FILADÉLFIA- A IGREJA QUE PERMANECEU EM CRISTO.

APOCALIPSE 3:7-13
7 Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá:
8 Conheço as tuas obras — eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar — que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.
9 Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei.
10 Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.
11 Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.
12 Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome.
13 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
 
Introdução: Graça e Paz irmãos! Já faz alguns domingos que estamos falando sobre as 7 igrejas do apocalipse. E hoje vamos falar sobre a Igreja da Filadélfia- A Igreja que permaneceu em Cristo.
 
Antes de entrarmos no texto de nossa ministração quero trazer alguns apontamentos sobre a cidade de Filadélfia:
 
A origem do Nome: Filadélfia veio do termo “philadelphos” que literalmente significa “alguém que ama seu irmão”.  Filadéfia recebeu esse nome através de uma homenagem de Átalo II (também fundador da cidade de Pérgamo) ao seu irmão Eumenes. Filadélfia então, quer dizer “amor fraternal”.
 
Sua influência: A cidade de Filadélfia era conhecida como um centro de difusão da cultura grega, funcionava como uma espécie de ponte entre as civilizações gregas e asiáticas e romanas.
 
Sua Localização: A cidade estava situada num lugar estratégico, na principal rota do Correio Imperial de Roma para o Oriente e era chamada “A porta do Oriente”. Também era chamada de pequena Atenas, por ter muitos templos dedicados aos deuses.
 
Filadélfia também era conhecida por enfrentar vários terremotos. Tremores de terra eram frequentes e tinham levado muitos antigos habitantes a deixar a cidade em busca de lugar mais seguro. O violento terremoto que devastou Sardes no ano 17 d.C., quase destruiu completamente Filadélfia.
 
Como Filadélfia fazia parte da província Romana da Ásia, foi reconstruída com ajuda do imperador Tibério.
 
Ser um cristão em Filadélfia também não era fácil. Além de enfrentarem as pressões e perseguições de um império idólatra, enfrentavam também severas perseguições dos judeus chamados por Jesus de “sinagoga de satanás” (Ap 3.9).
 
A carta de Jesus à Igreja de Filadélfia é uma mensagem de encorajamento e esperança. Para esta igreja, assim como Esmirna, o Senhor Jesus não traz nenhuma palavra de reprovação. 
 
No versículo 7 Jesus se revela a esta Igreja como o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, que fecha, e ninguém abrirá:
 
7 Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá:
 
a- Como santo – Numa cidade com tanta idolatria, Jesus se mostra como Santo e Verdadeiro: Ele se distingue de qualquer homem. Ele não é um santo produzido por homens, pois sua santidade é absoluta.
 
b- Ele é verdadeiro- Numa cidade onde há tantos enganos, Jesus é a verdade.
Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. (1 João 5:20)
 
c- Ele tem a chave de Davi- A Chave nos fala de autoridade e poder de Jesus. Jesus é o único que nos dá acesso a Deus aos tesouros celestiais. A chave é o emblema da autoridade, domínio total, a soberania.
 
Jesus Cristo é, então, o Santo, o Verdadeiro, e quem tem acesso a todos os tesouros do céu, e que os derrama por Sua própria vontade soberana sobre Seu povo.
 
d- Ele abre a porta e ninguém fecha, mas ele também fecha a porta e ninguém abre.
 
No versículo 8, Ele diz para aqueles em Filadélfia: “Eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar”.
 
“Se a Chave é símbolo de Autoridade, a Porta é símbolo de Oportunidade.”
 
Oportunidade de Salvação e da Pregação do Evangelho. Jesus é a chave que abre a porta da salvação e da pregação do evangelho.
 
O texto apresenta algumas características de uma igreja que permanece em Cristo.
 
1- UMA IGREJA QUE PERMANECE EM CRISTO, GUARDA A SUA PALAVRA.
 
8 Conheço as tuas obras — eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar — que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.
 
Jesus não condena esta igreja por nenhum pecado, mas diz apenas que ela tinha pouca força. Pode ser que fossem poucos em número, ou de outra maneira limitados em capacidade. Não tinham pessoas ricas e nem influentes da sociedade, não tinham poder político na cidade, mas ela tinha o essencial: ela guardava a Palavra de Cristo.
 
Filadélfia não desprezou a Palavra de Deus, não a viu como algo comum.
 
Isso nos lembra o que Jesus disse a seus discípulos em João 15:10 “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço”.
 
Muita gente guarda o que não precisa. Mas a Igreja que permanece em Cristo guarda o que tem valor, quando é útil, quando é importante.
 
Salmo 119:11 “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti”.
 
2- UMA IGREJA QUE PERMANECE EM CRISTO NÃO NEGA O SEU NOME
 
8c “... e não negaste o meu nome”.
 
Os cristãos de Filadélfia não negaram o nome de Jesus, mesmo diante de tantas pressões e perseguições de uma sociedade sem Deus e daqueles que eram da sinagoga de Satanás.
 
Mateus 10: 32,33
32 Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus;
33 mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus.
 
Negar a Cristo não é apenas dizer ‘não o conheço’, como Pedro fez. Negar a Cristo é:
 
a) Se calar quando temos a oportunidade de falar sobre Ele,
b) É priorizar nossos desejos acima de Sua vontade,
c) É ceder aos padrões do mundo ou viver conscientemente no pecado.
 
Paulo falando a Tito nos fala daqueles que se deixam corromper pelo mundanismo e acabam negando a Jesus Cristo por suas obras. (Tito 1:15,16)
 
15 Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas.
16 No tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, o negam por suas obras; é por isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra.
 
 
3- UMA IGREJA QUE PERMANECE EM CRISTO SERÁ RECOMPENSADA POR SUA PERSEVERANÇA.
10 Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.
11 Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.
 
Por PERSEVERAREM no Senhor, conseguiram passar pelas duras provas sem desanimar e foram aprovados por Deus. Duas promessas encontramos aqui relacionadas a esta perseverança:
 
1ª PROMESSA: GUARDÁ-LOS DA HORA DA PROVAÇÃO:
 
10 Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.
 
Essa expressão "da hora da provação" tem sido alvo de muitos debates entre os estudiosos da Bíblia. Há duas posições sobre isso:
 
1- Os pré-tribulacionistas entendem que essa expressão indica que a igreja será arrebatada antes do início da Grande Tribulação. Eles creem que a igreja será tirada do mundo antes que a Grande Tribulação venha.
 
2-Já os pós-tribulacionistas argumentam que a igreja passará pela Grande Tribulação, mas será preservada e guardada por Deus durante esse período. Eles entendem que a igreja será  guardada "durante" este período.
 
Apesar das diferentes interpretações, ambos os grupos acreditam na fidelidade de Deus em preservar Sua igreja. A diferença está no modo como isso acontecerá.
 
Os pré-tribulacionistas creem que a igreja será arrebatada antes da Grande Tribulação, enquanto os pós-tribulacionistas acreditam que a igreja passará por ela, mas será guardada por Deus. Eu pessoalmente creio que a Igreja será arrebatada antes da grande tribulação. Mas, também respeito quem tem a posição diferente do que creio.
 
Independente do que aconteça, precisamos permanecer em Cristo! Só assim teremos acesso a esta maravilhosa promessa.
 
2ª PROMESSA: 11 Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.
 
Cristo não está falando de salvação, mas recompensa. Ele está ORDENANDO a Igreja a PERSEVERAR, até que Ele venha. Precisamos perseverar em servir ao Senhor, pois vivemos um tempo perigoso. São muitas as coisas que nos distraem e nos seduzem.
 
CONCLUSÃO: O Senhor Jesus encerra esta palavra com mais duas promessas para os vencedores. Lembre-se que os vencedores aqui são aqueles que permanecerem em Jesus.
 
1) 12 “Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá;”
 
Os vencedores terão uma posição firme e permanente na presença de Deus. Isso era importante para um crente de Filadélfia que era constantemente atingido pelos tremores de terra. Na presença de Deus eles teriam estabilidade como colunas no santuário!
 
2) gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome.
 
Eles receberão uma nova identidade, marcada pela presença de Deus e pela cidadania celestial.
 
13 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
 
Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SARDES- A IGREJA QUE PARECE VIVA, MAS ESTÁ MORTA.

TEXTO: APOCALIPSE 3:1-6
 
1 Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. (Na NVT- “...você tem fama de estar vivo, mas está morto”).
2 Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.
3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti.
4 Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas.
5 O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
6 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
 
Introdução: Graça e Paz irmãos. A cada domingo estamos expondo a mensagem de Jesus às Igrejas da Ásia. Como já disse antes, estas palavras não são restritas àquelas igrejas tão somente, mas a todos os cristãos em todos os tempos.
 
- De Éfeso aprendemos que a Igreja precisa retornar ao primeiro amor.
- De Esmirna aprendemos que a Igreja precisa ser fiel no sofrimento.
- De Pérgamo, aprendemos que a Igreja precisa se posicionar contra o mundanismo.
- De Tiatira, aprendemos que a Igreja não pode tolerar a doutrina de Jezabel.
 
Hoje, vou falar sobre a Igreja em Sardes, a Igreja que parece viva, mas está morta.
 
A história da cidade de Sardes sempre foi de muita glória, fama e prosperidade. Sardes era a capital do reino da Lídia na Ásia Romana; hoje atual Turquia. Ela era também, uma das cidades mais magníficas do mundo e viveu por muitos anos em uma posição de destaque e sucesso perante as outras nações da época.
 
Situada no alto de uma montanha, protegida por uma muralha, os habitantes de Sardes sentiam-se invencíveis. Por essa razão, os moradores daquela cidade tinham a plena convicção de que jamais cairiam nas mãos de seus inimigos, o que fez de seus habitantes pessoas orgulhosas, arrogantes e autoconfiantes. Sárdes porém, não era imbatível.
 
Conta a história que Ciro, rei da Persa, em 529 a.C cercou a cidade por cerca de 15 dias e aproveitou que os soldados de Sardes dormiam, invadiu a cidade por um buraco na muralha, o único local vulnerável. Posteriormente, a cidade foi dominada por Antíoco Epifânio, rei da Síria, no ano 218 da mesma forma.
 
Após estas invasões, Sárdes também foi destruída por um terremoto no ano 17 d. C., mas foi reconstruída sem muita dificuldade devido à boa condição financeira de seus moradores.
 
Quando João escreveu a sua carta, Sardes era tão somente uma sombra de sua glória passada. Mas mesmo assim a cidade preservava muito orgulho de si mesma.

Existe uma forte ligação entre a história da igreja de Sardes e a história da própria cidade, já que a glória da cidade, como daquela igreja, estava no seu passado.
 
A mensagem que Jesus entregou à igreja de Sardes é a única que não contém nenhum elogio. Sua desaprovação é total. Em poucas palavras ele expõe sua falência espiritual.
 
Neste texto Jesus apresenta algumas características de uma igreja morta.
 
1- UMA IGREJA MORTA É AQUELA QUE VIVE DE APARÊNCIA.
 
1 “Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto”. (Na NVT- “...você tem fama de estar vivo, mas está morto”).
 
Nenhuma falsa doutrina florescia nesta igreja. Não ouvimos falar de nicolaítas, nem de Balaão ou Jezabel. No entanto, as aparências são notoriamente enganosas e aquela congregação de alto nível social era um tipo de cemitério espiritual.
 
Ela tinha fama de ser avivada, mas não fazia jus a essa fama.
 
Podemos entender que quando Jesus fala: “tens nome de que vives, mas estais morto”, ele se refere a um povo que só tem títulos e famas passadas; com base na piedade que um dia viveram. Sabemos, contudo que, no presente da mensagem, estavam mortos espiritualmente.
 
Hoje em dia muitos crentes estão vivendo de fachada, dentro da igreja vive de uma forma, mas na cidade dá mal testemunho, pratica coisas detestáveis aos olhos do Senhor, vivendo apenas uma vida de religiosidade.
 
A morte de uma igreja acontece quando ela não discerne sua decadência espiritual. A igreja de Sardes olhava-se no espelho e dava nota máxima para si mesma, dizendo ser uma igreja viva, enquanto aos olhos de Cristo já estava morta.
 
O pior doente é aquele que não tem consciência de sua enfermidade.
 
Sardes havia adquirido uma boa reputação diante dos homens, mas não diante de Deus. Essa distinção entre reputação e realidade, entre aquilo que os seres humanos veem e aquilo que Deus vê, é de grande importância. “O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração” (1Sm 16.7).
 
2- UMA IGREJA MORTA É AQUELA QUE NÃO É VIGILANTE E CONSOLIDADA
 
2a “Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer..”
 
Jesus dá aqui duas ordens a Igreja:
 
 1ª Sê vigilante: Uma das principais consequências da queda de muitas igrejas, e morte espiritual de muitos cristãos é a falta de vigilância. Por não vigiar pecamos e consequentemente morremos.
 
É por isso que Jesus já dizia no evangelho de Marcos 14:38 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.
 
Jesus alerta a igreja que se ela não vigiar, se ela não acordar, Ele virá a ela como o ladrão que chega à noite, inesperadamente. A igreja precisa ser vigilante contra as ciladas de Satanás, contra a tentação do pecado.
 
Os perigos são sutis. O diabo não atacou a igreja de Sardes com perseguição nem com heresia, mas minou a igreja lentamente com o mundanismo.
 
“Os crentes não estão sendo mortos pela espada do mundo, mas pela amizade com o mundo”.
 
2ª Consolida: “...consolida o resto que estava para morrer..”
 
Consolidação é uma palavra que enfatizamos muito em nossa Escola de Discípulos e tem o significado de tornar sólido, resistente, firme e estável.
 
Neste processo de consolidação o versículo 3 é fundamental:
 
3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti.
 
O que é que os crentes de Sardes ouviram e deviam se lembrar, guardar e se voltar para isso?
 
-  A Palavra de Deus! A igreja tinha se apartado da pureza da Palavra. Quando uma igreja abandona a Palavra de Deus ela fica despojada do antídoto para resistir a apostasia e a morte espiritual
 
3- UMA IGREJA MORTA É AQUELA EM FALTA INTEGRIDADE.
 
2b “porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus”.
 
O problema na igreja de Sardes não foi a ausência total de obras, mas a falta de integridade em suas obras.
 
"INTEGRIDADE" vem do latim "INTEGRITATE", na raiz significa "INTEIRO" que não se fragmenta.
 
O Cristão íntegro não fragmenta a sua vida em espiritual e material. Em toda a sua vivência seja como estudante, na vida profissional ou no contexto de sua família a sua postura é sempre a mesma!
 
Precisamos entender que embora ter uma boa reputação seja importante, o caráter é o que realmente importa, pois a reputação é o que os outros dizem a nosso respeito, o caráter é o que Deus sabe quem realmente somos.
 
Pergunta: A nossa fé é genuína ou apenas uma fachada? Será que as nossas obras são “completas” aos olhos de Deus ou apenas um espetáculo para impressionar os outros?
 
