Mudando
a nossa maneira de buscar a Deus
Textos:
“Como suspira a corça pelas correntes das águas,
assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do
Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?” Salmo 42:1,2
“Recordar-te-ás de todo o
caminho pelo qual, o SENHOR, teu Deus, te Guiou no deserto estes quarenta anos,
para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se
guardarias ou não os Seus mandamentos.” (Deuteronômio, 8.2)
Introdução:
Eu quero compartilhar com vocês uma palavra que
venha trazer uma mudança em nossa maneira de buscarmos a Deus. Uma maneira que nos
leve a uma intimidade mais profunda com Deus.
E para ilustrar esta busca vamos usar algumas três
metáforas importantes conforme o texto bíblico apresentado:
(1) A metáfora da sede (2) a metáfora do deserto. (3)
A metáfora da Corça
A PRIMEIRA METÁFORA: A SEDE
O que é sede? Sede é um dispositivo biológico, ajustado
devidamente em nosso organismo para nos recordar da necessidade de hidratação.
Quando nosso corpo necessita de água,
involuntariamente somos acometidos por uma sensação que denominamos
“sede”. Se não fosse esta estranha
sensação, certamente morreríamos desidratados.
Por este motivo, entendemos que é através desse
dispositivo biológico tão simples, mas ao mesmo tempo tão extraordinário, que a
vida se torna possível.
O salmista fala justamente deste processo biológico
denominado sede para falar de sua necessidade de Deus: “Como suspira a corça pelas correntes das
águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de
Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?” Salmo
42:1,2
O que o salmista desejava expressar através desta
frase é que em seu coração existia uma força involuntária e arrebatadora por
Deus. Era mais forte do que ele. Mais intensa do que podia suportar. Acometia-o
sem que precisasse realizar esforço algum. Isto é sede.
Dessa forma, a sede de Deus é o dispositivo espiritual colocado por Deus
em nossos corações para nos manter vivos espiritualmente.
SEM ÁGUA MORREMOS. SEM DEUS DEFINHAMOS.
Embora a sede seja involuntária e não produzida por nós, para
satisfazê-la é necessário, por sua vez, atitudes para correspondê-la.
Se alguém acometido pelo desejo de água não tomar
as devidas providências para saciar-se, as consequências serão inevitáveis e
perigosas.
O mesmo acontece em nossa vida espiritual. Uma vez
conscientes de que temos sede de Deus, é necessário tomar as iniciativas para
que bebamos da fonte correta.
Assim, a grande tragédia da humanidade não é ter
sede de Deus! Na verdade o que precisamos saber é o que fazer com a sede que já
está instalada e em nós.
Portanto, a pergunta mais importante a ser respondida não é se você tem
sede de Deus, e sim o que você está fazendo para atender ao grito desesperado
de seu coração: “Minha alma tem sede de Deus!".
A SEGUNDA METÁFORA. O DESERTO. (DEUT. 8:2)
“Recordar-te-ás de todo o
caminho pelo qual, o SENHOR, teu Deus, te Guiou no deserto estes quarenta anos,
para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se
guardarias ou não os Seus mandamentos.” (Deuteronômio, 8.2)
O deserto tem muitas faces: solidão, aridez,
desconforto e esterilidade.
Todas as vezes que nos vemos em volta de tais realidades é porque
implacavelmente estamos atravessando um deserto.
Necessariamente, não precisa ser um Saara, ou um
Arizona.
Pode ser uma doença inflexível, um problema
familiar insolúvel ou uma angustia implacável da perda de um ente querido. Não importa!
Seja literal ou não, geográfico ou conjuntural,
físico ou psicológico, o fato é que desertos têm sempre a mesma fisionomia: são
secos, solitários e terrivelmente deprimentes. São capazes de gerar em nós a
pior das sensações: a solidão.
Mas por que passamos por Desertos? Qual o motivo que nos leva
vez por outra a passarmos pela experiência dura dos desertos da vida?
O texto que lemos nos dá três grandes lições que
aprendemos nessa dura, terrível, mas necessária escola de Deus.
1. NO DESERTO NÓS APRENDEMOS A OUVIR A VOZ DE DEUS.
É interessante o fato da palavra deserto, no
hebraico ‘midbar’, vir da mesma raiz da palavra ‘dabhar’ – falar.
Isto se deve intrinsecamente ao fato de que o
deserto é um lugar onde Deus fala e nós nos dispomos a ouvir.
É no deserto onde Ele nos comunica as Suas mais importantes mensagens, e
nós damos ouvidos à sua voz.
Alguns passam a vida inteira ou uma boa parte da
vida sem ouvir (ou dar ouvidos) à Sua voz, mas o deserto corrige isso: O
deserto é o megafone de Deus, a dizer tudo aquilo que sempre relutamos ouvir, e
a nos comunicar tudo aquilo que sempre prescindimos saber.
Neste lugar solitário, só a voz de Deus é maior do que a voz da solidão,
da dor. Neste lugar solitário e seco é que aprendemos a saciar a nossa sede
espiritual- sede de Deus
Se não fosse essa experiência do deserto pela qual
passamos poderíamos viver a vida inteira sem ouvir ou conhecer o que Deus tanto
deseja nos ensinar.
2. NO DESERTO NÓS APRENDEMOS SER HUMILDES.
O verso 2 diz que Deus levou Seu povo ao deserto
para fazê-los humildes.
“para te humilhar”
Isto para ensinar-lhes a dura lição da humildade.
