros dizem a nosso respeito, o caráter é o que Deus sabe quem realmente somos.
 
Pergunta: A nossa fé é genuína ou apenas uma fachada? Será que as nossas obras são “completas” aos olhos de Deus ou apenas um espetáculo para impressionar os outros?
 
4- UMA IGREJA MORTA É AQUELA QUE FOI CONTAMINADA PELO PECADO.
 
4 Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas.
 
Jesus ao olhar para a Igreja em Sardes nos diz que haviam poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras. Isso significa que grande parte da igreja ou mesmo a maioria dos cristãos estavam contaminados. isto é, eles tornaram-se impuros pelo pecado.
 
Ao ser contaminada pelo pecado a Igreja perde a sua autoridade espiritual.
 
A autoridade da igreja não está na sua influência política, muito menos no seu poderio econômico, mas em sua vida de pureza e santidade.
 
Os que andarão de branco juntos com Jesus são estes lavados pelo sangue do cordeiro.
 
CONCLUSÃO: Como em todas as mensagens às Igrejas, o Senhor termina com algumas promessas para os vencedores que andam com vestiduras brancas.
 
5 “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”.
 
- “de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida”:
 
Aquele que morre nessa terra é tirado o atestado de óbito dessa pessoa, para constatar que ela não está mais viva. Na igreja tira-se o nome da pessoa do rol de membros. Mas o verdadeiro salvo, o vencedor tem a garantia de que o seu nome está escrito no livro da vida.
 
Além disso o próprio Jesus confessará o nosso nome diante do Pai e de seus anjos.
 
- “confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”.
 
O processo de morte de uma igreja pode acontecer lentamente, de forma que as pessoas nem percebam, pois olhamos o exterior. O Senhor, porém, vê o interior, ele olha a igreja de dentro para fora, diferente de nós, ele vê o coração do discípulo, ele conhece o interior de cada um de nós. Ele não julga pela aparência, pois nos conhece por inteiro. No meio de uma igreja morta, JESUS encontrou fiéis, isso nos lembra de duas verdades: 
A primeira é de que a salvação é individual; A segunda é de que não somos salvos na coletividade, mas, pessoalmente. Cada um dará contas de si mesmo a Deus. Então, não há desculpas e nem justificativas diante de Deus. Não podemos usar a hipocrisia de outros como um justificar a nossa própria morte espiritual. Tome uma decisão firme e segura de entregar-se ao Senhor e viver uma vida de santidade e pureza.
 
Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO