“Ora,
o intuito da presenta admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e
de consciência boa, e de fé sem hipocrisia.” (1 Timóteo 1.5).
“Mantendo
fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência,
vieram a naufragar na fé. E dentre esses se contam Himeneu e Alexandre, os
quais entreguei a Satanás, para serem castigados, a fim de não mais
blasfemarem.” (1 Timóteo 1.19,20).
Introdução: Eu quero
conversar contigo sobre um assunto bem sério que envolve a nossa fé. Por isso o
tema da Palavra de hoje é: O Perigo de Naufragar na Fé.
Quando o apóstolo Paulo escreveu sua
primeira Epístola a Timóteo, os naufrágios de embarcações eram muito comuns. O
NT registra pelo menos quatro experiências de Paulo com naufrágios.
O quarto naufrágio sofrido por Paulo,
conforme Atos cap.27,ocorreu quando ele era levado preso para ser julgado em
Roma. No barco que afundou, havia além de cargas, 276 pessoas! E todas elas
sobreviveram ao naufrágio (At 27.37).
Paulo usa então a metáfora de um naufrágio
náutico para falar deste assunto.
Ele alerta a Timóteo dizendo que alguns
rejeitariam a boa consciência e naufragariam na fé. (1 Timóteo 1:19).
O
naufrágio náutico é uma das situações mais desesperadoras que uma tripulação e
tripulantes podem enfrentar.
Por esses dias, um site de notícias
apresentou uma fotos assustadoras e inéditas do Titanic tiradas no dia de seu
naufrágio.
O Titanic, "o mais luxuoso
transatlântico de sua época", afundou em sua primeira viagem, matando 1523
pessoas. A companhia inglesa White Star Line disse que o navio era impossível
de afundar, mas a máquina, a negligencia de seus operadores assim como a força
da natureza, tratou de mostrar que tudo que é construído pelo homem é passível
de falha.
Muitos bens, ouros e joias, afundaram junto
ao Titanic. Por 73 anos foram realizadas buscas, até que em 2 de setembro de
1985, o Titanic voltou a ser visto pelos olhos humanos.
O Titanic veio a pique em apenas 2 horas e
40 minutos após se chocar com um iceberg, levando para o fundo do mar, uma
fortuna estimada em até US$ 1 milhão de dólares.
Existem várias situações que podem provocar
um naufrágio em uma embarcação. Eu não vou apresentar todas elas, mas algumas
situações.
Trazendo para o contexto de nossa fé eu
quero ver contigo algumas situações que podem nos levar ao naufrágio da fé.
A
primeira situação que pode levar ao naufrágio da fé:
1ª A PERFURAÇÃO
DO CASCO.
Isaías
30:12,13
12
Pelo que assim diz o Santo de Israel: Visto que rejeitais esta palavra,
confiais na opressão e na perversidade e sobre isso vos estribais,
13
portanto, esta maldade vos será como a brecha de um muro alto, que, formando
uma barriga, está prestes a cair, e cuja queda vem de repente, num momento.
Uma perfuração no casco de um barco, ou
como disse Isaías “uma brecha” é o que provoca a queda ou o naufrágio de uma
embarcação.
Imaginemos um bote e alguém que vai remando
e de repente percebe que se fez em seu barco um pequeno furo e que está
entrando água.
Quando pecamos, se faz um furo em nosso
bote e começa a entrar água.
Que
temos que fazer? Consertar
primeiro e só depois seguir em frente. Mas nem sempre é isso que fazemos.
A princípio, parece que tudo vai bem, e o
bote flutua. Mas continua entrando água devagar.
Assim
é quando pecamos: a
nossa consciência nos adverte, e nós a rejeitamos. E seguimos pregando,
cantando, orando e participando dos cultos. Parece que tudo segue igual, nada
muda; mas sem percebermos a água entra lentamente no bote de nossa vida.
Mas de um momento a outro, o que acontece
com esse bote? Quando o peso da água já é suficiente, em um instante o bote
afunda.
É exatamente isso que ocorre conosco quando
rejeitamos a boa consciência, como disse Paulo a Timóteo!
“Mantendo
fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência,
vieram a naufragar na fé...”
Precisamos obedecer à voz da consciência,
obedecer ao Senhor em Sua Palavra, confessar nossos pecados e abandoná-los!
“O
que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as confessa e
deixa, alcançará misericórdia.” Pv 28.13
Para
lidar com o pecado precisamos de uma consciência sensível.
A consciência será sensível dependendo da
sua comunhão com o Senhor.
Se o nosso grau de comunhão com Deus for
profundo, a sua consciência será aguçada e forte.
Por
outro lado, se a comunhão é superficial e permanecermos no pecado contínuo e
impenitente, a nossa consciência poderá ser cauterizada. Esse é o maior perigo na vida de um cristão!
Ter a mente cauterizada significa um estado
de impenitência e incredulidade tão profundo em que não há mais nenhuma
sensibilidade moral e a consciência se torna inoperante. A “mente cauterizada”
ou “consciência cauterizada” está diretamente ligada à apostasia.
Paulo usa este termo para falar da
apostasia da fé presente nestes últimos dias: (1 Timóteo 4:1,2)
1
Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns
apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de
demônios,
2
pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria
consciência,
A
cauterização se dá pela aplicação do cautério, que basicamente é um instrumento
utilizado para queimar tecidos orgânicos. O cautério pode ser, por exemplo, um
ferro em brasa ou determinados agentes químicos.
A
cauterização torna a carne dura e insensível. Então com isso o apóstolo indica
que o mesmo pode ocorrer com a consciência do homem. Essa consciência se torna
dura, insensível e adormecida.
O inimigo de nossa alma, luta para
cauterizar as nossas mentes e a Palavra de Deus é sem dúvida um escudo poderoso
para nos proteger desta terrível artimanha maligna.
A
segunda situação que pode levar ao naufrágio da fé:
2ª A
INSTABILIDADE DA EMBARCAÇÃO.
É quando há uma inclinação da embarcação. O
peso que embarcação transporta também deve ser cuidadosamente organizado e
equilibrado para que o navio possa navegar com estabilidade.
Semelhantemente à instabilidade de uma
embarcação que pode leva-la a um naufrágio, uma fé instável pode também ser a
nossa própria ruína.
Tiago
1:5-8
5 Se,
porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá
liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.
6
Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda
do mar, impelida e agitada pelo vento.
7 Não
suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa;
8
homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos.
Na
NVI diz: ”Homem de mente dividida e é instável em tudo o que faz”.
Muitas pessoas apresentam uma preocupante
instabilidade em suas vidas. Não se firmam no emprego, na igreja, na profissão,
na escola, no casamento etc.
- Um
dia elas creem no poder de Deus, outro dia descreem!
- Um
dia elas se comprometem e assumem responsabilidades na obra de Deus, mas em
outro dia elas abandonam a obra.
-
Pessoas assim são como Pedro antes de experimentar uma real conversão: Elas
dizem: “Senhor estou pronto para morrer por ti; mas depois negam a Jesus diante
da pressão”
A
nossa fé precisa estar bem firmada! Precisamos que a nossa fé seja enraizada!
a) Precisamos ter raízes em Cristo.
(Colos. 2:6-7)
“Ora,
como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e
edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações
de graças”.
b) Precisamos ter raízes na Palavra de Deus.
(Efésios 4:14)
“para
que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao
redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com
que induzem ao erro”. (R.A)
“Para
que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de
doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente”.(outra
versão)
b) Precisamos ter raízes na igreja.
(Hebreus 10:25)
“Não
deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos
admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”. Hebreus 10.25.
A fé
e o amor são vínculos que nos unem a Cristo e aos irmãos, mas isso não acontece
automaticamente.
Paulo escrevendo aos Coríntios em sua
segunda carta no cap.13:5 nos deixa uma
pergunta para uma auto reflexão:
“Examinai-vos
a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não
reconheceis que Jesus Cristo está em vós?”
Aqui somos confrontados com o estado da
nossa fé, examinando-nos se realmente ainda permanecemos firmes, ou se estamos
apenas vivendo de emoções!
Essa fé é instável, volúvel, passageira,
assim como são os sentimentos e as emoções.
A
terceira situação que pode levar ao naufrágio da fé:
3ª DANOS
PROVOCADOS POR UMA GUERRA.
Não é incomum para nós sabermos que em uma
guerra naval muitos navios são afundados quando atingidos por um torpedo.
No início da Segunda Guerra Mundial, o
Governo Brasileiro, rapidamente, declarou-se neutro em relação ao conflito.
Mas quando os navios da Marinha mercante
brasileira foram atacados causando a morte de centenas de brasileiros, o Brasil
entrou para a guerra.
Como
cristãos nós também estamos em guerra.
Na carta do apóstolo Paulo aos Efésios, no
capítulo 6:11,12, vemos que a Bíblia não deixa dúvidas de que existe sim, uma
guerra espiritual na qual estamos envolvidos:
11
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as
ciladas do diabo;
12
porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os
principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra
as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Nós
como cristãos não podemos ficar neutros em se tratando da nossa guerra contra o
Maligno.
O
reverendo Hernandes Dias Lopes em uma de suas pregações sobre o tema diz o
seguinte:
“Certamente
você tem plena consciência de que vida cristã não é uma colônia de férias, não
é um parque de diversões. Não é uma estufa espiritual, nem mesmo uma redoma de
vidro. Não existe essa ideia de estar blindado espiritualmente, imune aos
ataques sutis, e as vezes intensos do inimigo. Vida cristã é luta. Vida cristã
é guerra. É batalha sem pausa e sem trégua. Nessa luta não existe campo neutro,
ou você é um guerreiro ou você é uma vítima. ”
Precisamos tomar toda a armadura de Deus e
guerrearmos com coragem e ousadia!
Em 2
Coríntios, Paulo diz o seguinte:
“Porque,
andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa
milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das
fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o
conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de
Cristo; ”
Perceba
que nesta guerra os demônios querem o domínio de nossa mente!
O
Diabo é um manipulador de mentes! Através do espírito do engano ele fará de
tudo para você desistir do caminho!
É por
isso que Paulo fala a Timóteo que a apostasia, é produzida pelos ensinos de
demônios:
1
Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns
apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de
demônios,
CONCLUSÃO: São três situações
que levam ao naufrágio da fé:
1- A
perfuração no casco – o pecado contínuo e aceito naturalmente em nossa vida
nos leva aos poucos à cauterização da mente e ao naufrágio na fé (que é a
apostasia)
2- A
Instabilidade do barco- a falta de estabilidade e firmeza em Cristo, na
Palavra e na Igreja pode também levar ao naufrágio da fé.
3- Os
danos causados pela guerra- estamos numa guerra espiritual e não podemos
brincar de ser crente, pois o diabo não brinca de ser diabo. Uma atitude neutra
nesta guerra pode ser fatal.
Quando uma embarcação está em risco de
naufrágio, a carga é lançada em alto mar primeiro, este é um princípio de
sobrevivência.
Quem
sabe se na sua vida, não há algumas cargas que precisam ser lançadas ao mar
para que você não venha a naufragar em sua fé?
Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja
Metodista Catalão/GO
Nenhum comentário:
Postar um comentário