4- UMA IGREJA MORTA É AQUELA QUE FOI CONTAMINADA PELO PECADO.
 
4 Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas.
 
Jesus ao olhar para a Igreja em Sardes nos diz que haviam poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras. Isso significa que grande parte da igreja ou mesmo a maioria dos cristãos estavam contaminados. isto é, eles tornaram-se impuros pelo pecado.
 
Ao ser contaminada pelo pecado a Igreja perde a sua autoridade espiritual.
 
A autoridade da igreja não está na sua influência política, muito menos no seu poderio econômico, mas em sua vida de pureza e santidade.
 
Os que andarão de branco juntos com Jesus são estes lavados pelo sangue do cordeiro.
 
CONCLUSÃO: Como em todas as mensagens às Igrejas, o Senhor termina com algumas promessas para os vencedores que andam com vestiduras brancas.
 
5 “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”.
 
- “de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida”:
 
Aquele que morre nessa terra é tirado o atestado de óbito dessa pessoa, para constatar que ela não está mais viva. Na igreja tira-se o nome da pessoa do rol de membros. Mas o verdadeiro salvo, o vencedor tem a garantia de que o seu nome está escrito no livro da vida.
 
Além disso o próprio Jesus confessará o nosso nome diante do Pai e de seus anjos.
 
- “confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”.
 
O processo de morte de uma igreja pode acontecer lentamente, de forma que as pessoas nem percebam, pois olhamos o exterior. O Senhor, porém, vê o interior, ele olha a igreja de dentro para fora, diferente de nós, ele vê o coração do discípulo, ele conhece o interior de cada um de nós. Ele não julga pela aparência, pois nos conhece por inteiro. No meio de uma igreja morta, JESUS encontrou fiéis, isso nos lembra de duas verdades: 
A primeira é de que a salvação é individual; A segunda é de que não somos salvos na coletividade, mas, pessoalmente. Cada um dará contas de si mesmo a Deus. Então, não há desculpas e nem justificativas diante de Deus. Não podemos usar a hipocrisia de outros como um justificar a nossa própria morte espiritual. Tome uma decisão firme e segura de entregar-se ao Senhor e viver uma vida de santidade e pureza.
 
Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO

TIATIRA: A IGREJA QUE TOLERAVA A JEZABEL

 

Texto: Apocalipse 2:18-29
 
18 Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido:
19 Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras.
20 Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos.
21 Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição.
22 Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita.
23 Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras.
24 Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina e que não conheceram, como eles dizem, as coisas profundas de Satanás: Outra carga não jogarei sobre vós;
25 tão somente conservai o que tendes, até que eu venha.
26 Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações,
27 e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro;
28 assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã.
29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
 
Introdução: Tiatira, que é hoje a cidade atual de Akhisar na Turquia. Na época em que recebeu esta mensagem de Jesus, Tiatira era uma cidade pequena e pouco importante.
 
Não havia ali qualquer centro político ou religioso relevante ali. A importância da cidade era comercial, pois ficava no caminho por onde viajava o correio imperial, e por onde se transportava todas as mercadorias entre Europa e Ásia.
 
Por causa da importância comercial, Tiatira era sede de vários grêmios (sindicatos) de comércios importantes (lã, couro, linho, bronze, tintureiros, alfaiates, vendedores de púrpura).
 
Historiadores afirmam que seria quase impossível ser comerciante em Tiatira sem fazer parte desses grêmios. Não participar era uma espécie de suicídio comercial. Eliminava-se qualquer chance de prosperidade.
 
E aqui é que morava o perigo. Cada grêmio tinha sua divindade titular. Nessas reuniões havia banquetes com comida sacrificada aos ídolos e sempre terminavam com celebrações recheadas de orgias sexuais.
 
O que os cristãos deveriam fazer nessas circunstâncias? Manter a consciência pura ou entrar no esquema para não perder dinheiro? Ser ético ou ser esperto? Qual deveria ser a posição do cristão?
 
A Igreja em Tiatira:
 
Provavelmente a igreja em Tiatira também tenha sido plantada na terceira viagem missionária do apóstolo Paulo, talvez por pedido e influência direta de Lídia, a vendedora de púrpura que citamos anteriormente que era natural de Tiatira, mas residia na cidade de Éfeso. De qualquer forma, tal Igreja também estava sob a responsabilidade do apóstolo João, que certamente a assumiu após a morte de Paulo.
 
No vers. 18 Jesus se dirige a essa igreja como “...O Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido..”
 
Os olhos como chama de fogo é uma referência a sua onisciência que tudo vê. Nada foge ao alcance de seus olhos.
 
Os pés semelhante ao bronze polido é uma referência à iminência de julgamento. O bronze reluzente transmitia a ideia de força e estabilidade. Isso fala de sua onipotência para julgar seus inimigos.
 
Essa não era uma linguagem desconhecida para o povo de Tiatira que conhecia bem o bronze, pois fazia parte de seu comercio.
 
