sábado, 7 de julho de 2018

O GRANDE DIFERENCIAL DOS DISCÍPULOS DE CRISTO!



TEXTO: 1 CORÍNTIOS 13.1-13
1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.
2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
3 E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.
4 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece,
5 não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal;
6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade;
7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará;
9 porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.
10 Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado.
11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.
12 Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.

INTRODUÇÃO: Eu quero começar a Palavra nesta noite falando de uma frase que li e que tem me levado a refletir profundamente sobre o que vos faz diferentes como Igreja:

“Se formos uma igreja que tem como objetivo principal amar e cuidar de pessoas acreditamos que assim estaremos amando e servindo a Deus”.  

Este deve ser o grande diferencial dos discípulos de Cristo, o amor!

Jesus disse: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”. (João 13.35)

O que nos faz diferentes das pessoas que não conhecem a Cristo, não é a nossa aparência e nem tão pouco os dons que possuímos, mas o amor!

Ainda que esse texto seja conhecido, viver o amor é um verdadeiro desafio para os cristãos. 

A palavra original do texto, ágape tem muito mais um sentido “experimental” do que “sentimental.”

O amor ágape originalmente significa: “dar-se voluntariamente.”

Sentimentos nem sempre nos levam a tomadas de atitudes, mas a obediência sim.

Quais as lições que podemos aprender deste texto?

I- APRENDEMOS QUE O AMOR É MAIS IMPORTANTE DO QUE CONHECIMENTO.
1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.
2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.

Existe neste texto explicitamente a ideia do conhecimento humano.

“Falar línguas dos homens” e “Conhecer todos os mistérios e toda a ciência” sugere exatamente a relevância do conhecimento.

O conhecimento humano na época do Novo Testamento era praticamente o maior bem que alguém poderia ter.

Daí surgirem movimentos como o gnosticismo que tentou fazer do conhecimento uma espécie de religião.

Paulo deixa claro que o amor supera o conhecimento.

Conhecimento sem amor é apenas informação, apenas razão, apenas cultura individual.

Quantos há assim: conhecem muito, mas não amam.

Podem até conhecer a bíblia. Podem até saber versos bíblicos ou doutrinas, mas não tem o amor que é capaz de transformar o conhecimento em serviço ao próximo e bom relacionamento com a família e as pessoas ao seu redor.

John Piper faz um comentário interessante sobre 1 Cor. 8:1:

Paulo disse: “O saber ensoberbece, mas o amor edifica”. O conhecimento é suscetível ao orgulho porque é o resultado de obter, e não de dar. O conhecimento é uma possessão. É algo que conquistamos. Por isso, nos inclinamos a orgulhar-nos do conhecimento. Por outro lado, o amor é o ato de dar, e não de obter. O amor não é uma aquisição. Ele nos move para fora. Ele compartilha. Ele pensa visando aos interesses dos outros. Edifica a fé de outros, e não o ego daquele que ama”.

II- APRENDEMOS QUE O AMOR É MAIS IMPORTANTE DO QUE A ESPIRITUALIDADE.

2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.

Paulo cita neste texto dois dons extremamente importantes na espiritualidade dos discípulos: O dom de Profetizar e a Fé para remover montanhas.

Nos dois casos existe um apelo ao exterior. Ao que as pessoas podem ver. As pessoas são atraídas por estes dons.

A fé era o tema religioso mais importante dos judeus. A profecia era uma discussão muito séria na Igreja de Corinto.

Porém, há tanta gente espiritual que não ama. Gente que profetiza e que tem fé, mas que não é capaz de amar e perdoar. Pessoas que agem com ódio e rancor apesar de sentar em um banco de Igreja. São frias e ferem as outras sem pensar. São maliciosas. São maldosas em seu julgamento.

Espiritualidade não substitui amor.


III- APRENDEMOS QUE O AMOR É MAIS IMPORTANTE DO QUE OBRAS.
3 E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.

O texto também fala em “distribuir todos os meus bens entre os pobres” e “entregar o meu próprio corpo para ser queimado.”

Isso é uma iniciativa muito grande. É um sacrifício pessoal elevadíssimo. Poderíamos dizer até que é uma prova de altruísmo.

Na época do novo testamento a caridade era muitíssimo utilizado. Dar esmolas era algo muito bem visto e sofrer por outra pessoa também. Paulo rechaça essa ideia mostrando que apenas a caridade não é o suficiente.

