quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

DISCERNIMENTO - 2ª PARTE


"Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal." Hebreus 5.14  

Na pastoral passada escrevi sobre a necessidade de termos o discernimento espiritual para julgarmos a procedência e o conteúdo de "profecias" ou supostas "revelações" tão comuns no meio evangélico hoje, especialmente nas igrejas onde se busca com liberdade a obra do Espírito Santo. Conheço alguns "profetas" que acham que possuem uma blindagem especial de Deus e que jamais podem ser questionados por ninguém. Muitos irmãos por não conhecerem as Escrituras acabam submetendo suas vidas a estes profetas por medo de estarem desobedecendo a Deus em vez de viverem sob a verdadeira direção do Espírito; são facilmente manipulados.
Segundo a Palavra de Deus, não devemos desprezar profecias, porém, cabe a nós provar, examinar se tudo provém do Senhor (At 17.11; 1 Ts 5.21; Hb 13.9). Em 1 Coríntios 14.29 está escrito: "E falem dois ou três profetas, e os outros julguem".
Tudo deve ser julgado segundo a reta justiça (Jo 7.24), e não pela aparência, por preconceito ou mágoa de alguém. Jesus condenou o julgamento no sentido de caluniar, assumindo-se o papel de um injusto juiz: "Não julgueis, para que não sejais julgados" (Mt 7.1). Entretanto, no mesmo capítulo, Ele asseverou que temos de nos acautelar dos falsos profetas e apresentou critérios pelos quais podemos julgá-los pelos seus frutos, isto é, discernir as suas ações, prová-las, examiná-las (Mt 7.15-23).
O nosso julgamento se dá pela Palavra de Deus (At 17.11; Hb 5.12-14), haja vista estar ela acima de mim, de você, de qualquer instituição, de cantores, de pregadores, de profetas, de anjos do céu (Gl 1.8), etc.
A verdade é que até mesmo autênticos profetas de Deus são passíveis de erro, assim como mestres, pastores e etc... Uma profecia ou "revelação" pode ser entregue simplesmente para agradar a pessoa que a recebeu; neste caso, não é Deus que está falando, mas é a projeção do desejo do coração de tal profeta ou profetiza. Conheci uma irmã querida que recebeu uma palavra de uma profetiza de que o Senhor daria a ela uma casa. Tal irmã estava para ser despejada de seu imóvel por falta de pagamento, mas ela descansou firmada na palavra de tal profeta e nada fez para correr atrás do prejuízo; resultado: ela foi despejada com sua família e teve a sua fé duramente abalada. Só então ela questionou a tal "revelação", e o pior é que a tal profetiza ainda culpou aquela irmã dizendo que a tal profecia não se cumpriu por falta de fé daquela irmã. Fica o alerta da Palavra do Senhor: "Sabe que, quando esse profeta falar em nome do SENHOR, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o SENHOR não disse; com soberba, a falou o tal profeta; não tenhas temor dele". Deuteronômio 18.22
Se você quer que Deus fale contigo, leia a sua bíblia e saiba que o Senhor falará diretamente ao seu coração. Não devemos jamais correr atrás de profetas, pois correr atrás deles significa idolatrar homens e não confiar em Deus. Na próxima pastoral falarei sobre os critérios para uma verdadeira profecia. Em Cristo e Por Cristo!

Pr. Gilberto Oliveira Rehder

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