Na sequência Jesus, faz um caloroso elogio, afirmando conhecer as suas obras, o seu amor, a sua fé e a sua perseverança. (Ap 2 :19)
 
19 Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras.
 
Essas são quatro excelentes virtudes que todo cristão deve ter.
 
O que faltava para a Igreja em Éfeso que era o amor, sobrava para a Igreja em Tiatira. Veja que Jesus diz que “as últimas obras destes cristãos eram mais numerosas do que as primeiras”.
 
Porém, Jesus tinha uma censura a esta igreja:
 
20 Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos.
 
Jhon Stot: “A tolerância não é uma virtude se aquilo que está sendo tolerado é o mal”. Deus continua dizendo a seu povo: “Sejam santos, porque eu sou santo” (1Pe 1.16; veja Lv 19.2).
 
Fazendo uma comparação entre Éfeso e Tiatira podemos dizer que enquanto a igreja de Éfeso enfraquecia no amor, continuando a julgar fielmente os falsos mestres, a congregação de Tiatira crescia em seu amor, mas se mostrava tolerante em relação às falsas doutrinas.
 
Ao mesmo tempo em que a igreja de Tiatira apresentava excelentes qualidades, ela era culpada por fazer concessões morais e se deixar contaminar pela doutrina de Jezabel.
 
Quem é Jezabel?
 
Pessoalmente creio que é pouco provável que essa mulher se chamasse, de fato, “Jezabel”, pois um nome tão conhecido por sua maldade não seria dado a alguém.
 
Por isso creio que Jezabel é um nome simbólico de uma profetiza da Igreja em Tiatira. No vs. 20, Jesus diz que essa mulher se autodeclarava profetisa e através de seus ensinos ela seduzia os servos do Senhor a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos.
 
Provavelmente Jesus tenha escolhido esse nome por representar toda a maldade da mulher do rei Acabe, rei de Israel. Foi Jezabel quem introduziu em Israel o culto pagão a Baal e misturou religião com prostituição (1Rs 6:31). Ela não só perseguiu os profetas de Deus (1Rs 18:4), mas também promoveu o paganismo.
 
A Jezabel de Tiatira convencia aos cristãos de que a liberdade cristã permitia a prática da imoralidade e até mesmo da idolatria. O ensinamento perverso que estava por trás dessa doutrina enganosa era: os pecados da carne podiam ser livremente tolerados sem prejuízo para o espírito. Mas a Bíblia diz que, nós os que para o pecado já morremos, não podemos viver no pecado (Rm 6:1,2).
 
Os ensinamentos sedutores de Jezabel eram semelhantes à “doutrina de Balaão” que o Senhor condenou na igreja de Pérgamo (Ap 2:14).
 
TRÊS LIÇÕES PODEMOS APRENDER SOBRE A TOLERANÇA AO MAL DE JEZABEL NA IGREJA EM TIATIRA:
 
1- A IGREJA QUE TOLERA O MAL DE JEZABEL, RESISTE AO ARREPENDIMENTO
 
21 Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição.
 
Uma pessoa que não se arrepende pode se tornar insensível à sua própria condição, perdendo a percepção da necessidade de mudança e da graça de Deus. Ela literalmente resiste ao arrependimento!
 
Em Hebreus 3:7,8 diz:  “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração...”
 
Neste texto percebemos que Deus fala conosco, amém? Assim como Jesus falou à Igreja em Tiatira. Mas, eles não quiserem ouvir, não quiseram se arrepender!
 
A Dureza de coração é um processo que acontece quando uma pessoa ouve a voz do Espírito Santo e de alguma forma a negligencia, desconsidera e não leva em conta ou faz de conta que não ouviu nada.
 
A pessoa se distancia cada vez mais de Deus, do povo de Deus, da Igreja. Ela se fecha e assim perde a sensibilidade para as coisas espirituais, não sente vontade de ouvir o que Deus tem a dizer e a cultura e o mundo acabam falando mais forte do que Deus no seu coração.
 
O mundo segue um fluxo inverso aos princípios de Deus e o que é errado tem se tornado certo e prazeroso. O costume ao pecado e a desconsideração dos seus efeitos liquidam a culpa e dificultam o arrependimento.
 
A dureza de coração se consolida pelo engano do pecado. Hebreus 3:13
 
2- A IGREJA QUE TOLERA O MAL DE JEZABEL, SE PÕE SOB O JUÍZO DE DEUS.
 
22 Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita.
23 Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras.
 
O próprio Senhor Jesus emite um juízo sobre esta profetiza e também sobre a Igreja em Tiatira. Esse juízo está nos versículos 21-23.
 
Se a igreja de Tiatira estava falhando em disciplinar Jezabel e os que com ela se prostituíam, o Senhor não falharia em sua disciplina.
 
Na sentença provavelmente há um contraste entre o leito de prostituição e o leito de enfermidade. Aquela que deliberadamente e insistentemente havia se deitado numa cama para se prostituir, agora se deitaria numa cama enferma.
 
Mas o juízo divino não pararia por aí. Aqueles que aceitaram os ensinos daquela mulher e se prostituíram com ela, seriam colocados em grande tribulação. Além disso, os chamados “filhos de Jezabel” também seriam mortos.
 
