“Porque assim como
num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função,
assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns
dos outros.” Romanos 12:4,5
Quando eu me converti ao Senhor Jesus a mais de 30 anos
atrás, logo aprendi duas coisas importantes para o meu crescimento espiritual e
permanência na fé em Cristo.
(1) aprendi que ninguém consegue seguir a Cristo
isoladamente. Quando aceitamos a Jesus como o nosso Salvador, aceitamos também
o povo que ele resgatou com o seu sangue. Não se é cristão verdadeiro fora do
corpo de Cristo que é a sua igreja. Em Efésios 5.25 diz que Cristo amou a
igreja e a si mesmo se entregou por ela.”
Nós precisamos uns dos outros para crescer e nos edificar mutuamente.
(2) aprendi também que eu preciso aprender a me relacionar
com o Corpo de Cristo (a Igreja) mesmo sendo ela imperfeita. Em toda igreja
você vai encontrar pessoas que são sinceras e também hipócritas, pessoas que
são discretas e outras que são fofoqueiras. Gente que é honesta e outros que
não pagam e que dão nó até em gota d’água.
Não seria bom se não tivéssemos pessoas imperfeitas na
igreja? Se todos fossem saudáveis espiritualmente, maduros na fé? Afirmamos: a
igreja seria outra! Completamente diferente! Mas o plano de Deus é que cada um
de nós invista na vida do outro, através do amor cristão, do aconselhamento e
da oração.
O próprio Senhor desfaz a nossa ilusão de uma igreja
perfeita.
Marcos 2.16,17 “Os
escribas dos fariseus, vendo-o comer em companhia dos pecadores e publicanos,
perguntavam aos discípulos dele: Por que come [e bebe] ele com os publicanos e
pecadores? Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de
médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores”.
A igreja não é uma sala de aula de teologia ou uma galeria
de santos. Ela mais se parece com um hospital. E é neste hospital em que somos
tratados e curados por Deus. E Ele o faz por meio de relacionamentos.
A pergunta é: que tipo de relacionamentos devemos ter para
cumprirmos o propósito eterno de Deus de nos fazer um Corpo em Cristo.
1- É um relacionamento cheio de amor.
João 13.35 “Nisto
conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.”
Esse é o amor que Jesus fez menção que é a característica
principal de seus verdadeiros discípulos e também o mesmo amor citado por Paulo
em I Co. 13 que é benigno, paciente, não se ufana, não se ensoberbece, não arde
em ciúmes... É o amor sacrifical e sem limites, cujo propósito é somente fazer
o bem aos outros sem esperar qualquer coisa de volta.
Nós precisamos nos relacionar desta maneira, dominados e
motivados por esse amor.( pense em formas práticas de expressar esse amor
fazendo coisas boas e edificantes para os irmãos).
Se Cristo habita em nós, nós possuímos esse amor que emana
do seu coração ( Rm.5:5) e esse amor se demonstra em cordialidade,
fraternidade, bondade e disposição de perdoar.
2- É um relacionamento de aliança.
O que representa a aliança? Um compromisso, um pacto. Com um
objetivo, podendo ser comercial, político ou espiritual, ou ainda um casamento.
Todos os que estão em Cristo são parceiros de uma aliança
eterna. Cada vez que tomamos a Santa Ceia nós testificamos para o mundo que
somos parceiros de uma aliança selada pelo sangue de Jesus.
Veja bem, se somos partes de um só corpo, se temos por
cabeça o mesmo Senhor que morreu na cruz, que ressuscitou, subiu ao céu e nos
constituiu para Ele em um Reino de sacerdotes, então está claro que somos
aliançados para vivermos como um como um só rebanho e um só Corpo para Cristo!
Então vamos pensar: como é que pessoas aliançadas em amor se
relacionam?
Os que têm aliança de amor não falam mal um do outro. (Tiago 4.11) “Irmãos, não faleis mal
uns dos outros. Aquele que fala mal do irmão ou julga a seu irmão fala mal da
lei e julga a lei; ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz”.
Os que têm aliança de amor aprendem a perdoar um ao outro. (Colossenses
3.13) “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha
motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também
perdoai vós;”
Os que têm aliança de amor não abandonam a sua congregação. (Hebreus
10.25) “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos
admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”.
Em um relacionamento de aliança não há lugar para difamação,
rejeição, exclusão, aversão, divisão e separação.
4- É um
relacionamento de cooperação e edificação mútua.
Coloss. 3.16 ¨Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo;
instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus,
com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.”
Observe o que está escrito em Cl. 3:16. Veja a ordem: 1-
devemos ser ricamente habitados pela Palavra de Cristo. 2- E isso tem um
objetivo a ser atingido que é sermos capacitados por ela para nos instruirmos e
nos aconselharmos mutuamente com toda a sabedoria.
Como corpo de Cristo devemos rejeitar alguns conceitos
errados (sem fundamento nas escrituras)
1- Achar que cada um é o único responsável por seu próprio
crescimento e não precisa de ajuda dos outros.
2- Permanecer insistindo em fazer tudo sozinho como se o
corpo se resumisse em um só membro.
3- Explorar o que os outros podem lhe oferecer, mas negar-se
a dar o que você possui para oferecer-lhes ( ser apenas um sanguessuga no
corpo)
CONCLUSÃO: SOMOS O CORPO DE CRISTO! E isto significa que
vivemos em comunhão. Podemos encontrar o princípio da comunhão ilustrado no pão
repartido na ceia, que representa a comunhão que os cristãos possuem com
Cristo. O cálice e o pão foram instituídos em memória de Cristo, porém, cada
cristão é uma memória viva daquilo que Deus realizou. Cada cristão constitui o
corpo de Cristo, ou melhor, o corpo de Cristo é constituído de pessoas que
professam a Cristo segundo as Escrituras.
Pr. Gilberto O. Rehder
Ministração na Ceia do Senhor
Junho 2012