terça-feira, 8 de novembro de 2016

O FRUTO DA LONGANIMIDADE


TEXTO BÁSICO: Gálatas 5:22-23                                   
“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”.

Quebra Gelo: Você já ficou nervoso (a) ou irritado (a) com as seguintes situações?  Assinale quais.
[  ] a falta de gratidão por parte das pessoas a quem ajudamos.
[  ] a conexão na internet que nos irrita por lentidão ou por suas quedas.
[  ] a raiva de enfrentar uma fila no banco.
[  ] a perda de um ônibus ou avião por uma fração de segundos, quando já estamos atrasados.
[  ] a impontualidade de um dos cônjuges ou dos filhos (ou, quem sabe, dos nossos cultos...)
[  ] o transito parado porque alguém resolveu conversar com outro no meio da rua de dentro de seu veículo.
Se você assinalou todas estas questões, te falta longanimidade!

Introdução: Seguindo a sequência da série sobre o Fruto do Espírito, chegamos ao quarto "gomo" desse fruto, a longanimidade, palavra difícil de escrever e mais ainda, praticar. Cada um conhece as irritações que estas situações provocam. A recomendação bíblica é muito clara: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo” (Efésios 4.26, 27). A falta de longanimidade, expressa por meio da ira continuada, é uma brecha que abrimos para a atuação do diabo em nossas vidas. Quando o apóstolo recomenda a quem não permitamos que o sol se ponha sobre a nossa ira, está recomendando que nenhum de nós vá dormir ainda irado. Antes, cada um deve resolver o problema ou, simplesmente, esquecê-lo. Do contrário, o diabo, que nos ciranda, vai nos levar à autodestruição.

1- O QUE É LONGANIMIDADE?
De acordo com o dicionário, longanimidade significa "firmeza de ânimo". Biblicamente, o sentido é parecido e pode ser interpretado como "paciência" ou "longo ânimo". A longanimidade está sempre ligada a capacidade de ter um autocontrole quando se está sob pressão, de ser tolerante com as falhas alheias e perseverante diante dos obstáculos.
No entanto, não se pode confundir a longanimidade com passividade. O indivíduo passivo é aquele que age em função do medo que sente do outro, que se acovarda para não desagradar. O paciente é aquele que dá respostas de teor amoroso, mas firmes e seguras e que refletem a vontade do pai.

2- PORQUE DEVEMOS SER LONGÂNIMOS?
Por causa longanimidade de Deus. O Senhor tem dado tempo suficiente ao homem para se arrepender de seus pecados “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se”. ( II Pe 3.9) Devemos nos lembrar sempre, que Deus não deseja condenar ninguém, por isso, ele dá várias oportunidades de reconciliação para cada pecador. Paulo nos diz que a mesma atitude deveria governar nossas relações com nossos irmãos (Efésios 4:2) Vejam também: ( Ezequiel 33:8,11).

3- O QUE NÃO É LONGANIMIDADE?
Apesar de toda a paciência de Deus, não podemos confundi-la com impunidade e nem devemos abusar da sua longanimidade. “E tu, ó homem, que julgas os que praticam tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te conduz ao arrependimento?”  ( Romanos 2. 3,4 ).
Em relação aos outros, precisamos desenvolver a tolerância máxima, não a tolerância zero, como é o padrão de muitos. O apóstolo Paulo deixa bem claro que a longanimidade não é ausência de correção e nem tão pouco tolerância ao pecado: “prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino”. 2 Tm 4:2.
Ainda que sejamos longânimos com as pessoas ao nosso redor, haverá em alguns momentos de correção algumas feridas inevitáveis. “Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto. Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos”. Pv 27:5,6
A grandeza da misericórdia de Deus está em esperar que busquemos o seu perdão e em nos perdoar, seja qual for a dimensão de nossa culpa. Também nisso Ele é nosso modelo. Sua longanimidade, no entanto, não Lhe exclui a justiça. Ele não perdoa os que não querem ser perdoados; Ele não “alivia a barra” daqueles que preferem viver na iniquidade. Nós não temos essa prerrogativa de julgar e condenar ou absolver, pois esta pertence a Deus. Às vezes, queremos imitar a Deus no que não podemos (em seu juízo) e nos recusamos a imitá-lo no que devemos (em sua longanimidade). Ele “é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz [tremendamente] benigno” (Sl 103.8). 

CONCLUSÃO: Na mente de Jesus (Mt 5.43-45), ser longânimo é não retaliar, é não vingar a ofensa, é amar os inimigos (que são todos aqueles que nos fazem mal), é andar a segunda milha. Em Lucas 9.51-56 diante da falta de hospitalidade por parte dos samaritanos, os “santos e amáveis”  Tiago e João perguntaram a Jesus:
Senhor, quer que mandemos descer fogo do céu para os consumir?
A resposta do Discipulador (JESUS) foi rápida:
Vocês não sabem de que espírito são vocês, pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las.

" Melhor é o longânimo do que o herói de guerra, e o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade." (Provérbios 16:32)



Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O FRUTO DA PAZ


TEXTO BÁSICO: Gálatas 5:22-23                                   
“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”.

Quebra Gelo: Compartilhe com o grupo: O que lhe rouba a paz na maior parte do tempo?