Por fim, o castigo sobre Jezabel e seus associados serviria de testemunho para todas as igrejas de que é impossível escapar d’Aquele que “sonda as mentes e corações” (Apocalipse 2:23).
 
Em 1 Pedro 4:17-19 o apóstolo Pedro alerta a Igreja sobre o juízo de Deus.
 
4.17 “Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?”
4.18  “E, se é com dificuldade que o justo é salvo, onde vai comparecer o ímpio, sim, o pecador?”
4.19 “Por isso, também os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem a sua alma ao fiel Criador, na prática do bem”.
 
MAS O QUE É O JUÍZO DE DEUS SOBRE A SUA IGREJA?
 
Uma definição de Juízo de Deus: é uma sentença ou ordem de Deus que traz disciplina e limites precisos. O Juízo de Deus pela sua casa visa correção e a restauração do crente que está caído pelo seu pecado.
 
Hebreus 12:6,7   “porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?”
 
Se você não deseja experimentar o Juízo de Deus (a sua correção), peça ao Espírito Santo te convença do pecado, da justiça e do juízo.
 
João 16.8   “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”
 
Deus há de julgar a sua casa. Deus não tolera o pecado. Não podemos brincar com a nossa salvação. Não podemos viver o evangelho de qualquer forma.
 
(Gálatas 6:7,8) - “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna”.
 
3- A IGREJA QUE TOLERA O MAL DE JEZABEL, TEM OS SEUS VALORES INVERTIDOS.
24 Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina e que não conheceram, como eles dizem, as coisas profundas de Satanás: Outra carga não jogarei sobre vós;
 
Em Tiatira, os cristãos eram incentivados por essa profetiza a “conhecerem as coisas profundas de satanás.” O argumento dela é que para vencer a Satanás é preciso conhecê-lo, se envolve com ele.  Essa busca de conhecimento de coisas profundas de Satanás pode ser uma referência à busca de conhecimento profundo (mas não do conhecimento da revelação da Palavra de Deus) típica dos gnósticos.
 
Percebe aqui como Jezabel inverte os valores?
 
A proposta de Jezabel era oferecer uma nova versão do cristianismo, um cristianismo liberal, sem regras, sem proibições, sem legalismos. Ela queria modificar o cristianismo para se adaptar à moralidade do mundo. E isso tudo em nome do amor.
 
É possível que a Igreja em Tiatira em sua disposição de amar, talvez tenha entrado numa grande confusão, chegando a aceitar o inaceitável e tolerar o intolerável. Ainda hoje, o amor tem sido usado como escudo para esconder o mal e permitir o pecado.
 
O pecado tem cegado algumas pessoas de tal forma (até mesmo entre os crentes) que os seus valores acabam se invertendo. Algumas pessoas chamam a luz de trevas e trevas de luz; o doce de amargo e o amargo de doce.
 
Isaías 5.20  “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!”
 
CONCLUSÃO: Na carta à igreja de Tiatira, em vez de trazer uma lista de exigências aos crentes fiéis que não tinham abraçado a falsa doutrina de Jezabel, Cristo apenas os exorta a guardarem, conservarem o que tinham até a sua volta. 
 
25 tão somente conservai o que tendes, até que eu venha.
 
Jesus termina esta carta com duas promessas aos vencedores para aqueles que vencerem os enganos de Jezabel:
 
A Primeira promessa é autoridade sobre as nações: se refere ao governo com Cristo no seu Reino.
26 Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações,
27 e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro;
 
A segunda promessa é a estrela da manhã: Essa promessa significa revelação.
28 assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã.
 
E quem é essa estrela da manhã? – O próprio Jesus disse a respeito desta estrela da manã.
 
“Eu, Jesus, enviei o meu anjo para dar a vocês este testemunho concernente às igrejas. Eu sou a Raiz e o Descendente de Davi, e a resplandecente Estrela da Manhã.” Apocalipse 22:16
 
29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
 
 
Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

PÉRGAMO: A IGREJA SEDUZIDA PELO MUNDANISMO.

 

Texto: Apocalipse 2: 13-17
 
12 Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:
13 Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
14 Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.
15 Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.
16 Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.
17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe.
 
Introdução: Dando continuidade à série de mensagens sobre as 7 Igrejas do Apocalipse, hoje aprenderemos sobre a mensagem de Jesus à Igreja de Pérgamo. A cidade de Pérgamo era a capital da Ásia nos tempos bíblicos do Novo Testamento sob o domínio do Império Romano. Então como capital da província romana da Ásia, Pérgamo era, sem dúvida, uma cidade importante.
 
Como era a cidade de Pérgamo?
 
A cidade foi um centro cultural greco-romano de referência. O nome “Pérgamo” faz referência à indústria de um pergaminho antigo que era preparado de peles de animais na cidade. Além de esse tipo de pergaminho ser utilizado pelo povo da cidade para escrever, ele também era negociado. Inclusive, na cidade havia uma biblioteca que chegou a acumular aproximadamente duzentos mil rolos em pergaminhos.
 