Porque o deserto não é só um lugar de condições
precárias para a sobrevivência, é também um lugar de obscuridade.
Nos desertos nós temos que aprender a conviver com
a dura realidade do solitário anonimato.
Como Moisés (tirado do palácio e levado ao deserto), deixamos
de ser importantes, e temos que conviver com a dura realidade da obscuridade.
Deixamos de ser “a bola da vez”.
Essas coisas deixam de ser importantes no deserto: o
deserto é como uma lixa de Deus que remove essa espessa e dura camada de
orgulho com a qual nos vestimos nos momentos de prosperidade.
Eles nos ensinam que não precisamos dos “tapinhas
nas costas”, dos aplausos, do reconhecimento, dos holofotes da glória humana.
Precisamos apenas de Deus.
3. NO DESERTO NÓS APRENDEMOS A LIÇÃO DO AUTOCONHECIMENTO.
“...te Guiou no deserto estes quarenta anos, para
te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se
guardarias ou não os Seus mandamentos.” (Deuteronômio, 8.2)
O deserto revela quem nós somos.
O verso nos revela esse terceiro propósito: “...
para saber o que estava no teu coração...”.
Na verdade, não há nada como um deserto para nos ajudar a conhecer o
nosso próprio eu. SÓ NO DESERTO SE
REVELA O QUE HABITA NO CORAÇÃO DO HOMEM.
Foi o deserto que revelou o coração maldizente e
incrédulo do povo que saiu do Egito.
Quando as crises chegaram, eles revelaram quem realmente eram.
Todos os bonitos e falsos trajes da aparência foram
removidos, dando lugar à verdadeira face do seu coração e do seu caráter.
Quando estamos atravessando um deserto, é porque há
uma face oculta do nosso ser que precisa ser conhecida e tratada na presença do
Senhor.
Deus jamais nos põe na fornalha ardente do deserto
para nos destruir.
Ele apenas nos refina. Nos torna melhores.
A TERCEIRA METÁFORA: A CORÇA
Na bíblia a ÁGUA tem o significado da PRESENÇA DE
DEUS e a corça representa àqueles que têm sede desta presença e intimidade!
Davi expressou seu anseio profundo por Deus
comparando-o à sede intensa de uma corça a procura de água durante um período
de seca.
Porque Davi usa esta
metáfora da Corça para falar de nossa busca espiritual?
1- A CORÇA CORRE VELOZMENTE EM DIREÇÃO DAS NASCENTES (FONTES) DE ÁGUA.
Precisamos pedir ao Senhor que faça os nossos pés
como os da Corça. Ter os pés como os da corça nos fala de um senso URGÊNCIA.
“A nossa vida pode ser uma correria, mas tudo será
em vão se não corrermos em direção às águas da presença de Deus.”
“O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os
meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente..” Habacuque 3:19
2- A CORÇA NA SUA BUSCA POR ÁGUA SAI DO CONFINAMENTO.
A corça não suporta o confinamento. Como ela,
devemos sair de nossos confinamentos, daquilo que nos leva a acomodação
espiritual. Devemos romper com o que nos limita para buscarmos ao Senhor!
Infelizmente muitos acham que adorar a Deus em um culto de domingo a noite já é
o suficiente! Então pergunto: Que sede por Deus é esta?
3- A CORÇA NA SUA BUSCA NÃO ACEITA BEBER ÁGUA QUE NÃO SEJA BOA.
A Corça tem uma capacidade tremenda de farejar a
água pura. Precisamos de olfato aguçado para ir à fonte certa, que é Jesus
Cristo. Não podemos beber de outras fontes. O nosso coração não pode estar
dividido!
Quando ansiou por Deus, o rei Davi disse: “Quando
irei e me verei perante a face de Deus?” (Sl 42:2). Ele queria o Senhor mais do
que tudo. A presença de Deus lhe era vital como a água.
Conclusão:
Você tem buscado saciar a sua sede de Deus como uma
corça?
Que tipo de pessoa tem sido você em relação à sua
sede espiritual?
1) Há pessoas que têm sede de Deus, mas não sabem e
não estão conscientes disto, vivendo nas trevas da ignorância;
2) Há pessoas que têm sede de Deus sabem disto, mas
não tomam nenhuma iniciativa para saciá-la, vivendo a desidratação espiritual;
3) Há pessoas que têm sede de Deus sabem disto e estão
bebendo de fontes equivocadas, vivendo uma vida atrofiada por não hidratarem-se
corretamente em Deus;
4) Há pessoas que têm sede de Deus sabem disto e bebem
de uma fonte inesgotável e verdadeira de Sua Presença (João 7:37-38).
Lembre-se: a sede é involuntária, porém, para saciá-la é
necessário intencionalidade e atitudes. Talvez seja por isso que Jesus disse,
em suas últimas palavras, ao apóstolo João: “Quem tem sede VENHA; e quem
QUISER, receba de graça a água da vida” (Apocalipse 22:17).
Você quer? Venha à fonte. Você veio? Receba de
graça. A água da vida está disponível a todos que estão conscientes de sua sede
de Deus.
Não
existe nada que possa satisfazer os anseios da nossa alma, a não ser Deus. Não
existe nada realmente que possa trazer satisfação plena, constante, perfeita,
abundante, a não ser o Senhor Deus.
Pr. Gilberto Oliveira
Rehder
Igreja
Metodista Catalão
Que este texto percorra muitas e muitas pessoas. Lindo! Deus o abençoe pastor.
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