Introdução: A paz como fruto do espírito deve jorrar de dentro de nós, em nós e através de nós. Isso significa que é paz para você e para quem está perto de você.  “Tu conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme em ti, porque ele confia em ti” (Isaías 26.3). Você pode ter sofrido algum tipo de tormento nesses últimos dias e até sofrido afronta; Deus, porém te quer cheio de paz! Deixa Deus julgar por ti, Ele é reto juiz. Mas, não perca a tua paz por nada; nem por pouco e nem por muito. Porque a sua paz é mais preciosa do que qualquer coisa.

1- DEFININDO O FRUTO DA PAZ
Em diversas passagens bíblicas é encontrada a palavra shalom com o significado de paz e desejo de bem estar entre as pessoas ou nações. A palavra shalom representa também um desejo de saúde, harmonia e paz para aquele ou aqueles a quem é dirigido o cumprimento. No Novo Testamento, o termo Eirene, vem do grego e significa paz, harmonia, reconciliação, bem-estar. Por meio de Cristo é que se realiza essa paz.
Estudando sobre a paz bíblica descobri que ela segue uma certa ordem.  A Paz na bíblia tem três dimensões: Primeiro, é preciso ter paz com Deus, (DIMENSÃO ESPIRITUAL) depois a paz com nós mesmos; (DIMENSÃO EMOCIONAL) só, então, a paz com os outros será possível (DIMENSÃO RELACIONAL). Quem não tem paz com Deus, não tem paz consigo mesmo e nem pode ter paz com os outros.

1.1- A Paz com Deus- A paz com Deus é alcançada, como a Bíblia diz, através da graça por meio da fé. Acontece quando recebemos a Jesus pela fé como o nosso Salvador e Senhor. Romanos 5:1 “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;”. Quando o homem reconhece essa verdade e se arrepende de todo o mal cometido contra o seu criador, vem sobre ele o perdão de Deus fazendo-o reconciliar-se com o seu Reino de glória. Tudo, por meio de Jesus Cristo. Ele é o único mediador. "Portanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos..." (1Timóteo 2:5,6a)

1.2- A Paz de Deus- Jesus veio nos trazer paz interior, que acontece quando estabelecemos paz com Deus. Essa paz age em nosso emocional. Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. João 14.27
Se tivermos a paz com Deus, teremos paz conosco mesmo. Ou seja, a paz de Deus invade o nosso coração e nos faz felizes. Nossa força não vem de fora, não vem das circunstâncias. Nossa força vem de dentro. Podemos afirmar que a Paz de Deus está acima de toda razão humana e tem a capacidade de proteger os nossos sentimentos. Fp. 4.7 “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”.

1.3- A Paz com os outros- A paz que Jesus veio trazer é paz espiritual, emocional, mas é também paz relacional. Ele veio trazer reconciliação entre os homens, entre famílias, entre pais e filhos ( Veja 2 Cor. 5:18-20).  
Contudo, a paz com os outros deve ser buscada por todo cristão e isso exigirá dele muito esforço e empenho pessoal. “Busque a paz e empenhe-se por alcançá-la” 1 Pedro 3.11 [Não apenas deseje ter um relacionamento pacífico com os homens, antes porém busque, persiga isto!]”.
Contudo ele deve saber que nem sempre a paz com todos será possível. “Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens”. Rm 12:18. Com certeza sempre estaremos envolvidos em algum conflito, mas cabe a nós optar pela paz. “O conflito é inevitável, mas o combate é opcional. Use sua energia criativa, dada por Deus, para resolver os conflitos antes que se desenvolvam e transformem-se em combates”. Max Lucado.

2- PAZ E JUSTIÇA.
Paz e justiça são dois anseios profundos de toda a humanidade. A relação entre paz e justiça está fortemente presente tanto no Antigo como no Novo Testamento.  O livro do profeta Zacarias exorta: “Fazei em vossas portas um julgamento de paz; não maquineis, uns contra os outros, o mal em vossos corações” (Zc 8,16-17).
Em Tiago 3:18 encontramos: “Ora, o fruto da justiça semeia-se em paz para aqueles que promovem a paz”. Não é para os que amam a paz, mas para os que a promovem. Se quisermos justiça devemos semeá-la em paz. Não basta querer ou amar a paz. É necessário promover a paz.  
Algumas atitudes Jesus nos ensinou a fim de promovermos a PAZ, são elas: (1) dar a outra face – Mt. 5:39, (2) amar o próximo como a ti mesmo- Mt. 22:39, (3) perdoar 70 vezes 7- Mt. 18:22 (4) Vencer o mal com o bem- Rm 12:21 (5) Não se vingar- Rm 12:19. (6) Abençoar os que nos perseguem- Romanos 12:14. Como é difícil conseguir isso! Porem, nada será impossível se você é verdadeiramente um filho de Deus!  “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.” Mateus 5:9


Conclusão: Em Oséias 8.7 lemos que “aqueles que semeiam vento colhem tempestades”. Como podemos semear ventos? Semeamos ventos por meio de palavras e de atos agressivos. Por isso, precisamos ter muito cuidado e prestar bastante atenção a tudo o que fazemos ou falamos, porque vamos colher os frutos de todos os nossos atos e nossas palavras. O que você quer colher? Tempestade ou Paz?


Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO

domingo, 6 de novembro de 2016

O FRUTO DA ALEGRIA


TEXTO BÁSICO: Gálatas 5:22-23                                   
“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”.

Quebra Gelo: Compartilhe com o grupo: Qual o acontecimento em sua vida que lhe trouxe a maior alegria?