Além de sua cultura pujante, ela era um centro religioso importante. Na cidade havia muitos templos e altares pagãos. Dentre eles havia o grande altar de Zeus com mais de doze metros de altura e de Asculápio que também atraía muita gente, pois ele era cultuado como o deus da cura. Inclusive, seu símbolo era a serpente, que até hoje estampa os emblemas da medicina. Ali estava a sede de uma famosa escola de medicina que, naquela época, mantinha 200 santuários em todo o mundo. Para ali peregrinavam pessoas doentes do mundo inteiro em busca de cura para seus males e enfermidades. A crendice misturava-se com a ciência, pois durante a cerimônia elas eram encorajadas a deitar-se no chão para que as serpentes subissem-lhes pelos corpos.
 
Quando os romanos passaram a controlar Pérgamo, também foram construídos altares dedicados aos imperadores romanos. Por isso Pérgamo era um centro da religião de Roma onde o culto ao imperador era praticado com frequentes ofertas sendo trazidas à imagem de César.
 
Uma vez por ano havia uma obrigação aos cidadãos de Pérgamo de ir ao templo de César e queimar um incenso dizendo, César é o Senhor! Se fizessem isso, não havia problema de eles terem outra religião, mas, se não fizessem isso certamente eles teriam uma pena capital. É por isso que Jesus disse que em Pérgamo estava o trono de Satanás.
 
Satanás não apenas habitava na cidade, mas, reinava naquele lugar. Creio que o trono de satanás não era um edifício ou um dos templos pagãos e nem o templo do Imperador.
 
O trono de Satanás sugere todo um sistema de iniquidade que envolvia a cidade através da religião, da política, da economia e da cultura.
 
Por isso, os cristãos da Igreja de Pérgamo se encontravam numa situação difícil. Por todos os lados, os vizinhos praticavam idolatria e davam honra aos governantes romanos. Evidentemente esse ambiente causava sérios problemas aos cristãos. Ao não aderirem aos festivais religiosos da cidade, os crentes também eram praticamente excluídos da vida social e econômica da cidade, pois a economia também estava muito ligada à religião.
 
Como era a Igreja em Pérgamo?
 
1- A Igreja de Pérgamo provavelmente foi fundada pelo apóstolo Paulo em sua terceira viagem missionária na região da Ásia, mas devido sua morte, o apóstolo João também a assumiu, colocando seu discípulo Antifas como pastor responsável por aquela comunidade!
 
Por se negar a oferecer sacrifícios aos ídolos, Antipas foi capturado e levado para o templo de Ártemis onde foi lançado dentro de um ardente touro de bronze vermelho, onde usualmente ocorriam os sacrifícios.
 
Por isso, versículo 13, Antipas é descrito por Jesus como “minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita”.
 
2- Jesus elogia a Igreja em Pérgamo no versículo 13 dizendo: “Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé,”
 
Apesar da Igreja estar cercada de tantos deuses pagãos e estar vivenciando uma tensão política-religiosa, os cristãos de Pérgamo são elogiados por conservarem o nome de Jesus e não se desviarem do seu Senhor.
 
Devemos lembrar que a maioria dos crentes desta cidade vieram do paganismo e certamente estavam sofrendo pressões sociais e religiosas para apostatarem da fé, deixarem Cristo e voltarem para prática pagã.
 
3- Mas logo após o elogio, ele a censura por sua tolerância a duas doutrinas que estavam sendo seguidas, uma das quais bem conhecida dos israelitas.
14 Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.
15 Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.
 
Embora houvesse irmãos como Antipas que se mantiveram firmes e inabaláveis, existiam outros que não possuíam tanta firmeza na fé e isso se tornou uma porta aberta para a entrada de heresias.
 
A PRIMEIRA HERESIA ERA A DOUTRINA DE BALAÃO
O profeta Balaão foi contratado por Balaque, rei dos Moabitas para amaldiçoar o povo israelita. Como não deu certo esta estratégia, pois é impossível amaldiçoar a quem Deus abençoou, Balaão, movido por ganância, aconselhou Balaque a enfrentar Israel não com um exército de soldados, mas com mulheres sedutoras; as filhas dos moabitas.
 
A Bíblia diz em Números 25:1,2 “E ISRAEL deteve-se em Sitim e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas. 2 – Elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses”.
 
O que Balaão e Balaque não puderam fazer para destruir o povo israelita, o pecado fez.
 
Quero destacar aqui três influências da doutrina de Balaão:
 
1ª A doutrina de Balaão ensina a fazer concessões, querendo que os cristãos se esqueçam de que são chamados a ser separados e santos.
 
2ª A doutrina de Balaão torna os crentes indistinguíveis do mundo incrédulo.
 
3ª A doutrina de Balaão é a crença de que "um pouco de pecado" não faz mal (Gálatas 5:9), especialmente se houver algum benefício financeiro ou pessoal envolvido
 
Podemos afirmar que a doutrina de Balaão é a mistura das coisas santas com as profanas. É ter um pé na igreja e outro no mundo.
 
