terça-feira, 18 de agosto de 2020

A ESPERANÇA ALÉM DO SOFRIMENTO

 

Texto: 1 Pedro 1:3-9
 3 Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
4 para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros
5 que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo.
6 Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações,
7 para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;
8 a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória,
9 obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.

 Introdução: Graça e Paz irmãos e irmãs. Eu quero compartilhar com vocês uma palavra que há dias tem estado em meu coração principalmente nestas duas últimas semanas. Trata-se de esperança. Por isso o tema da palavra de hoje é Esperança além do sofrimento.

 Pedro ao escrever esta carta a endereçou aos irmãos espalhados pela Ásia Menor por conta de uma grande perseguição em razão de sua fé em Jesus. (1 Pd. 1:1,2)

 Essa perseguição trouxe sobre suas vidas um grande sofrimento. Esses irmãos se tornaram refugiados, pois agora viviam longe de sua pátria. Eles foram forçados a deixar suas casas não por vontade própria, mas para fugir da violência.

 Por esta razão a palavra predominante desta primeira epístola de Pedro é sofrimento. E o seu tema geral é: A Esperança dos cristãos diante do sofrimento.  

 O tema do sofrimento do povo de Deus é recorrente em todas as Escrituras e ao contrário do que pensamos o sofrimento não invalida o amor do Pai por nós nem está em desarmonia com sua soberania.

 O fato é que o justo não vive dentro de uma bolha, alheio ao sofrimento do mundo, mas partilha do sofrimento de sua geração e por isso nós cristãos enfrentamos a doença, a dor, o sofrimento e morte como todas as outras pessoas que não partilham de nossa fé.

 O escritor Charles Swindoll diz algo interessante sobre o sofrimento:

 “Todos nós temos gostos diferentes quanto à comida, livros que lemos carros que dirigimos e músicas que gostamos de ouvir... temos histórias, objetivos e motivações diferentes. Somos diferentes em vários aspectos. Mas uma há uma coisa que todos nós temos em comum, todos nós sabemos o significado da dor. O sofrimento é uma linguagem universal. As lágrimas são as mesmas tanto para judeus como para o muçulmanos ou cristãos; para negros ou brancos, para crianças, adultos ou velhos.”

 O cristão pode até passar pelo sofrimento, mas passa por ele com esperança. Embora o Senhor não nos livre do sofrimento, o Pai também não nos entrega definitivamente a Ele, pois tem promessas para nós que estão além do sofrimento.

 Como diz Paulo aos Romanos 8:18, “Nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que será revelada no porvir”. Ou seja, o sofrimento não é o fim da história mas tão somente o meio dela.

 A esperança é um maravilhoso dom de Deus, uma fonte de força e coragem em face dos severos desafios da vida, principalmente quando passamos por algum tipo de sofrimento.

 Por isso, precisamos focar a nossa vida sobre a esperança!

 “A esperança é tão importante para nós como a água é para o peixe, tão vital como a eletricidade é para a lâmpada, tão essencial quanto o ar que respiramos é para nós”.

 A esperança nos fortalece no presente, mas é no futuro que ela alcança a plenitude das promessas. Isso significa que ao passarmos pelo sofrimento no presente precisamos ter os nossos olhos na perspectiva da eternidade. Isso é viver pela fé.

É bem interessante como em Rm 8:24,25 o apóstolo Paulo relaciona a esperança com a fé:

 "Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos”. Romanos 8:24,25

 De acordo com ele, então, a esperança não diz respeito somente ao presente, mas, sim, ao futuro. Não se refere a algo já realizado, mas algo ainda ansiado.

 A vida cristã não se limita às vivências do presente. Paulo escreveu aos Coríntios: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” (1 Co 15:19).

Quais são as esperanças que você, enquanto cristão, tem, ou deveria ter? O que o futuro reserva para você, que tem uma nova vida em Cristo?

 Há uma série de eventos futuros pelos quais o discípulo de Jesus deve aguardar. Esses eventos constituem o que se pode chamar de esperança cristã.

 A base de toda a esperança cristã está em uma importante promessa: a volta de Cristo.

 A Volta do Senhor Jesus a terra é o evento mais esperado por todos os cristãos. Não há dúvidas quanto a isso; no entanto uma coisa que alguns ainda não compreendem é que a volta de Cristo ocorrerá em duas fases distintas.

 Na primeira fase, JESUS vem para Arrebatar a Sua Igreja, mas não tocará a Terra. E os cristãos verdadeiros que estiverem vivos o verão e serão arrebatados (1 Tess. 4:16,17).

 Já na segunda fase de Sua vinda, chamada de o Aparecimento Glorioso, todos o verão. O Senhor JESUS virá como REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES conforme Apocalipse 19:11-16.

 Que acontecimento extraordinário! Algo assim tão grandioso deve gerar consolo e esperança em nossos corações.

 Quais são as esperanças do cristão para o futuro?

 1. ESTAR COM O SENHOR JESUS PARA SEMPRE

Antes de ser crucificado, em sua última reunião com os apóstolos, após lhes servir a Ceia e lavou-lhes os pés Jesus lhes disse:

 “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”. Jo 14:1-3

 Os discípulos estavam perturbados com o fato de Jesus dizer a eles que os deixaria.