Introdução: Aquele que recebeu a Jesus em seu coração tem em sua alma uma constante alegria, pois tem a certeza de sua salvação, sabe que Deus está presente em quaisquer circunstâncias da vida, e que é mais do que vencedor em Cristo Jesus! "Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou". (Romanos 8:37)

1- DEFININDO O FRUTO DA ALEGRIA
A Alegria ou Gozo (Gr. chara) como fruto do Espírito é uma expressão de contentamento e satisfação. Ela é muito mais que uma simples sensação ou euforia, é uma virtude caracterizada pelo bem-estar espiritual. Ela, na verdade, é uma consequência de um reto relacionamento com Deus.

A alegria daquele que ainda não é cristão, é produzida através de acontecimentos bons, de novas e boas notícias, de piadas... E nunca é permanente, constante; pelo contrário é passageira e sempre abafada, sufocada por angústias e tristezas do mundo.

2- AS VÁRIAS MANIFESTAÇÕES DESTA ALEGRIA

2.1- A Alegria da Salvação - Houve um momento em que Davi havia perdido a alegria de viver, estava sendo consumido  pelo remorso e pela culpa e a sua oração foi apenas uma, dizendo assim: “Restitui-me a alegria  da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Sl 51.12). Restitui-me a alegria, o  prazer, o gozo da salvação.

2.2- A Alegria na Tribulação- “Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma”. Tiago 1:2-4. Toda tribulação (ou sofrimento) revela a presença do inimigo e envolve ataques ao nosso relacionamento com Cristo. Se reagirmos com dúvida na bondade e nas promessas de Deus, ou com agressões aos outros, ou com desespero, ou até mesmo nos revoltando contra Deus, então estes sofrimentos podem nos trazer derrota. Mas se reagimos com uma atitude de confiança e alegria, como Tiago encoraja aqui, estes sofrimentos produzirão preciosas qualidades espirituais.

2.3- A Alegria de servir a Deus- “Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico.” Salmos 100:2. Quando falamos em servir, nem sempre o que vem a nossa mente é alegria. Primeiro, porque quem serve, serve a alguém. Difícil você encontrar uma pessoa que afirme com sinceridade de coração que prefere servir a ser servido. Segundo, que a palavra, servir está ligado à obrigação, e a verdade é que obrigação e alegria não são sinônimas. Em terceiro lugar, a palavra servir traz a seguinte conotação: tarefa a ser executada ou trabalho, o que geralmente não causa nenhum entusiasmo de alegria. No entanto, Deus quer que nós possamos servi-lo com alegria. Esta alegria é resultado da transformação gerada por ele em nossas vidas, nos proporcionando a verdadeira alegria de viver.

2.4- A Alegria do Senhor como uma força motivadora- “...a alegria do Senhor é a nossa força.” Neemias 8:10 Somente um  povo alegre, bem disposto e fortalecido no Senhor esta apto a trabalhar com determinação sem esmorecer. Principalmente quando a situação é crítica e adversa. Faça como Neemias que, em vez de chorar e se isolar do mundo, reuniu seu povo, começou a meditar na Palavra de Deus e se motivar pela ALEGRIA DO SENHOR!

CONCLUSÃO: O cultivo do fruto da alegria é uma decisão, ou seja, ela se manifesta em nossa vida quando decidimos a andar altura da Palavra de Deus. Somos nós que determinamos nos alegrarmos ou não, porém como cristão devemos nos alegrar ne propósito no Senhor, por que andamos por fé e não por vista (II Cor 5.7; Fp4.4).

POR ISSO: ESCOLHA SE ALEGRAR!

Certo pastor, ao ser convidado para pregar numa igreja de uma cidadezinha do interior, colocou o seu relógio para despertar temendo não acordar no horário certo. Porém, o despertador não despertou, e ele acordou atrasado, o que lhe causou nervosismo. Foi fazer a barba com pressa e acabou se cortando, o que aumentou ainda mais a raiva desse homem e a falta de paz. Ao chegar à garagem, viu que o pneu estava furado, nesse momento a paz desse pastor acabou de fato, mas mesmo assim ele foi para a igreja que o esperava. Saiu às pressas, descontrolado, em alta velocidade desobedecendo às leis de trânsito, dando um péssimo testemunho.
Sendo abordado por uma autoridade de trânsito, que lhe pediu para encostar o carro. Justificativas nessas horas não faltam, e o pastor da história foi apresentando ao guarda as suas: “Seu guarda, pode me multar, pois meu dia hoje está horrível, nada está dando certo para mim, hoje definitivamente não é o meu dia”. Sabiamente o guarda lhe respondeu: “Amigo, eu também já passei por isso. Nada dava certo para mim, mas eu encontrei Jesus e a minha vida mudou”. Desta história podemos tirar algumas lições, entre elas a de que podemos e devemos dar bom testemunho, transmitir aos outros a alegria de servir a Cristo. A outra é que na vida fazemos escolhas, assim como esse pastor. Ele teve a oportunidade de escolher ter um dia bom, apesar de... Mas ele escolheu ter um dia ruim. Tudo na vida é uma escolha. Ele fez a dele.


Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO


sábado, 5 de novembro de 2016

O FRUTO DO AMOR


TEXTO BÁSICO: Gálatas 5:22-23                                    

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”.

Quebra Gelo: Como você explica a seguinte frase? “Se queremos colher amor, devemos plantar o amor!”


1- DEFININDO O AMOR
A palavra grega ágape, traduzida por “amor”, inclui tanto amor a Deus como o amor ao próximo. O amor é maior que qualquer coisa que possamos dizer com palavras, qualquer coisa que possamos possuir ou dar. “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou corno o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disto me aproveitará” (1 Cor. 13:1-3).

Quando meditamos sobre o significado do amor, vemos que ele é para o coração o que o verão é para o agricultor: ele faz com que todas as flores da alma deem fruto. Ele é, de fato, a flor mais bonita do jardim da graça de Deus. Se não houver amor em nossa vida, estaremos vazios. Pedro disse: “Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados” (1 Pedro 4:8).

2- OS QUATRO SIGNIFICADOS DO AMOR
Bem sabemos que na língua grega há quatro termos para amor:
 1) Eros é o amor de um homem por uma mulher; é o amor imbuído de paixão.
2) Filia é o amor caloroso para os nossos achegados e familiares. É um sentimento profundo do coração.
3) Storge aplica-se particularmente ao amor dos pais pelos filhos.
4) Ágape é o amor doador e sacrificial. Este é o amor que Jesus manifestou a nós, dando a sua própria vida para nos salvar.
O amor ágape aparece em todo o Novo Testamento. Quando Jesus disse: “Amem seus inimigos”, Mateus usou a palavra ágape em seu evangelho. Quando Jesus disse que devemos nos amar uns aos outros, João a palavra ágape (João 15:12). Quando a Escritura diz que “Deus é amor”, ela usa a palavra ágape (1 João 4:8). O Novo Dicionário da Bíblia define o amor ágape no grego como “a forma mais elevada e nobre de amor, que vê no objeto do amor algo infinitamente precioso”.

A maior demonstração de amor ágape que Deus deu foi na cruz, quando Ele enviou Seu Filho Jesus Cristo para morrer por nossos pecados. E já que nós devemos amar como Deus amou, todos os crentes devem ter este amor ágape. Nós não o temos naturalmente, nem podemos desenvolvê-lo porque as obras da carne não podem produzi-lo; só o Espírito Santo pode concedê-lo, sobrenaturalmente. Ele o faz quando nos submetemos à vontade de Deus.

3- O QUE NÃO É AMOR?
Hoje em dia o amor parece somente ser apenas uma emoção ou um sentimento. É claro que o amor envolve sentimentos; mas é muito mais que isso. Amor não é um sentimento, amor é ação. O verdadeiro amor age. Deus nos amou assim: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” (João 3:16). Veja Também: (1 João 3:18)
Por isso o amor é um ato da vontade – e esta é a razão de nossa vontade tem de ser primeiro submetida a Cristo antes que possamos produzir o fruto do amor.
O amor (humano) diz: “Eu quero para mim algo que o outro tem e que ele pode me dar”. O amor (de Deus) diz: “Eu quero dar alguma coisa, porque eu o amo”. O amor humano é sentimento e desejo; e é por isso que ele é tão passageiro. O amor ágape é uma decisão de nossa vontade.
A ordem de amar não é opcional; devemos amar, estejamos com vontade ou não. De fato, podemos dizer que o amor pelos outros é o primeiro sinal de que nascemos de novo e que o Espírito Santo está atuando em nós. (Rm 5:8)

4- O ALCANCE DESTE AMOR
O amor ágape alcança a todos! Esposa, marido, filhos, vizinhos, até mesmo pessoas que nunca vimos, no outro lado do mundo. Inclui os que são fáceis de amar, porque são parecidos conosco, e os que são difíceis de amar, porque são tão diferentes. Estende-se até mesmo, as pessoas que nos prejudicaram ou magoaram. Em Atos 10.34s, Pedro admite seu preconceito étnico e religioso em relação ao centurião Cornélio: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo, lhe é aceitável”. A mesma expressão também aparece em Romanos 2.11 (judeus e gregos) e Efésios 6.9 (senhores e servos).

Pensamento: O amor pelas pessoas não significa que precisamos concordar com suas ideias, valores e comportamentos. Paulo lembra aos coríntios que alguns deles, antes de conhecerem a Cristo, tinham sido impuros, idólatras, adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados e maldizentes (1 Coríntios 6.9s).

Pr. Gilberto Oliveira Rehder

Igreja Metodista em Catalão-GO

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

OBRAS DA CARNE X FRUTO DO ESPÍRITO


TEXTO BÁSICO: Gálatas 5:19-23                                                 


“Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”.

Quebra Gelo: Você já teve a experiência de comer um fruto podre? Você já se perguntou por que isto aconteceu?

Introdução: Você sabia que no interior de cada crente é travada uma grande batalha? É a batalha do Espírito contra a carne! “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gl 5.17). Até o dia da nossa conversão, a "carne" ou a natureza pecaminosa reinava sozinha. Quando nos entregamos a Jesus nascemos de novo e o Espírito Santo veio habitar em nós com o objetivo de controlar e mudar toda a nossa vida; por isso o conflito é inevitável, mas se desejamos uma vida cristã vitoriosa, devemos entregar o controle e a direção da nossa vida ao Espírito Santo. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito (Gl 5.25).

1. O QUE SÃO OBRAS DA CARNE?
A palavra grega sarx, “carne”, tem vários significados na Bíblia, principalmente nas epístolas. Pode significar fraqueza física, o corpo, o ser humano ou os desejos pecaminosos. Neste texto significa os desejos pecaminosos que dominam o homem natural. As obras da carne possuem três classificações:

1.1- Pecados de ordem moral.

“Prostituição” (gr. pornéia), i.e., imoralidade sexual de todas as formas. Isto inclui, também, gostar de quadros, filmes ou publicações pornográficos (cf. Mt 5.32; 19.9; At 15.20,29; 21.25; 1Co 5.1). Os termos moichéia e pornéia são traduzidos por um só em português: prostituição.

Impureza” (gr. akatharsia), i.e., pecados sexuais, atos pecaminosos e vícios, inclusive maus pensamentos e desejos do coração (Ef 5.3; Cl 3.5).

“Lascívia” (gr. aselgeia), i.e., sensualidade. É a pessoa seguir suas próprias paixões e maus desejos a ponto de perder a vergonha e a decência (2 Co 12.21).

2.2- Pecados de ordem religiosa.

 “Idolatria” (gr. eidololatria), é, essencialmente, a adoração de uma criatura quando deveríamos adorar somente o Criador. É, assim, uma rejeição de Deus e de sua posição de autoridade e honra. Pode ser cometida na adoração a imagens (Romanos 1:19-23) ou na exaltação e na busca de coisas materiais (Mateus 6:24; Colossenses 3:5).

“Feitiçarias” (gr. pharmakeia), i.e., espiritismo, magia negra, adoração de demônios e o uso de drogas e outros materiais, na prática da feitiçaria (Êx 7.11,22; 8.18; Ap 9.21; 18.23).

2.3- Pecados de ordem social.

“Inimizades” (gr. echthra), i.e., intenções e ações fortemente hostis; antipatia e inimizade extremas.

“Porfias” (gr. eris), i.e., brigas, oposição, luta por superioridade (Rm 1.29; 1Co 1.11; 3.3).

“Ciúmes” (gr. zelos), i.e., ressentimento, inveja amarga do sucesso dos outros (Rm 13.13; 1Co 3.3).

“Iras” (gr. thumos), i.e., ira ou fúria explosiva que irrompe através de palavras e ações violentas (Cl 3.8).

Discórdias” (gr. eritheia), i.e., ambição egoísta e a cobiça do poder (2Co 12.20; Fp 1.16,17).

Dissensões” (gr. dichostasia), i.e., introduzir ensinos cismáticos na congregação sem qualquer respaldo na Palavra de Deus (Rm 16.17).

Facções” (gr. hairesis), i.e., grupos divididos dentro da congregação, formando conspirações egoístas que destroem a unidade da igreja (1Co 11.19).

“Invejas” (gr. fthonos), i.e., antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos e queremos.

“Bebedices” (gr. methe), i.e., descontrole das faculdades físicas e mentais por meio de bebida embriagante.

“Glutonarias” (gr. komos), i.e., diversões, festas com comida e bebida de modo extravagante e desenfreado, envolvendo drogas, sexo e coisas semelhantes.

As palavras finais de Paulo sobre as obras da carne são severas e enérgicas: quem se diz crente em Jesus e participa dessas atividades iníquas exclui-se do reino de Deus e não terá salvação (5.21).

“Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus”. (1 Cor. 6:9-11)

2. O QUE É O FRUTO DO ESPÍRITO?
A palavra "fruto" aparece várias vezes no Novo Testamento, designando sempre algum "resultado" (Mt 3.8; 7.16; Rm 1.13; Ef 5.9; Hb 13.15). São resultados da ação do Espírito em nós. O Espírito Santo reinando em nós produzirá o caráter cristão. Ele produzirá em nós as virtudes do caráter de Jesus Cristo. O apóstolo Paulo chama estas virtudes de o "Fruto do Espírito Santo". O Fruto do Espírito tem os seguintes aspectos:

2.1- Primeiro, a sua origem é sobrenatural: "do Espírito" (genitivo grego que indica fonte ou causa). Enquanto as "obras da carne" são atos que-praticamos naturalmente, o "fruto do Espírito" é ação do próprio Espírito em nós. Precisamos ter humildade, pois não podemos produzir este fruto por nós mesmos.

2.2- Segundo, o seu crescimento é natural. O "fruto" faz parte da "lei da semeadura e da colheita": "aquilo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gl 6.7). O nosso interior é como um campo onde estamos semeando diariamente. Aquilo que você semear você irá colher.

"Semeie um pensamento, e você colherá uma ação; semeie uma ação, e você colherá um hábito; semeie um hábito e você colherá um caráter; semeie um caráter e você colherá um destino".
Se você deseja que o Espírito Santo produza o fruto em você, forneça-lhe os meios para a produção: oração, jejum, leitura bíblica, adoração, comunhão... "A graça nos confere os meios para colhermos abundante safra espiritual".

2.3- Terceiro, a sua maturidade é gradual. Antes de ser um fruto maduro, há etapas que precisam ser cumpridas. Isto demanda tempo: primeiro a flor, depois o embrião e por fim, o fruto (Mc 4.28). O Espírito Santo não tem pressa e um caráter cristão maduro é resultado de uma vida inteira.

CONCLUSÃO: Dar fruto, basicamente significa tornar-se semelhante a Jesus. À medida que passamos mais tempo com Jesus e o conhecemos melhor, os Seus pensamentos vão se tornando os nossos pensamentos, os Seus propósitos viram os nossos propósitos. Tornamo-nos cada vez mais parecidos com Jesus.


Pr. Gilberto Oliveira Rehder.
Igreja Metodista em Catalão-GO

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O MILAGRE DA RECONCILIAÇÃO NA FAMÍLIA


TEXTO: Gênesis 33:1-20
1 Levantando Jacó os olhos, viu que Esaú se aproximava, e com ele quatrocentos homens. Então, passou os filhos a Lia, a Raquel e às duas servas.
2 Pôs as servas e seus filhos à frente, Lia e seus filhos atrás deles e Raquel e José por últimos.
3 E ele mesmo, adiantando-se, prostrou-se à terra sete vezes, até aproximar-se de seu irmão.
4 Então, Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e choraram.
5 Daí, levantando os olhos, viu as mulheres e os meninos e disse: Quem são estes contigo? Respondeu-lhe Jacó: Os filhos com que Deus agraciou a teu servo.
6 Então, se aproximaram as servas, elas e seus filhos, e se prostraram.
7 Chegaram também Lia e seus filhos e se prostraram; por último chegaram José e Raquel e se prostraram.
8 Perguntou Esaú: Qual é o teu propósito com todos esses bandos que encontrei? Respondeu Jacó: Para lograr mercê na presença de meu senhor.
9 Então, disse Esaú: Eu tenho muitos bens, meu irmão; guarda o que tens.
10 Mas Jacó insistiu: Não recuses; se logrei mercê diante de ti, peço-te que aceites o meu presente, porquanto vi o teu rosto como se tivesse contemplado o semblante de Deus; e te agradaste de mim.
11 Peço-te, pois, recebe o meu presente, que eu te trouxe; porque Deus tem sido generoso para comigo, e tenho fartura. E instou com ele, até que o aceitou.
12 Disse Esaú: Partamos e caminhemos; eu seguirei junto de ti.
13 Porém Jacó lhe disse: Meu senhor sabe que estes meninos são tenros, e tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se forçadas a caminhar demais um só dia, morrerão todos os rebanhos.
14 Passe meu senhor adiante de seu servo; eu seguirei guiando-as pouco a pouco, no passo do gado que me vai à frente e no passo dos meninos, até chegar a meu senhor, em Seir.
15 Respondeu Esaú: Então, permite que eu deixe contigo da gente que está comigo. Disse Jacó: Para quê? Basta que eu alcance mercê aos olhos de meu senhor.
16 Assim, voltou Esaú aquele dia a Seir, pelo caminho por onde viera.
17 E Jacó partiu para Sucote, e edificou para si uma casa, e fez palhoças para o seu gado; por isso, o lugar se chamou Sucote.
18 Voltando de Padã-Arã, chegou Jacó são e salvo à cidade de Siquém, que está na terra de Canaã; e armou a sua tenda junto da cidade.
19 A parte do campo, onde armara a sua tenda, ele a comprou dos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de dinheiro.
20 E levantou ali um altar e lhe chamou Deus, o Deus de Israel.

Introdução: Esta é a última semana de nossa Campanha de Milagres para a Família e o desejo do meu coração é que cada um de nós receba do Senhor o milagre que a nossa família precisa!

Nesta noite eu gostaria de falar sobre um milagre que nem sempre desejamos buscar, mas, que com certeza Deus deseja realizar! Trata-se do Milagre da Reconciliação!

Todo cristão verdadeiro sabe que Deus tomou a iniciativa de reconciliar consigo o mundo. Ele imputou a Jesus Cristo as ofensas dos homens; fez o Filho morrer em nosso lugar; pagou, com o sangue de Jesus, a nossa dívida; entregou o inocente para declarar paz aos culpados.

Dessa maneira, em Cristo, Deus oferece o perdão dos pecados a todo homem e também o capacita a perdoar!

Nesse sentido, a reconciliação não é só uma obra de Deus (ou um milagre de Deus). A reconciliação é um Milagre do qual nós temos uma participação!

Deus espera que os que foram reconciliados pela fé em Cristo vivam perdoando, assim como são perdoados.

No texto de nossa ministração de hoje vamos aprender que é possível haver perdão e reconciliação em uma família, ainda que as feridas e as mágoas sejam enormes e distanciem as pessoas de um convívio durante anos.

Segundo a narrativa de Gênesis podemos perceber que ainda que Deus tivesse unido Isaque e Rebeca no casamento isso não bem significava de maneira alguma que essa família era bem estruturada.

Pelo contrário, vemos uma casa onde os conflitos estão presentes por conta da natureza pecaminosa do ser humano.

(1) A Bíblia nos mostra que os filhos deste casal ( Esaú e Jacó) disputavam entre si desde o ventre de Rebeca. 

(2) A Bíblia também nos fala que existia uma preferência dos pais pelos seus filhos: “Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó” (Gn 25.28). Esse favoritismo explícito dificultou ainda mais as coisas.

(3) Temos aqui um sério alerta sobre o perigo da predileção entre os filhos. Dar atenção especial a um filho, em detrimento do outro ainda que em alguns casos isso seja necessário pode causar sérios problemas: ciúme, ódio, falta de cordialidade, etc.

- Cabe aos pais edificar um lar de amor, disciplina e aceitação mútua.
- É preciso combater a rivalidade e a competição entre irmãos.
- Todos devem sentir-se acolhidos e amados, ainda que considerando a peculiaridade de cada filho.

(4) Mas, o ápice do conflito familiar se deu no momento em que Isaque foi dar sua bênção.
a- Segundo a narrativa de Gênesis, Jacó teria recebido a bênção da primogenitura no lugar de Esaú fazendo-se passar por este e se aproveitando do estado de enfermidade do pai. Nesta mentira e engano Rebeca sua mãe também estava envolvida.

d. Por outro lado, Esaú quebrou o seu juramento a Jacó, pois já havia aberto mão de sua bênção na troca pelo prato de comida ; Esaú também mostrou seu desprezo pelas bênçãos da aliança ao se casar com as mulheres cananeias, desapontando inclusive aos seus pais (26.35); e o pior de tudo: Esaú passou a odiar a Jacó e planejou mata-lo após a morte de seu pai.

“Esaú, pois, odiava a Jacó por causa da bênção com que seu pai o tinha abençoado, e disse consigo: Vêm chegando os dias de luto por meu pai; então hei de matar Jacó, meu irmão”. Gen. 27:41

Satanás tem investido contra a família nesta área, pois ele sabe que uma família dividida não subsiste.  É isto que Jesus ensina na palavra em  Mateus 12:25:  “Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá.”

Precisamos orar amados, para que o Senhor opere na família o Milagre da Reconciliação, pois esse é o desejo de Jesus!

No entanto, existem algumas condições para que este milagre ocorra em nossas famílias.

1ª PARA HAVER O MILAGRE DA RECONCILIAÇÃO
É PRECISO TER UM ENCONTRO COM DEUS.

Depois que Jacó saiu da casa de seu sogro Labão, ele se preparou para reencontrar seu irmão Esaú. Pelo menos 20 anos se passaram e Jacó queria saber se o seu irmão ainda queria mata-lo.

No caminho para o encontro com o seu irmão ele chega a orar: (Gênesis 32:11)

“Livra-me das mãos de meu irmão Esaú, porque eu o temo, para que não venha ele matar-me e as mães com os filhos”.

Por isso ele enviou mensageiros a ele e, quando soube que Esaú vinha ao seu encontro acompanhado de quatrocentos homens. Além disso, mandou-lhe presentes e dividiu sua caravana de modo a dificultar um eventual ataque contra todo o grupo.

Na noite que antecedeu o encontro de Jacó com Esaú, algo curioso aconteceu. A Bíblia diz que Jacó passou a madrugada toda lutando com um homem, junto ao ribeiro de Jaboque. (Gn. 32:24-31)

24 ficando ele só; e lutava com ele um homem, até ao romper do dia.
25 Vendo este que não podia com ele, tocou-lhe na articulação da coxa; deslocou-se a junta da coxa de Jacó, na luta com o homem.
26 Disse este: Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei ir se me não abençoares.
27 Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó.
28 Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste.
29 Tornou Jacó: Dize, rogo-te, como te chamas? Respondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o abençoou ali.
30 Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva.
31 Nasceu-lhe o sol, quando ele atravessava Peniel; e manquejava de uma coxa.

Imaginem irmãos que você estivesse vivendo no Tempo de Jacó e se encontrasse com ele no caminho e lhe perguntasse

– "O que aconteceu, irmão Jacó?"

– "Eu tive um encontro com Deus", respondeu ele.

– "Mas você teve um encontro com Deus e está machucado, com a roupa rasgada, todo sujo?

- Pensei que um encontro com Deus não fosse assim! Eu achei que um encontro com Deus era só alegria, só glória!

– Pois é, mas eu tive um encontro com Deus, mas não me chamo mais Jacó. “Nesse encontro ele mudou meu nome." “ Nesse encontro Ele salvou minha vida”

Algumas coisas acontecem quando nós temos um encontro com Deus, uma delas é a mudança de nome.
- Foi assim com Abraão, que antes era Abrão.
- Foi assim também com Pedro, que antes era Simão,
- e Paulo, que antes era Saulo.
- Foi assim com Jacó, nome que significava "enganador". Mas Deus mudou o seu nome para Israel (Príncipe com Deus).

O que podemos aprender aqui amados é que a experiência do encontro de Jacó com Deus em Gênesis 32, o fortalece e o encoraja a buscar o conserto de seu relacionamento com Esaú.  

 “Jacó precisava ser encorajado nas vésperas do encontro tão temido com Esaú, bem como se certificar da presença prometida por Deus”.

Outra coisa que eu aprendo é que as situações de conflito sempre revelam aqueles que realmente têm uma verdadeira conversão e experiência com Deus.

Nestas horas, o verdadeiro cristão procura o caminho da reconciliação e do perdão. O falso cristão procura o caminho, da contenda, da confusão e da desunião.

2ª PARA HAVER O MILAGRE DA RECONCILIAÇÃO
É PRECISO IR DE ENCONTRO COM O SEU IRMÃO.

Nenhum laço rompido pode ser restaurado se não há iniciativa de alguém. Alguém tem que levantar a bandeira branca, e sinalizar que deseja um conserto. Foi o que aconteceu com Jacó. Ele desejou consertar o relacionamento com Esaú. (Gn 33:1-4)

1 Levantando Jacó os olhos, viu que Esaú se aproximava, e com ele quatrocentos homens. Então, passou os filhos a Lia, a Raquel e às duas servas.
2 Pôs as servas e seus filhos à frente, Lia e seus filhos atrás deles e Raquel e José por últimos.
3 E ele mesmo, adiantando-se, prostrou-se à terra sete vezes, até aproximar-se de seu irmão.
4 Então, Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e choraram.

Sem a iniciativa de ambas as partes, o muro permanece, a indiferença continua.

É preciso que haja um desarmamento do ódio, e muitas vezes, dos próprios direitos, como aconteceu com Esaú. Ele foi ofendido, mas não se vingou.

3ª PARA HAVER O MILAGRE DA RECONCILIAÇÃO
É PRECISO TER HUMILDADE

3 E ele mesmo, adiantando-se, prostrou-se à terra sete vezes, até aproximar-se de seu irmão.

É importante prestarmos atenção a esta atitude de Jacó. Ele havia errado ao roubar de Esaú o direito de receber a benção de Deus. Porém, Ele se humilhou prostrando-se a terra sete vezes.

Prostrar-se à terra sete vezes era um sinal amplamente conhecido de reverência, apropriado para um rei. Somente alguém que se coloca como inferior a outro faria tal gesto.

Filipenses 2:3 “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”.

O que isso significa?

Quando estamos dispostos a pedir perdão ou a perdoar rompemos com a barreira de nosso orgulho pessoal, da nossa altivez. Foi justamente isso que ocorreu no coração de Jacó.

Esaú também reagiu de uma forma que Jacó talvez nem sequer sonhara, pois correu, abraçou e beijou seu irmão e ambos choraram de emoção.

Sem humildade não pode haver reconciliação!

AS ATITUDES FALAM MAIS QUE PALAVRAS. Não adianta dizer: eu perdoei meu irmão se minhas atitudes não revelam a presença do perdão.

PELOS FRUTOS SOMOS CONHECIDOS. Quem perdoa, dá provas disso. Se a frieza e a indiferença permanecem não houve um real reconciliação e perdão.

4ª PARA HAVER O MILAGRE DA RECONCILIAÇÃO
É PRECISO TER GRAÇA
10 Mas Jacó insistiu: Não recuses; se logrei mercê diante de ti, peço-te que aceites o meu presente, porquanto vi o teu rosto como se tivesse contemplado o semblante de Deus; e te agradaste de mim.
11 Peço-te, pois, recebe o meu presente, que eu te trouxe; porque Deus tem sido generoso para comigo, e tenho fartura. E instou com ele, até que o aceitou.

Jacó insiste com o seu irmão que este aceite os presentes que lhe havia preparado.

Isso nos lembra da Graça de Deus, a qual não merecemos.

Ao aceitar o presente de Jacó, Esaú estava declarando que aceitava a seu irmão Jacó.

Perdoar é manifestar a graça e a misericórdia; características estas do nosso Deus.

O que significa perdoar?

1- Perdoar é um ato irracional aos olhos do homem natural. Qualquer pessoa que tentar compreender o perdão, apenas sob a perspectiva humana, nunca irá encontrar motivos para perdoar. Errar é humano, perdoar é divino! A Bíblia diz: "... Lembrem-se que o Senhor os perdoou, portanto vocês devem perdoar os outros (Cl 3.13; A Bíblia Viva). O perdão deve ser compreendido sob a ótica divina.

2- Perdoar é uma questão de obediência a uma ordem do Senhor (Mc 11.22; Ef 4.32; Lc 17.3-10). Disse Jesus: "E, quando estiverdes orando, perdoai..." Quando você libera perdão incondicional, é uma atitude de obediência ao Senhor. O resultado disso é cura, libertação e crescimento. Nada agrada mais o coração do nosso Senhor do que as nossas atitudes de obediência. Lembre-se, Deus sorri quando nos vê liberando perdão aos nossos ofensores. Isso significa vitória sobre o mal.

3- O perdão não é uma emoção, mas uma decisão! É um ato de minha vontade, não de minhas emoções (Cl 3.13). Já ouvi alguém dizer: "Eu ainda não senti que devo perdoar". O perdão é uma decisão com base em princípios, e não no que se está sentindo. Você não pode ser dirigido pelos seus sentimentos, pelas suas emoções, mas sim por aquilo que está escrito na Palavra de Deus.

4- Perdoar é tomar a decisão de não levantar mais a ofensa perante três pessoas:

a) Deus;

b) Os outros (inclusive o ofensor); 

c) A si próprio.  Quem perdoa sepulta o que aconteceu para nunca mais desenterrar. É decidir não falar mais sobre o que aconteceu, pois o que já foi resolvido com o perdão não merece mais a nossa atenção.

5) Perdoar é reconhecer que só Deus tem o direito de julgar. Na carta de Paulo aos romanos (Rm 12.19),  está escrito: "Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor". É Deus quem pesa nossas causas em balança justa. A mim e a você cabe apenas perdoar.

6- Perdoar é deixar prevalecer a graça, em vez da vingança. O sentimento de vingança faz da pessoa uma prisioneira do diabo, pois as Escrituras o descreve como um "... ladrão que veio para roubar, matar e destruir..." (Jo 10.10). O sentimento de vingança faz com que a pessoa transporte dentro de si a presença do ofensor lhe ofendendo, machucando e ferindo, todos os dias. O sentimento de vingança facilita a ação destruidora de Satanás na vida da pessoa que resiste em perdoar. O melhor caminho é o da graça do perdão.

CONCLUSÃO:

12 Disse Esaú: Partamos e caminhemos; eu seguirei junto de ti.

A disposição de voltar a caminhar juntos sela a comunhão entre os irmãos! É assim que Deus quer que nós também façamos em nossas famílias!