Apenas o gesto não é suficiente: é necessário que haja uma motivação correta para fazer a caridade.

Muitos hoje são capazes de “dar”, mas não movidos pelo amor. Assim é com os espíritas que fazem obras de caridade pensando em termos espirituais de auto-ajuda. Tudo o que damos deve ser por puro amor, sem interesse algum de receber algo em troca.

“Podemos dar sem amar, mas não se pode amar sem dar”. (Amy Carmichael)

O gesto por si nem sempre representa um coração amoroso. Devemos ter motivações nobres, no caso, o amor.

III- APRENDEMOS QUE O AMOR É O CAMINHO PARA A MATURIDADE.

Sabem queridos, existe um tempo em nossas vidas que está tudo certo agirmos como criança, mas precisamos entender que há um tempo em que esta fase de “meninos e meninas” deve passar em nossas vidas.

11 “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino”.

Paulo diz: “Mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”.

Gostei quando ele disse, “mas logo”, ou seja, Paulo entendeu rapidamente que na nova fase, de adulto, não caberia mais alguns comportamentos, e rapidamente acabou com as atitudes de menino.

Neste vamos temos algumas características de meninice espiritual:

1ª O FALAR COMO MENINO.
Conhecemos uma pessoa madura pela maneira como ela se comunica com as pessoas.

Tiago 3:2 diz: “Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo.”

Um menino não se preocupa com a sua forma de falar. Todos nós temos que tomar cuidado com o que falamos, pois a vida e a morte estão em nosso falar (veja Prov. 18:21). Que seja então o nosso falar um manancial de benções e não de maldição.

“Maturidade espiritual é quando você aprende a calar, a se afastar, a não se agredir e não agredir.” (Lindalva)

2ª O SENTIR COMO MENINO.
Conhecemos uma pessoa madura pela maneira como ela lida com os seus sentimentos.

Creio que a instabilidade emocional é um sentimento muito presente em crianças. As pessoas com instabilidade emocional se estressam e reagem de forma explosiva e precipitada.

Na psicologia, a instabilidade emocional é uma característica da personalidade, e quem sofre com ela muda constantemente seu estado de ânimo sem causa aparente ou razoável.

O instável não tolera as frustrações, ou seja, se algo não sair como a pessoa quer, ela solta uma série de respostas emocionais e comportamentais muito intensas e extremas, como a raiva, a agressividade, seja consigo mesma ou com os demais…

Fé não é sentimento. É certeza, convicção. Por meio dela, nosso espírito tem acesso a Deus e ao mundo espiritual.

Observemos a firmeza da fé nas palavras do apóstolo: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus…” (Rm. 8.28). Paulo não disse: sentimos ou vemos, mas sabemos. É algo claro, concreto e inabalável. Se Deus disse algo, nós sabemos que isso é realidade. Não dependemos de sentir ou ver alguma coisa.

Quando Jó estava mergulhado em sua tribulação, ele disse: “Eu sei que o meu Redentor vive e que por fim se levantará sobre a terra.” (Jó 19.25.) Se Jó fosse depender de seus sentidos e sentimentos, estaria perdido.

3ª O PENSAR COMO CRIANÇA.
Conhecemos uma pessoa madura pela maneira que ela lida com os seus pensamentos.

Uma pessoa imatura é como uma criança que não desenvolveu em sua mente um discernimento ou uma percepção clara do que é certo e errado.

“Irmãos, não sejais meninos no juízo; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede homens amadurecidos”. ( 1 Co. 14.20)

NVI “Irmãos, deixem de pensar como crianças. Com respeito ao mal, sejam crianças; mas, quanto ao modo de pensar, sejam adultos.” 1 Cor. 14:20

CONCLUSÃO:

12 Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.

Corinto era conhecido pelos seus espelhos produzidos com metal polido. Ainda que fossem capazes de refletir a imagem de quem olhava para eles, o que viam não era a expressão exata da realidade.

Nesse tempo, enquanto aguardamos o retorno de Cristo, tudo o que vivemos, sabemos ou sentimos é parcial.

O conhecimento pleno se dará quando o Salvador voltar. Contudo, o crescimento no amor tornará nossa compreensão cada vez maior, até que chegue o tempo, no reino de glória que o Senhor trará, em que conheceremos na mesma proporção em que somos conhecidos.  

13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.


Pr. Gilberto Oliveira Rehder
Igreja Metodista Catalão-GO

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