A SEGUNDA HERESIA ERA A DOUTRINA DOS NICOLAÍTAS.
Os nicolaítas eram agentes propagadores da imoralidade e da idolatria entre os primeiros cristãos. Esse povo é mencionado na primeira carta de Cristo direcionada à igreja de Éfeso, para a qual o Senhor declara: "Tens, porém, isto: que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio" (Ap 2.6).
 
Nicolau que provavelmente era atraiu muitos cristãos porque pregava a libertinagem cristã e ignorava o corpo físico como o templo do Espírito, promovendo, assim, a prática da imoralidade sexual entre os cristãos.
 
DIANTE DAS DOUTRINAS DE BALAÃO E DOS NICOLAÍTAS DUAS COISAS APRENDEMOS:
 
1ª PÉRGAMO TEM UMA SEMELHANÇA COM MUITAS IGREJAS DE NOSSO TEMPO. Há pessoas que servem a Deus com santidade e fidelidade, que são verdadeiros convertidos; mas há também àqueles que são convencidos, que aceitam o nome de Jesus, mas, não aceitam na prática as condições do discipulado: a renúncia e o tomar a cruz.  
 
Hoje Pérgamo seria uma igreja "de sucesso", em tempos em que tudo é permitido. Na comunidade de Pérgamo havia muita tolerância e pouca disciplina. Enquanto os crentes de Éfeso odiavam as obras dos nicolaítas, os de Pérgamo as toleravam.
 
 
Em Pérgamo o inimigo muda sua estratégia. Além da perseguição que vem de fora, agora vemos a sedução vinda de dentro da igreja pelo mundanismo. O nome Pérgamo significa casada: Poderíamos dizer que esta Igreja de Pérgamo estava se casando com o mundo.
 
2ª O PONTO CENTRAL DA MENSAGEM À PÉRGAMO É ALERTAR A IGREJA SOBRE O RISCO DE FLERTAR COM ENGANO DOUTRINÁRIO E COM A IMORALIDADE DO MUNDO.
 
Satanás trabalha em Pérgamo através das pressões de uma sociedade pagã. O caminho que conduz à prática desses pecados é o tipo de tentação típica do mundanismo de todas as épocas: "Que mal há nisso? Todo o mundo faz, por que não você?"
 
São por essas razões que Jesus se dirige a Pérgamo como aquele que tem a espada afiada de dois gumes: “Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes” (Apocalipse 2:12).
 
A espada se refere ao juízo trazido pela Palavra de Deus!
 
O Senhor está pronto a usar a espada contra aqueles que, mesmo na igreja, não se arrependem de seus pecados.
 
Apocalipse 2:16 “Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca”.
 
Como já disse antes, o Senhor deseja que a Igreja seja de fato vencedora. Precisamos vencer o pecado que está enraizado neste sistema mundano e em nossa natureza humana. E para estes vencedores Jesus deixou as seguintes promessas:
 
17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe.
 
1ª PROMESSA: O “MANÁ ESCONDIDO” lembra o êxodo, quando os israelitas foram alimentados com o maná que Deus lhes enviava do céu. No entanto, quando Cristo falou sobre o maná, ele afirmou: “Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que todo aquele que dele comer não pereça” (João 6:48-50).
 
O banquete que o imperador oferecia em seus cultos pagãos era convidativo. Havia uma mesa farta com tudo o que a pessoa pudesse desejar para seu prazer e deleite. Mas em Cristo você será alimentado pela presença de Cristo em toda a sua plenitude e será plenamente saciado de alegria e paz!
 
2ª PROMESSA: “UMA PEDRINHA BRANCA COM O SEU NOVO NOME”
 
Não há consenso entre os intérpretes quando ao significado da “pedrinha branca”. A pedrinha branca com um novo nome pode significar que Aqueles que estão em Cristo tem uma nova identidade, uma nova vida e terão um novo nome também!
 
No entanto, seguindo o simbolismo do banquete, pode-se ter o entendimento de que essa “pedrinha branca” seja o direito de entrar na festa celestial. Essa interpretação refere-se ao costume antigo de os convidados ilustres para uma festa do rei receberem uma pedrinha branca, geralmente um diamante, que lhes dava o direito de poderem entrar para a festa.  Cristo garante ao vencedor o acesso ao banquete celestial, onde no qual poderá usufruir da plenitude da sua graça.
 
CONCLUSÃO: A Igreja nunca estará imune às investidas de satanás, seja pela sedução deste mundo, pela pressão e pela perseguição. Precisamos ter muita coragem e ousadia para se opor a tudo o que tenta nos desviar da verdade. E o Senhor não nos deixará sozinhos. Ele tem reservado a cada uma de nós a recompensa por nossa fidelidade.
 
A igreja de Jesus precisa se despertar, não há como servir a dois senhores! Não podemos nos acomodar, mas sim, termos convicção da nossa fé, dos valores bíblicos e não nos desviarmos nem para a esquerda e nem para a direita. Que mantenhamos nossos olhos fixos no autor e consumador da nossa fé: Jesus!
 
Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO