“Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não
foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos
de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo
para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para
envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as
desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de
que ninguém se vanglorie na presença de Deus.”
1 Cor.1:26-29
Ao falar sobre vocação, quero compartilhar um pouco de minha
vida pessoal. Quando criança, fui criado livremente na rua como qualquer
criança de minha época. Morava em uma casa localizada em uma praça onde havia
um parquinho muito legal. Gostava de brincar com carrinho de rolimã, jogar
bola, empinar pipa e de todas as brincadeiras de rua que aparecia. Neste
período, meu lar vivia em crise pela separação de meus pais. Embora revoltado
com a situação, não posso reclamar de que não tive
infância.
Em um certo dia apareceu na praça uma cachorra vira-lata sem
dono. Logo, meus amigos e eu a adotamos e passamos a cuidar dela, dando banho,
comida e carinho. O nome que demos a ela era Kely. Gostávamos muito de brincar
com ela e até mesmo os pais da criançada nos ajudavam a cuidar dela. Até que um
dia para a nossa tristeza, Kely foi atropelada e morreu. Lembro-me muito bem
daquele momento: várias crianças chorando e revoltadas com o motorista. Diante
disto resolvi fazer um enterro digno para a Kely. Preparamos um caixote de
madeira para colocar o seu corpo e preparamos uma cruz. Em uma pequena
procissão de crianças fomos enterrá-la em um terreno baldio. Naquele dia fiz o
meu primeiro oficio fúnebre. Todas as crianças deram as mãos e rezamos o
Pai Nosso e uma Ave Maria. Foi tudo muito reverente e emocionante. Depois a
enterramos e colocamos a cruz no local. Embora o funeral tivesse sido
tipicamente católico, e alguns até pensassem que eu seria um padre, creio
que Deus já estava me preparando para que anos depois eu entregasse a minha
vida a Jesus Cristo e atendesse ao seu chamado para o ministério pastoral. No
texto acima o apóstolo Paulo nos motiva a reparar na nossa vocação.
Devemos nos lembrar de onde viemos e como Deus nos chamou. Quando estou abatido
ou em crise por causa do ministério, nunca me esqueço de onde vim e de como o
Senhor me resgatou e me chamou para o
ministério.
O chamado é para mim a motivação para prosseguir. O chamado
é para mim a oportunidade de servir. Meu irmão e irmã em Cristo, nunca se
esqueça de sua vocação (ou chamado)ela o manterá vivo e ativo na obra do
Senhor!
Pr. Gilberto Oliveira Rehder
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