 Nesse contexto, Jesus lhes diz para não ficarem perturbados, mas, sim crerem, porque Ele voltaria para buscá-los para leva-los a um lugar preparado por ele mesmo!

Sobre isso, é consolador o que Paulo escreveu aos tessalonicenses, em 1 Ts 4:16,17:

 “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”.

 Ao voltar para a terra, Jesus buscará para si a sua Igreja, a qual estará com Ele para sempre. De todas as esperanças que temos para celebrar, essa é a mais nobre.

Para o crente, viver é bom, e morrer é muito melhor. Podemos viver sem medo da morte quando amamos a Cristo e nos relacionamos com ele.

“Deus me livre!”, disse um sacerdote ao capitão de um navio quando este lhe falou que a embarcação estava fundando e provavelmente veriam a face de Deus. Com tal atitude, mostrou que não estava preparado.

E nós? Pelo que ansiamos? Hoje desfrutamos comunhão com o Senhor, mas no céu essa comunhão com Jesus será plena.

2. VITÓRIA DEFINITIVA CONTRA O PECADO

Apesar de já termos sido perdoados dos nossos pecados e declarados justos aos olhos de Deus, ainda permanecemos em luta contra o seu domínio e presença.

 Fomos salvos da condenação do pecado, o que a Bíblia chama de justificação, mas estamos sendo salvos de seu domínio, o que é chamado de santificação.

A boa notícia é que, com a volta de Cristo, aqueles que foram salvos experimentarão vitória definitiva contra o pecado. Ele será não apenas dominado, mas completamente extirpado das vidas daqueles que creem em Cristo. Paulo trata sobre isso em 1 Co 15:50-54:

 50 Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção.

51 Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos,

52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.

53 Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade.

54 E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.

 A transformação a que Paulo se refere é chamada de glorificação: os corpos corrompidos pelo pecado ficarão livres da sua presença.

No céu teremos corpos transformados. Não viveremos como simples espíritos, totalmente destituídos de corpo. Por isso Paulo diz que não seremos “despidos”, mas “revestidos”. A ideia de almas sem corpos é platônica (e espírita), e não cristã.

O corpo da ressurreição será diferente do que temos hoje. A Bíblia diz que seremos transformados, e que seremos incorruptíveis.  Mas o corpo futuro guardará alguma semelhança com o atual (tal qual o corpo que Jesus tinha ao ressuscitar). Isso acontecerá “para que o mortal seja absorvido pela vida”. Por isso, há bons motivos para supor que iremos nos reconhecer na eternidade.

 3. UMA VIDA SEM MALDIÇÃO E SOFRIMENTO

Por fim, uma grande esperança do cristão, a partir da volta de Cristo, é uma vida sem maldição e sofrimento. Com o chamado pecado original, cometido pelos nossos primeiros pais, a criação foi amaldiçoada e passou a existir em sofrimento.

Essa situação é tão opressiva, que Paulo chegou a escrever que nós e a natureza gememos, como em dores de parto, ansiando por sermos libertos dessa condição (Rm 8:18-25). Vou ler apenas os versos 22 e 23

22 Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora.

23 E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.

Esse desejo será realizado com o retorno de Jesus. Há uma promessa de esperança quanto ao fim da maldição e do sofrimento.

Veja a beleza descrita nestes dois textos, em Ap 21:3,4 e Ap 22:1,3:

 “Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”. Apoc. 21:3,4

 “Então o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro como cristal, fluía do trono de Deus e do Cordeiro, no meio da rua principal da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, que frutifica doze vezes por ano, uma por mês. As folhas da árvore sevem para a cura das nações. Já não haverá maldição nenhuma”.Apoc. 22:1-3

 

Conclusão: Em Cristo Jesus, cada um dos que creem pode ter esperança. Esperança de que, um dia, estaremos com Ele para sempre. Esperança de que, um dia, venceremos o pecado definitivamente. Esperança de que, um dia, viveremos sem maldição e sofrimento.

 Talvez nesta noite eu esteja falando com pessoas que estão cansadas, doentes, ou limitadas pelo envelhecimento? Antes de encerrar esta palavra quero ler um último texto pra você que está sofrendo.

 2 Coríntios 5:1-4

1 Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus.

2 E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial;

3 se, todavia, formos encontrados vestidos e não nus.

4 Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida.

 Um dia nossa “tenda” humana será substituída por um “edifício” espiritual. Talvez Paulo use essa imagem por ter sido um fabricante de tendas.

O corpo de um paciente terminal sobre um leito pode parecer uma moradia em ruínas, uma tenda esfarrapada. Porém, esse não é o final da história.

Ficamos felizes quando Deus cura uma enfermidade, mas é preciso lembrar que as pessoas curadas um dia adoecerão de novo e acabarão morrendo.

Toda cura operada por Deus é uma lembrança da cura maior que ele efetuará quando morrermos e formos para o céu. Aí sim se dará a superação definitiva de todos os males!

Como está a sua vida hoje? Muito difícil? Desesperadora? Olhe para a frente e veja o que o futuro em Cristo lhe reserva.

Pr. Gilberto Oliveira Rehder                             
Igreja Metodista Catalão

 

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